Face Oculta - Justiça em suspenso.

Ontem fomos surpreendidos com uma condenação judicial histórica. Mas na prática, nada mudou, ou seja, em qualquer parte do mundo civilizado, os arguidos, teriam saído do Tribunal de Aveiro em carros celulares e encaminhados para as respectivas penitenciárias. Ora, isso não aconteceu e não vai acontecer tão cedo, porque todos eles têm 60 dias para recorrerem da sentença, para a instância superior, que por sua vez, também tem um prazo para deliberar e se alterar uma virgula na sentença, já é motivo para mais um recurso, para a instância seguinte passados mais 60 dias e assim sucessivamente. Partindo do  princípio que todos eles não irão encetar uma fuga para algum país com quem Portugal não tenha acordos de extradição, na melhor das hipóteses, daqui a um ano serão presos.
Este colectivo de juízes pretendeu dar o exemplo de como se condena a corrupção e o tráfico de influências em Portugal, mas na verdade é que este é o primeiro caso em que isso acontece. Se todos os arguidos tivessem sido detidos na sala de audiências do Tribunal de Aveiro, poder-se-ia dizer que foi feita justiça, mas como isso não aconteceu, a justiça está suspensa até à data do mandato de prisão dos arguidos.
Agora, possivelmente começa o circo da especulação e das apostas...
Esperemos que realmente a justiça vença e que esta pena sirva de exemplo para todos aqueles que se servem da política e dos cargos de chefia das grandes empresas públicas, que no caso de prevaricarem, podem ter a espada de Salomão direccionada ao seu pescoço.

Pena é, que todos os outros tenham saído incólumes de situações análogas e outros que ainda estão em investigação, acabem por prescrever e não lhes vai acontecer nada. Exemplo: O acaso da compra dos submarinos Tridente e Arpão, que na Alemanha a justiça foi célere e condenou gestores da Ferrostaal, empresa que construiu os ditos submarinos, mas que por cá, a justiça não avança e está em vias de prescrever qualquer acusação.    

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Viva a petinga e os jaquinzinhos

Cavaco e agricultura, após o X Governo Constitucional

A dança das cadeiras