A minha pequena homenagem a Mário Soares
Mário
Soares foi para mim o melhor político português do século XX e até ao dia de
ontem.
Foi
mal amado pêlos chamados “retornados”, devido à descolonização, porque não foi
compreendido ao afirmar que os povos do Ultramar tinham o direito à autodeterminação
e à independência. Isso para os chamados “retornados” não existia na sua
linguagem. Pois, muitos foram despojados dos seus haveres e do património que
conseguiram juntar ao fim de muitos anos de trabalho, outros, possivelmente
enriqueceram à custa de mão de obra “escrava” dos negros que trabalhavam para
eles só pela comida.
No
entanto, não nos podemos esquecer, que Mário Soares foi o garante da democracia
em Portugal. Lutou contra tudo e contra todos, no tempo do PREC (Processo
Revolucionário em Curso), para muita gente isso não diz absolutamente nada,
porque quando aconteceu o 25 de Abril, ou não tinham nascido ou eram muito
pequenos. Para as pessoas da minha geração e as anteriores à minha, sabem o que isso foi. Nessa altura encontrava-me na
guerra do Ultramar, mais precisamente na Guiné-Bissau, na fronteira com o
Senegal, país que “visitei” muitas vezes em patrulhamentos, pois para fazer
determinadas patrulhas tinha obrigatoriamente de entrar em território senegalês,
devido às bolanhas (terra lamacenta e pantanosa, que durante a época das chuvas
eram inundadas e no tempo de seca, ficava a lama com por vezes atingia uma
altura de mais de 1 metro. Mas como ia dizendo, no tempo do PREC, em 1975, a recém-nascida
democracia portuguesa, estava a ser posta em causa pelo PCP, e pelo Conselho da
Revolução. Ala militar e política de Otelo Saraiva de Carvalho entre outros.
Nessa altura foi necessário fazer frente ao avanço do PCP para instaurar uma
ditadura do proletariado, mais propriamente dito, no alinhamento com a União
Soviética.
Mário
Soares conseguiu unir à sua volta a esmagadora maioria dos portugueses, que
lutaram contra as barricadas de rua dos “comunas” que pretendiam evitar que
houvesse um grande comício no Porto no antigo Estádio das Antas e depois em Lisboa
na Fonte Luminosa.
Todos
nós, quer gostemos ou não da pessoa de Mário Soares, (Deus não agradou a toda a
gente) devemos estar-lhe reconhecidos pela democracia que existe hoje em
Portugal. Pois foi graças a ele, que o PREC não avançou para outra ditadura,
que ao contrário da de Salazar, seria uma ditadura ainda mais pobre. (pobreza
repartida, como Cuba de Fidel de Castro)
Mário
Soares foi um político de mão cheia, para mim, o melhor político que tivemos em
Portugal.
Pessoalmente,
estou-lhe muito grato, por ele ter lutado com toda a sua energia a favor da
democracia e da liberdade, em que vivemos hoje.
Presto minha homenagem
ao Homem e ao Político e ao Estadista que foi durante a sua vida.
Fui
um “fiel” seguidor de Mário Soares, votei sempre nele, excepto, na última
candidatura à Presidência da República, que votei Manuel Alegre. Nessa eleição,
achei que Mário Soares se portou mal em ter avançado com a candidatura contra o
seu amigo de longa data Manuel Alegre.
De
qualquer forma, Mário Soares ficará sempre na minha lembrança como um grande
Estadista e lutador pela liberdade.
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