Aumento do salário mínimo à custa dos contribuintes


De vez em quando, aparecem uns iluminados com umas ideias fantásticas: agora é João Proença da UGT, que diz que o Estado deve custear o aumento do salário mínimo de 485 euros para os 500 euros, com uma redução da TSU para os salários mais baixos. Pensando, que segundo João Proença até já fez contas e as apresenta, numa altura em que a Segurança Social devido aos subsídios de desemprego, está a perder receitas que põe em causa a sua sustentação, quer dizer que esta não é a solução para o aumento do salário mínimo.
Os patrões, tanto industriais como comerciantes têm benefício com este aumento, pois acaba sempre por fazer crescer a economia, com a melhoria do poder de compra, que foi retirado aos portugueses, através do confisco das Finanças. Se assim é, tem de ser as entidades patronais a fazer crescer o salário mínimo, tal como já esteve na Lei para 2011, mas que não foi cumprido por ninguém.
Quando os patrões são beneficiados com a medida, apesar de despenderem mais algum dinheiro na liquidação dos salários, acabam por beneficiar na aquisição dos seus produtos, que afinal é o seu negócio. Com salários baixos, a economia não cresce e também não me parece que o aumento de 15 euros mensais, vá fazer uma diferença de forma, de modificar o prato da balança. Já para a Segurança Social, reflecte um aumento de encargos em 100 milhões de euros, numa altura em que o desemprego aumenta diariamente, não me parece boa ideia, esta sugestão.
Da parte da Confederação do Comércio, não vi nem li nenhuma oposição ao aumento do salário mínimo, apenas da CIP é que vem a ideia de baixar a TSU. Em Setembro passado, até a CIP se opôs à modificação anunciada por Passos Coelho, mas agora, pretende reactivar o processo, de forma a ter de ser o Estado a aumentar os salários dos trabalhadores privados. Isto no mínimo é caricato!
O confisco do Estado foi nos salários mais elevados, acima dos 700 euros e não no salário mínimo, pesar da justiça social, que é, o aumento do salário mínimo, não podemos nesta altura fazer uma sobrecarga ainda maior na Segurança Social. Ou os patrões optam pelo aumento do salário mínimo, por uma questão de justiça, ou não o fazem e o poder de compra dos portugueses, também não se altera, pelo que continuamos na estagnação de sempre.
Penso que João Proença deve começar a pensar na sua retirada da Concertação Social e até talvez da UGT. No primeiro caso, porque o Governo hostiliza constantemente as centrais sindicais e no segundo caso, porque deve dar lugar a pessoas com mais garra para o cargo de sindicalista, ou seja, com ideias mais ligadas aos trabalhadores e não às entidades patronais.

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