E agora, o que é que vai acontecer?
Era
uma vez, um Primeiro Ministro que resolveu colocar a União Europeia, entre a
espada e a parede, com uma ameaça. Fazer um referendo para a Grã-Bretanha sair
da EU, caso não lhe dessem condições especiais.
Os
que mandam na EU (senhora Merkel, Wolfgang Schäuble, senhor Junker e c.ª),
resolveram conceder alterações especiais à Grã-Bretanha, sobre os migrantes e a
a Segurança Social para os emigrantes que se encontram a trabalhar lá.
Feitas
essas concessões, o referendo foi para a frente e o resultado está aí, a
Grã-Bretanha tem de sair da EU. Não serviu de nada dar condições especiais aos
ingleses para que esses pudessem ficar na Europa dos 28.
Pois
bem, agora temos diversos problemas em curso:
1. O que é que se vai passar com a
Irlanda?
2. Colocar fronteiras activas com o resto
da Grã-Bretanha?
3. E o caso da Escócia? Volta a fazer
novo referendo para a sua independência?
4. Como vai ser com as taxas aduaneiras
entre o resto da Europa e a Grã-Bretanha?
5. Qual vai ser o país que se segue a
convocar um referendo para ver se o povo quer continuar na EU?
Julgo
que estamos a caminhar para o princípio do fim da EU tal como está.
Esta
coisa de ter os alemães a mandar em toda a Europa, com ameaças aos países mais
pobres da periferia do Sul da Europa, não ia dar bom resultado por muito tempo.
Não
sei o que vai acontecer agora, mas sei, que nada vai ficar como dantes. Os
neoliberais que estão à frente das instituições europeias, que não tomam as
medidas certas e correctas no momento certo, arranjaram um caso muito bicudo
para ser resolvido a bem.
As
Bolsas já deram o seu sinal negativo ao resultado do referendo da Grã-Bretanha
e vamos ver o que acontece nos próximos tempos. As movimentações por essa
Europa fora no sentido de haver referendos com o mesmo fim do da Grã-Bretanha,
começam a ser o tema do dia. Só vamos ter de esperar a ver o que vai acontecer.
Só
sei uma coisa, muita coisa vai mudar nos próximos tempos, está abater-se uma
tempestade sobre a Europa e não sabemos quais as consequências dessa
tempestade.
Imposição
de contas certinhas a “alguns” países, austeridade como filosofia de vida para
parte da Europa, não podia dar bons resultados para sempre.
Claro
que os países mais frágeis como Portugal, irão sofrer mais que os mais
industrializados, mas também ultrapassaremos esta situação.
Quando
a EU vier com as sanções sobre Portugal, por causa do défice excessivo de 2015,
se fizerem cá um referendo para saber se queremos continuar na EU, quase de
certeza que a maioria preferia sair.
O
caso BANIF a ser vendido, ou melhor “dado” ao Santander, foi uma imposição da EU,
se tivesse sido integrado na CGD, hoje possivelmente não se falaria tanto,
sobre a recapitalização da CGD, ou pelo menos, o montante seria muito mais
baixo.
Enfim,
a ditadura de quem manda na Europa, onde devia prevalecer a democracia, mas que
já começou a desaparecer.
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