A culpa continua a ser do Sócrates...

Um dia depois de ser conhecida a demissão de Paulo Portas, sabe-se agora, que o líder centrista tomou a decisão de demitir-se unilateralmente, apesar de ter estado na véspera na Comissão Política do Partido. Dentro do CDS/PP, estão incrédulos com a atitude do seu líder.
As consequências deste acto, já fez com que os juros da dívida soberana as Yields, na abertura dos mercados, ultrapassaram os 8% a 10 anos: mais que em 2011, no Governo de José Sócrates.
A verdade, é que ontem à noite começou um espectáculo do empurra de culpas, pelas consequências da queda do Governo. Não é nada que não estivesse previsto, aliás, ontem de tarde, após a notícia da demissão de Paulo Portas, escrevi que isso iria acontecer. Ao longo dos dois últimos anos, já nos habituamos a este espectáculo do empurra culpas, tem sido assim com as más notícias das contas pública e a culpa é sempre do José Sócrates e do Partido Socialista.
Nos dois últimos anos nada funcionou de acordo com as previsões do Ministério das Finanças, ou seja, falharam as previsões de receitas, apesar do “enorme aumento de impostos”; as falências aconteceram em números nunca vistos, a mesma coisa com o desemprego, devido a essa falências e a reestruturação em empresas, havendo necessidade de despedir pessoal, porque a produção não tinha escoamento no mercado, por falta de dinheiro das pessoas. Aumentaram as taxas moderadoras na saúde e acordaram com a troika uma receita na ordem dos 231,5 milhões de euros, para 2012. No entanto, as mesmas ficaram nos 171,4 milhões de euros, ou seja, menos 60 milhões que o acordado com a troika[i].
Nas ex-SCUT, só este ano, mais de 10 mil viaturas por dia, em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, em 2012 tinham perdido 40% do tráfego em relação a 2011: quer isto dizer, que as receitas estão sempre a baixar, porque o dinheiro no bolso dos contribuintes, cada vez é menos e as pessoas têm de fazer opções.
O actual Primeiro-ministro, teve ânsia de poder em 2011, pelo que não aprovou o PEC 4, foi duramente criticado pela senhora Merkel, devido a essa atitude, porque estava tudo preparado com a Alemanha, BCE e CE, para resolverem o problema de Portugal, sem intervenção da troika e sem memorandos. Esse compromisso existia, devido à situação criada pela falência do Lehman Brothers e que para atenuar essa crise em 2008, as ordens da CE, foi investimento, investimento e investimento; isso fez disparar a dívida pública e de um momento para o outro, as ordens da EU, foram: controlar o défice a todo o custo, fazendo uma cambalhota de 180º. Nessa altura o Governo de José Sócrates foi apanhado numa teia, da qual era difícil de sair e com o chumbo do PEC 4, as coisas pioraram ainda mais. Nessa altura, Pedro Passos Coelho salta da cartola e apresenta-se como candidato a Primeiro-ministro, sem nunca ter tido alguma experiência de gestão de alguma coisa a sério, a sua carreira profissional, está metida numa nublosa de dinheiros de Fundos Comunitários, através da Tecnoforma, mas não tinha nenhuma preparação para ocupar um cargo de Primeiro-ministro e isso, hoje, é uma constatação que ninguém tem dúvida: aliás, ontem à noite os diversos comentadores políticos o disseram mais uma vez, houve até quem dissesse que isto não passava de “um bando de garotada” a governar o país.
Também tem havido diversos vaticínios para a resolução desta crise inesperada, desde o apoio Parlamentar do CDS/PP ao PSD, como o manter-se a coligação com outros protagonistas. Uma coisa é certa, todos estes governantes têm gozado com o esforço dos portugueses, não só pelos sacrifícios que foram pedidos aos portugueses serem infrutíferos, como pela destruição da economia, o aumento desmesurado do desemprego, enfim por todas as políticas de destruição do país que tem sido seguida. Hoje, é claro para toda a gente, estamos muito piores que em 2011. Se existia dúvidas para alguém nesse sentido, penso que hoje é muito claro para todos os portugueses, os que votaram neste Governo e os que não votaram.
Não sei qual a solução desta crise, mas parece que este Governo já não tem mais pernas para andar. A crise política está mais que aí, está completamente instalada e seja qual for a solução, será de pouca dura, pois o CDS/PP nunca foi um Partido político que levasse os seus compromissos até ao fim. O que foi feito ontem, foi apenas mais uma repetição de outros actos iguais.
Hoje também ficamos a saber o motivo da demissão de Vítor Gaspar, veio publicado no Jornal I[ii]: há duas semanas atrás, Vítor Gaspar resolveu ir às compras a um hipermercado sem escolta de gorilas, resultado, quando chegou à caixa, foi identificado pelos utentes do dito hipermercado, insultado, cuspido e não aconteceu mais nada, porque os seguranças da grande superfície acabaram por o retirar dali. Sorte, a dele, pois poderia ter sido muito pior, bastava alguém começar uma agressão e o resultado seria outro. Estas coisas começam sempre por um pormenor e a partir daí, descamba e acontece a mesma coisa que na Turquia, no Brasil, no Egipto, etc..
Agora temos de esperar pelas reuniões do “ocupa” do Palácio de Belém, que é um incompetente nato, que amanhã pela manhã recebe Pedro Passos Coelho e pela tarde, vai receber os Partidos com assento Parlamentar. Qual a sua decisão, mais do mesmo, ou seja, não vai fazer coisa nenhuma, é para isso que tem um Orçamento de 16 milhões de euros, dados pelo Governo.  




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