O perdão fiscal vs Taxa Extraordinária de Solidariedade
Mais uma vez ficou
demonstrado que este nosso (des)governo, não olha a meios para atingir fins.
Para conseguir manter o
défice dentro dos valores acordados com a troika para o ano de 2013, acabou por
fazer um perdão fiscal aos contribuintes em falta com o fisco, que já tinham as sua dívidas fiscais
acrescidas de juros de mora, mais as coimas pelo atraso de pagamento e as respectivas
custas administrativas, no montante de
495 milhões de euros.
Com esse perdão o Governo arrecadou 1.200 milhões de euros, mas
perdeu 39% desse valor no dito perdão fiscal, ou seja, os 495 milhões de euros.
Se nos lembramos bem que
este mesmo (des)governo, roubou os pensionistas e reformados com a Taxa
Extraordinária de Solidariedade, a chamada TSU dos pensionistas, alargando a
sua abrangência para os pensionistas e reformados com vencimentos de reforma de
1000 euros, cujo valor não chega ao montante perdoado aos infractores no pagamento
de impostos.
Outra situação interessante
em ter em conta com esta atitude do (des)governo, é que os maiores
beneficiários deste perdão fiscal, foram exactamente os patrões.
Em
juros (de mora e compensatórios), foram 422 milhões de euros, em coimas mais 38
milhões e em custas administrativas 35 milhões. No total são 495 milhões de
euros, o que representa 38% do total das dívidas fiscais e à Segurança Social
que foram pagas no final do ano passado pelos contribuintes.
No
regime de regularização de dívidas fiscais e à Segurança Social de 2013, os
contribuintes com dívidas foram incentivados a pagá-las com a garantia de que não
teriam de pagar os juros de mora e compensatórios que foram acumulando, vendo
também reduzidas de forma muito significativa as coimas. Neste último caso,
caso a dívida fosse paga na totalidade, a coima reduzia-se a 10%. Se o
pagamento da dívida fosse apenas parcial, o perdão da coima não se
concretizava.
Segundo
os dados agora chegados à Assembleia da República, dos 1277 milhões de euros
arrecadados graças ao perdão fiscal, 572 milhões corresponderam a dívida de
IRC, o que mostra que as empresas foram quem melhor aproveitou esta
oportunidade para regularizar a sua situação fiscal. As dívidas pagas de IRS
foram de 161 milhões de euros, enquanto no IVA o valor arrecadado foi de 196
milhões de euros. O IMI, IMT e IUC representaram 19, 35 e 35 milhões respectivamente[i].
É a chamada taxa "Robin
dos Bosques dos patrões" rouba-se aos pobres para dar aos ricos.
[i] http://www.publico.pt/economia/noticia/perdao-fiscal-custou-495-milhoes-em-juros-coimas-e-custas-administrativas-1623508
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