A democracia não funciona em Portugal
Passos Coelho o homem que
afirmou que os portugueses viveram acima das suas possibilidades, que encetou
uma perseguição aos portugueses através de impostos e cortes salariais, quer
aos trabalhadores activos, quer aos pensionistas e reformados. De uma pessoa
desta natureza, esperava-se alguém cumpridora das suas obrigações fiscais, de
uma ética exemplar. Mas não, pois que passados mais de 10 anos do términus da
sua carreira de deputado, descobre-se por denúncia à Procuradoria da República,
que afinal, Passos Coelho, tem telhados de vidro.
Passos
Coelho foi vice-presidente do grupo parlamentar do PSD na VII legislatura,
razão pela qual recebia um acréscimo de 15% sobre o seu vencimento. Nessa
altura, o abono devido aos deputados em exclusividade era de 10%. Essa poderá
ser a explicação para só ter declarado a exclusividade no fim do mandato[1].
Passos Coelho entregou na
Assembleia da República uma declaração de ter exercido a actividade de deputado
em exclusividade, durante e VI e VII legislatura.
Passos
era vice-presidente da bancada e ganhava mais por isso do que receberia pela
exclusividade[2].
Ora estes documentos provam
que Pedro Passos Coelho, requereu o subsídio de reintegração, devido a ter
exercido o mandato de deputado com caracter de exclusividade. Aliás, requerimento
efectuado por ele próprio documento apenso.
Se
Passos não tivesse declarado estar em exclusividade, nunca lhe teria sido pago
o valor de cerca de 60 mil euros de subsídio de reintegração, em 2000. Teria
apenas direito a cerca de metade, referente à VI legislatura, quando a lei nem
sequer impunha a dedicação exclusiva como condição do pagamento do subsídio. E,
como o PÚBLICO confirmou agora, essa informação existia no acervo documental do
Parlamento, era do conhecimento do secretário-geral Albino Soares e tinha a
assinatura de Passos Coelho[3].
Não interessa saber que o
crime prescreveu, o que interessa é o acto de ter mentido e enganado a
Assembleia da República, ser uma pessoa com muito pouca ética, além de haver a
desconfiança de ter lesado o Estado de duas maneiras:
- Recebeu
um subsídio que pelos vistos não tinha direito a ele.
- Não
pagou impostos em remunerações que recebeu da empresa Tecnoforma, onde
exercia funções.
Num país civilizado e onde a
democracia funcione como deve ser, este Primeiro Ministro já estava demitido. É
preciso não ter vergonha na cara, exigir aos portugueses um brutal aumento de
impostos, afirmar que todos os cidadãos viveram acima das suas possibilidades,
baixar salários e reformas, mas que para si próprio "saca" tudo o que pode.
Também existe o caso do
Secretário geral da Assembleia da República, que omitiu documentos e
informações sobre este assunto. Daí que deveria também, tirar as suas elações
políticas, ou seja, a sua demissão.
Mais uma vez, vai haver
impunidade para quem prevarica em actos pouco claros ou até ilícitos.
[1]
http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-era-vicepresidente-da-bancada-e-ganhava-mais-por-isso-do-que-receberia-pela-exclusividade-1670803#/0
[2]
http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-era-vicepresidente-da-bancada-e-ganhava-mais-por-isso-do-que-receberia-pela-exclusividade-1670803#/0
[3]
[3] http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-era-vicepresidente-da-bancada-e-ganhava-mais-por-isso-do-que-receberia-pela-exclusividade-1670803#/0




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