Falta esclarecer muita coisa no caso de Tancos.
Sou um leigo nestas coisas militares,
mas desde do início que digo que esta história está mal contada. No entanto,
fui Furriel Miliciano entre os anos de 1972 e 1974. Nesse período, passei pela
guerra colonial na Guiné-Bissau. Penso que isso dá-me algum conhecimento de
como funcionam as coisas no Exército, arma da qual fiz parte.
As rondas são estabelecidas com tempo,
não pode haver alterações, nem de horários nem das próprias rondas em si. Daí
que não dá para perceber o que se passou em Tancos, com a suspensão de rondas
durante 20 horas.
É por isso que a história está mal
contada!
E se não é para acertar stocks de
material de guerra utilizado em instrução sem autorização superior, então,
poderemos estar perante a venda ilegal de armas por parte de alguém dentro da
unidade.
É necessário que as entidades
militares e civis procurem esclarecer rapidamente o que se passou.
A questão dos buracos na rede, não
passa de uma brincadeira para tentar despistar as autoridades militares e civis
da verdade.
Inclusive a tentativa de culpar as
autoridades políticas no “roubo” do material de guerra, é uma tentativa muito
pouco convencedora. Deu para os média venderem jornais, a televisão abriu os
telejornais com grandes parangonas durante dias e dias, mas na verdade
convenceu os cidadãos que não foram militares, ou aqueles que politicamente a
notícia servia.
Mesmo em teatro de guerra, é
necessário haver justificação do gasto de material de guerra, munições da G3,
granadas defensivas, ofensivas e de morteiro, já nem falo nas de lança granadas
foguete ou de obus.
Portanto, há em toda esta situação um
aproveitamento político, com o intuito de fragilizar o Governo, mas a verdade é
como o azeite, vem sempre ao cimo.
Vamos esperar com calma, pelas
decisões da polícia judiciária militar, pela investigação do DECIAP, pela
investigação da polícia judiciária civil e depois tiramos as conclusões de todo
este caso que continua na escuridão da noite mais longa do Inverno.
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