As condolências de Cavaco à família de António Borges
As condolências, de Cavaco
Silva públicas, através do seu Facebook à família de António Borges, tem dado
muito que falar:
1.º O Presidente da
República pode e deve enviar condolências públicas a entidades ou pessoas de
reconhecido valor, mas não pode nem deve esquecer todos aqueles que perdem a
vida ao serviço do país.
2.º O Presidente da
República, apesar de se ter feito representar nas cerimónias fúnebres dos bombeiros
falecidos nos incêndios dos últimos tempos, deveria em simultâneo enviar as
condolências aos familiares das vítimas, tal como o fez em relação a António
Borges.
António Borges, pessoa de um
invejável curriculum, também não deixou de ser uma figura controversa na sua
ideologia, nomeadamente nos conselhos dados ao Primeiro-ministro Pedro Passos
Coelho, em relação à chamada TSU dos trabalhadores, ou seja, baixar o valor
percentual à entidade patronal e aumentar a mesma percentagem ao trabalhador.
Isto aconteceu há um ano atrás. Além desta posição, teve outras depois desta
polémica, o que demonstrou perfeitamente a sua ideologia política de
neoliberal. Não é que António Borges não possa ter sido neoliberal, claro que
sim, cada um tem o direito de escolher o que quer ser, só que, este senhor, foi
escolhido por Passos Coelho, para ser seu consultor, ou seja, a ideologia tem
de ficar de lado e procurar dar conselhos que sejam a favor da colectividade e
não a favor de alguns.
Claro que Cavaco Silva opta
por felicitar ou neste caso dar as condolências à família do defunto
publicamente, em homenagem à personagem intelectual de reconhecido valor
internacional. No entanto, este senhor, morreu de morte natural, enquanto que
os bombeiros falecidos, foi no desempenho da sua actividade ao serviço do país.
Ao Presidente da República,
fica-lhe mal este tipo de descriminação. Com certeza que também se irá fazer
representar no funeral de António Borges, porque se o fizer pessoalmente, então,
teremos o caldo entornado.
Cavaco enviou as
condolências à família de António Borges, em nome de todos os portugueses, o
que não lhe diz respeito, porque eu, pessoalmente não estou minimamente
interessado no envio de condolências à família de António Borges. Para mim, é
uma morte como outra qualquer que existe neste país todos os dias e o
Presidente não envia condolências às Famílias de todos os defuntos do país diariamente.
Portanto, foi abusivamente, que sua Excelência o Presidente da República falou
em meu nome.
Outra situação que me faz
ficar completamente irritado com esta situação, é que António Borges, pessoa
que ganhava extremamente bem, não vai deixar os familiares abandonados à sua
sorte, o que não é o caso por exemplo, da última bombeira que morreu a combater
um incêndio florestal, que deixa uma filha de 4 anos de idade.
António Borges na sua
actividade de conselheiro do Primeiro-ministro ganhava entre 200 e 300 mil
euros mês, que todos nós pagávamos com os nossos impostos, enquanto a dita
bombeira, recebia o seu mísero salário de bombeira. Portanto, existe uma
diferença brutal entre os rendimentos entre quem serve o país e quem vive à
custa do país.
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