Os pregoeiros da desgraça

Desde que o actual Governo apresentou o Orçamento de Estado na Assembleia da República, que a imprensa, comentadores políticos, deputados do PSD e do CDS, não fazem outra coisa senão contestar tudo.
Aceito que haja coisas que não são do agrado da direita e dos seus apoiantes, nomeadamente dar mais dinheiro a quem tem menos, ou seja, reverter alguns dos cortes efectuados pelo anterior Governo, que na altura da sua implementação, houve contestação, mas que agora, não se sabe bem porquê, parece crime reverter essas medidas.
Taxar a banca com imposto de selo sobre as transacções cobradas pelas operações dos cartões de débito e crédito, que esta cobra aos comerciantes, nada tem a ver com um imposto directo aos consumidores. Essa taxa destina-se à banca exclusivamente.
Também tenho lido e ouvido na rádio e televisão, que o aumento dos impostos sobre os produtos petrolíferos, que vai fazer aumentar os produtos alimentares. É caso para perguntar: Baixaram os produtos alimentares durante a recente queda do preço dos combustíveis?
Claro que não, as coisas não são directamente proporcionais.
Além disso, o Governo já disse que se o preço do barril de petróleo começar a subir novamente para os valores anteriores à crise petrolífera, que retira a taxa agora introduzida, para atenuar a subida de preços dos combustíveis.
O actual Governo vai baixar o IVA da restauração para 13%, ficam de fora as bebidas. Muitos restaurantes já disseram que não vão fazer repercutir essa baixa de imposto no preço da refeição, porque quando foi o contrário, também não o fizeram. Para esses estabelecimentos, está correcto que assim seja, mas quem aumentou na subida do imposto deve agora fazer exactamente o contrário.
Neste sector, tem havido contestação que a factura final tenha mais que uma taxa de IVA, não consigo perceber onde está o problema, porque nas facturas dos hipermercados, existem três taxa de IVA e ninguém reclama por isso. É tudo uma questão de programar correctamente a taxa com o alimento em causa, quando da introdução da informação no computador.
Os jornalistas é que gostam de ir fazer perguntas a proprietários de restaurantes, que são do contra.
Quanto ao aumento do IA, quem compra um BMW 320, pode perfeitamente dar mais quinhentos euros pelo valor do carro que não vai à falência.
O que me parece é que toda a gente se juntou para contestar as medidas do Governo, mesmo a serem favoráveis aos que menos rendimentos obtêm do seu trabalho. Com o anterior Governo, todos comiam e calavam, tinham medo de represálias. É a diferença entre ser governados por fascistas, que limitam a liberdade de expressão e a governação democrática, onde todos opinam o que querem e andam por aí acicatar os que não têm opinião, para que o barulho seja mais alto.
Também tenho ouvido e lido contestação à alteração efectuada por este Governo, sobre a parcela abater em sede de IRS por cada filho. Pois, os mais burgueses com mais filhos pretendiam a forma anterior, porque eram altamente beneficiados. Agora que existe mais equidade na medida, andam a reclamar porque perdem uma parte dos benefícios. Pois é, mas a ideia é dar mais dinheiro a quem mais precisa, que são as pessoas com menos rendimentos.

O que eu penso, é que a direita está em pânico que estas medidas do actual Governo funcionem bem, porque se assim for, será uma desgraça para os partidos de direita.

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