O resultado da austeridade


O desespero de quem não tem trabalho e não consegue o sustento da família leva as pessoas ao desespero. É impressionante o número de suicídios só durante o primeiro trimestre do ano.
As duas zonas onde se perdeu mais emprego, são exactamente os locais onde houve mais suicídios, que totalizam 163 das 235 pessoas que cometerem o suicídio durante o primeiro trimestre.
Quando se ouve os membros do Governo nomeadamente o Primeiro-ministro e o Ministro de Estado e das Finanças a falar em cortes do Estado social, nem sequer estão a pensar no desespero que provocam às pessoas de parcos recursos e com as medidas adoptadas, atiram para o suicídio mais umas quantas pessoas. Esta falta de sensibilidade que existe entre esta ideologia seguida por estes governantes e a dos partidos de esquerda, faz toda a diferença e no fim de tudo isto, pergunta e para quê? Que resultados foram obtidos com esta política? Diminuiu-se o défice público? Passamos a dever menos aos nossos credores internacionais?
Pois, nada disto foi conseguido, continuamos a ter aumento de défice público, continuamos a aumentar a nossa dívida, apesar de todos estarmos a viver pior que no Governo anterior e o resultado desta política, foi, e continuará a ser o aumento da pobreza e o aumento dos suicídios neste país.
A insensibilidade dos nossos governantes, é repugnante, sempre que se fala em cortes, é dito de imediato que serão, na Saúde, Educação, Segurança Social. Ninguém fala nos cortes de regalias dos políticos, do número de viaturas que estão ao serviço de cada ministério, do número de pessoas que trabalham nos gabinetes dos ministros e dos secretários de Estado, nos cortes das rendas excessivas da energia, nos cortes dos lucros excessivos das PPP. Enfim, só é para cortar tudo que o possa afectar a vida quotidiana dos cidadãos, mas deixando incólume tudo o que seja benefícios dos politiqueiros deste país, tais como subvenções vitalícias, reformas ao fim de uma dúzia de anos na política, subsídio de reinserção e reintegração, quando deixam a política e todas as mordomias da Assembleia da República, quer dizer, uma panóplia de regalias que mais ninguém tem, a não ser esta classe de parasitas da sociedade.
Ouvir falar os militantes dos partidos, quando são convidados dos pivot dos telejornais, dá até nojo ouvi-los, porque a sua retórica e discurso é sempre a mesma, vivemos acimas das nossas possibilidades, como se isso fosse uma verdade. Como tudo na vida, há quem tenha vivido acima das suas possibilidades e outras pessoas, felizmente, a esmagadora maioria das pessoas, viveram uma vida normal, de acordo com os seus rendimentos. Podem ter gasto tudo o que ganharam, mas isso é outra coisa, porque se gastaram tudo o que ganharam, fizeram mexer a economia e o dinheiro é para circular, caso contrário a economia pára.
Com o aumento brutal de impostos, provocou-se o encerramento de muitas empresas e por conseguinte muito desemprego.

Suicídio subiu 54% no norte do país
83 pessoas puseram termo à vida neste trimestre no Norte, 29 mortos a mais do que em 2012. Desemprego cria desesperança e pode estar a alterar perfil das vítimas, alertam os especialistas
Os registos do Instituto Nacional de Medicina Legal dão conta de 235 suicídios no primeiro trimestre deste ano. Só no Norte, a soma chega às 83 vítimas. No Sul e Centro perderam-se 80 e 72 vidas.
O número de vítimas no Norte surpreende por ser a mais elevada do país em termos absolutos e traduzir um aumento acentuado face ao ano anterior. Em período idêntico, no ano passado, houve 54. Este ano são mais 29 suicídios, mais 53,7%. No resto do território diminuíram. Comparando trimestres, houve mais dois.

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