"Não se faz ao PS"

Parece que António José Seguro, não percebeu o porquê do avanço de António Costa, para a liderança do PS.
António José Seguro, é um líder insípido e por isso mesmo, os resultados eleitorais, que não representam a votação que habitualmente o partido obtém. Apesar disso, a votação corresponde a vitórias, porque muitos dos eleitores do PS, votaram no partido e não no líder, apesar de este não obter a simpatia de quem votou. Por vezes, mais vale um mal menor que uma péssima escolha.
O avanço de António Costa, deve-se exactamente ao facto de o PS não estar agregar à sua volta os apoios eleitorais habituais. Já nas eleições autárquicas, o PS ganhou as eleições, mas não foi uma grande vitória. Não ganhou a Câmara do Porto, perdeu a Câmara  de Matosinhos pela opção da escolha do candidato, provocando uma rotura com o actual Presidente da Câmara, que é dissidente do PS, devido à escolha da Federação do seu candidato. Houve mais casos como este. Perdeu a Câmara Municipal  de Braga, um dos bastiões do PS, perdeu a Câmara Municipal de Beja, enfim, não foi uma grande vitória.
António José Seguro, deve ter desde o tempo da JS, a ambição de um dia chegar a Secretário Geral do PS e por consequência a Primeiro Ministro. É uma ambição lógica e justa, mas se o primeiro caso conseguiu atingir, o segundo, parece que está muito mais difícil, porque nestes três anos de Secretário Geral do PS, não fez nada de especial, não teve nenhum papel importante na oposição e como líder do maior partido da oposição, tem passado muito ao lado da oposição que seria necessária a este Governo.
A promessa que António José Seguro está a fazer agora de pretender a redução para 180 deputados no Parlamento[1], isso já tinha dito no início desta legislatura, mas nunca mais falou no assunto. A criação de círculos uninominais, parece-me bem, pois será muito importante para o eleitor saber exactamente qual foi o deputado que ajudou a eleger, para que o possa ameaçar, quando este votar de acordo com a disciplina de voto partidária e não nos interesses dos cidadãos. Sobre o regime de incompatibilidades para os políticos, essa lei já existe, o problema é que esta é sempre posta de lado e prevalece os interesses dos políticos. Portanto, isso não passa de demagogia barata e vãs, até porque o PS sozinho não consegue impor coisa nenhuma.
O problema de António José Seguro, é estar agarrado ao poder, tal como Passos Coelho. No fundo são iguais.
Um líder quando é desafiado na sua liderança, vai de imediato para eleições e como quem não deve não teme, disputa a liderança com o opositor e no fim ganha o melhor.
António José Seguro, está a dar trunfos ao PSD, que está neste momento a pressionar o TC, com um único objectivo, criar uma crise política, devido às divisões internas no PS. Se António José Seguro, tivesse convocado de imediato um Congresso extraordinário e eleições directas para a liderança do partido, o PSD estaria neste momento a pensar numa forma de tentar minimizar as perdas. Desta forma, o PSD está a ver que consegue inclusive ganhar as eleições, daí que o discurso de Passos Coelho está a mudar em relação ao chumbo pelo TC de três das quatro medidas em apreciação pelo Tribunal do OE de 2014.
António José Seguro, está a ver muito mal a questão de ambições, até porque António Costa está bem na presidência da Câmara Municipal de Lisboa, ganhou as eleições com facilidade. Depois António Costa, é uma pessoa que não tem dificuldades em fazer coligações com os partidos mais à sua esquerda, fez com José Sá Fernandes, quando este concorreu pelo BE. Por isso, poderá ser um bom indicio para que possa haver na Assembleia da República alguma convergência de esquerda. Claro que isso, também depende do PC, que muitas vezes se fecha no seu casulo e não quer ser mais nada que o partido da contestação.




[1] http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=3954849&page=-1

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