Gibraltar está para a Espanha, assim como, Olivença está para Portugal

Espanha tem telhados de vidro no que diz respeito a Gibraltar, porque neste caso, a entrega de Gibraltar por Espanha a Inglaterra, foi de livre e espontânea vontade.
Uma força anglo-neerlandesa liderada por Sir George Rooke apoderou-se de Gibraltar em 1704. O território foi cedido à Grã-Bretanha pela Espanha no Tratado de Utrecht em 1713, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola. Nesse tratado, Espanha cedeu à Inglaterra "… a total propriedade da cidade e castelo de Gibraltar, junto com o porto, fortificações e fortes … para sempre, sem qualquer exceção ou impedimento."[i]
Conforme o que ficou escrito no Tratado de Utrecht em 1713, Gibraltar foi entregue à Inglaterra para pagamento de parte da dívida, contraída por Espanha na Guerra da Sucessão Espanhola.
No entanto, Espanha apoderou-se da cidade de Olivença a Portugal em 180, ou seja, praticamente um século depois de Espanha ter perdido Gibraltar. (Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti)
Questão de Olivença é o nome pelo qual é conhecido o diferendo entre Portugal e Espanha quanto à soberania sobre Olivença (em castelhano: Olivenza).
A administração e soberania espanhola de Olivença e territórios adjacentes não são reconhecidas por Portugal, estando a fronteira por delimitar nessa zona. Em 1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi anexado por Espanha. Em 1817, quando subscreveu o diploma resultante do Congresso de Viena (1815), a Espanha reconheceu a soberania portuguesa, comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível. No entanto, tal nunca chegou a acontecer.
Derrotadas as ambições franco-napoleónicas, reuniu-se o Congresso de Viena, aberto em Setembro de 1814. Nele se encontravam representadas não apenas as principais potências da Europa à época - Grã-Bretanha, Áustria, Prússia e Rússia -, mas também Portugal, Espanha, Suécia, assim como a vencida França. Constituíam o Comité dos Oito que seria o órgão principal do Congresso. Os trabalhos prolongar-se-iam até ao ano seguinte, sendo a Acta Final assinada em 9 de Junho (Robert Ouvrard. Le Congrès de Vienne).
Junto das assinaturas dos representantes da Áustria (Metternich), da França (Talleyrand), da Grã-Bretanha, da Prússia, da Rússia e da Suécia, vinha a de D. Pedro de Sousa Holstein, futuro duque de Palmela, chefe da delegação portuguesa. A Espanha, que não o fez de imediato, viria também a subscrever a Acta, a 7 de Maio de 1817.
Do Congresso de Viena haveria de emergir uma nova nova ordem europeia que, sustentada no estabelecido na Acta Final, por quase meio século regularia as Relações Internacionais no continente e preservá-lo-ia da guerra[ii].
Não quero dizer que façamos uma guerra para voltar a ter Olivença, os espanhóis que lá vivem merecem melhor sorte, porque com a nossa política actual, iriam sofrer as agruras da vida que neste momento recaem sobre os portugueses.
No entanto, se os espanhóis estão tão obcecados com Gibraltar, então têm de pensar em entregar Olivença, cuja legitimidade das pretensões de Portugal, é mais que justa, aliás, Espanha reconheceu isso em 1817, após ter assinado a acta do Congresso de Viena.
Também não se pode esquecer a vontade dos cidadãos de Gibraltar, que num referendo em 2002, 98% da população, optou pela actual situação, ou seja de pertencerem à Inglaterra[iii].

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