"Se quisermos ficar com as obras alguém vai ter que as pagar" .
Tem alguma piada de mau
gosto, diga-se de passagem, o comentário estúpido do Secretário de Estado da
Cultura, quando afirma: "Se quisermos ficar com as obras alguém vai ter
que as pagar"[i].
A resposta a este senhor é
que os portugueses já pagaram e até demais, porque tanto quanto sei pelo que
tenho lido na imprensa, o caso BPN já levou do erário público mais 5.000
milhões de euros. Nesse valor inclui-se as obras de Miró, que eram um activo do
BPN, estando na posse da Parvalorem, empresa criada para gerir activos tóxicos
do BPN.
A função do Estado é
proteger o seu património e não aliená-lo a troco de uns tostões, aliás,
apanágio deste Governo, que vende empresas chave da economia, como a REN e a
EDP. Destrói o património, mas a dívida pública
continua a subir, isso não se compreende.
Concordo que o Secretário de
Estado tenha as suas prioridades, mas o
património é de todos e tem de estar ao serviço de todos. Quando afirma: "Garantir que os museus estejam
abertos, garantir que os teatros nacionais possam funcionar, garantir que o
cinema continua a ser apoiado". Essa é, diz ainda," a base do serviço
público do Estado". Tudo isso é realmente importante, mas por tudo
aquilo que tenho lido, o que realmente falta são os apoios à arte, à cultura,
ao cinema, ao teatro, enfim temos um Secretário de Estado que peca pela ausência
nos apoios que a cultura necessita. Tal como as coisas estão, qualquer dia,
começamos a ver os teatros a fecharem, os museus a encerrarem e um abandono
total ao nosso património. Portanto, 35 milhões de euros que o Estado espera
arrecadar com a vendas da colecção Miró, é uma gota no oceano, comparado com o que já foi metido e continuará e ser pago
pelo caso BPN, onde impera a vigarice impune de muitos senhores do PSD.
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