Primeiro Ministro e Governador do BdP, sabiam do buraco do GES desde do fim de 2013

Nestas coisas de falências de bancos, não está incólume o Governo, nem o Banco de Portugal.
Pelo  artigo publicado no Jornal O Público de hoje, tanto o Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho, como o Governador do Banco de Portugal Carlos Costa, estavam ao corrente da situação do  BES, pelo menos desde de Outubro de 2013.
Passos Coelho deu “indicação” ao GES para afastar Ricardo Salgado em 2013[1]
Este é o título do artigo publicado no  Jornal O Público
Reuniões entre Carlos Costa e o primeiro-ministro sobre a contaminação do GES ao BES começaram em Outubro de 2013, depois de o Banco de Portugal tomar conhecimento do buraco de sete mil milhões de euros.
Num dos encontros com Passos Coelho, em Outubro de 2013, o governador do Banco de Portugal explicou que a solução teria de passar necessariamente pelo afastamento de Ricardo Salgado.
Desta forma não pode haver desculpas nem para o Governador do Banco de Portugal e muito menos para o Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho. Apesar do PSD vir em defesa do  seu líder e atirar as culpas exclusivamente para o Governador do Banco de Portugal.
Já todos nós contribuintes, estamos habituados com a incompetência dos governantes no que diz respeito à protecção dos dinheiros públicos e apenas e só se atiram contra as pensões e reformas de quem descontou uma vida inteira de trabalho.
Se no final de 2013 já era claro que Ricardo Salgado tinha de abandonar as funções executivas do BES, então, porque foi que se protelou a situação da exoneração desta personalidade até ao fim de Julho de 2014?
Porque foi que o Primeiro Ministro, o Presidente da República e o Governador do Banco de Portugal, vieram a terreiro dizer que o aumento de capital  do BES era um bom investimento, que era seguro, blá, blá, blá e muito blá, blá, blá e deixaram que muitos pequenos investidores, enfiassem as suas poupanças num banco completamente falido.
Se no fim de 2013, já era do  conhecimento do Banco  de Portugal, que existia um passivo de 7.000 milhões de euros no GES, seria bom que nessa altura, o Governador do Banco de Portugal e o Primeiro Ministro tomassem as medidas necessárias, para evitar a contaminação do BES ao GES. Não o fizeram e o resultado, foi o que se viu. E agora, não existem culpados, não vai haver punições para ninguém, a não ser para os pequenos investidores, que ficaram sem o seu dinheiro, muitos deles, sem as poupanças de uma vida.
Culpados não vai haver, vai haver uma comissão de inquérito na Assembleia da República, mas não vai dar em nada, tal como acontece com todas as comissões de inquérito que por lá são efectuadas.
Mais uma vez a "culpa vai morrer solteira"!!!




[1] http://www.publico.pt/economia/noticia/ja-em-2013-passos-coelho-deu-indicacao-ao-ges-para-afastar-ricardo-salgado-do-bes-1669151

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