Quem tem medo das palavras dos militares de Abril?
No mês em que comemoramos o
40.º aniversário da implementação da democracia, pelos militares de Abril,
temos mais uma polémica, em torno de quem deve discursar na Assembleia da
República. Uns, acham que têm direito a
discursar, outros, acham que não, que isso pertence aos deputados. Pois bem,
hoje estamos em democracia, graças aos militares de Abril, sem eles, ainda
estaríamos no "Estado Novo", apesar de actualmente não haver muita
diferença, pois o totalitarismo governativo está aí.
A Associação dos militares
de Abril, podem e devem fazer o seu discurso, se não conseguem falar na
"casa da democracia", porque alguns ditadores acham que esta
associação, apenas e só, deve fazer figura de corpo presente, mas que não tem de opinar, sobre a actualidade política.
Sei que o discurso desta Associação pode ser constrangedora para o Governo e
para o Presidente da República, que
jurou defender a Constituição e não o faz, mas não podem calar aqueles que
lutaram para que Portugal saísse do marasmo da ditadura Salazarista. Se não
lhes permitem discursar na Assembleia da República, devem fazê-lo noutro local qualquer, sei que não
será a mesma coisa, porque não terá o mesmo mediatismo, nem haverá tanta gente
a ouvir esta Associação. E dessa forma, os políticos conseguem o que querem, ou
seja, que não haja grande difusão, das palravas contra a política deste
Governo.
A Presidente da Assembleia
da República, senhora essa que é pensionista desde os 42 anos de idade, privilegiada
e com benesses que não devia ter, hoje acha que é a dona da Assembleia da
República, quando é apenas e só a sua Presidente.
Quando os militares de Abril
fizeram a sua revolução, não foi para que os políticos viesse a ter os
benefícios e mordomias que para si decretaram, desde subvenções vitalícias, a
reformas em idade que não lembra ao diabo, mas que realmente para eles vale
tudo. E quando são decretados cortes em pensões e nos subsídios de Natal e de
férias, eles ficam sempre de fora, os sacrifícios são para os outros.
Parece que estamos todos
novamente à espera de outro 25 de Abril, mas se isso um dia acontecer, desta
vez, não deve ser de cravos, com flores não se faz uma revolução. Temos o
exemplo da última, que criou uma elite política que nunca trabalhou, mas que
enriquecem apenas num mandato governativo. Que o diga Dias Loureiro, Duarte
Lima, Oliveira e Costa e muitos outros.
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