A fuga de Oliveira e Costa?

José de Oliveira e Costa, o homem que protagonizou a maior fraude num banco, que alguma vez aconteceu em Portugal. Esteve preso, em prisão preventiva mais de um ano, passou depois para prisão domiciliária com pulseira electrónica e mais tarde foi-lhe atribuída a medida de coacção de termo de identidade e residência. Pois bem, um homem que é o protagonista principal, apesar de haver outros indiciados no processo, mas Oliveira e Costa é o principal responsável pelo desaparecimento de milhares de milhões de euros no BPN.
Claro que uma fraude desta envergadura, não é nem pode ser feita por apenas um homem, sabendo-se que existem muitos beneficiários desse dinheiro desaparecido, nomeadamente, Manuel Dias Loureiro, também indiciado no mesmo processo, entre outros. Além disso, também existe o caso das acções do BPN, adquiridas por Cavaco Silva e pela sua filha, compradas a um euro e vendidas um ano e tal adiante por mais do dobro do valor pago, ao próprio BPN, que originou uma rentabilidade de mais de 240% do valor investido. A mesma coisa se passou com Rui Machete, actual Ministro dos Negócios Estrangeiros.
A SLN serviu muita gente do PSD, talvez por isso, os tribunais não se achem com capacidade de julgar este caso. Duarte Lima, outro senhor do PSD, antigo líder do Grupo Parlamentar do PSD, também cometeu uma pequena fraude de 50 milhões de euros com terrenos adquiridos em Oeiras, onde estava inicialmente projectado a construção do edifício sede do IPO de Lisboa. A promiscuidade na obtenção de informações privilegiadas, fez com que Duarte Lima adquirisse os terrenos em Oeiras, onde cometeu fraude fiscal entre outros ilícitos. Hoje está a ser julgado devido a este caso que tem o nome de Homeland, onde Oliveira e Costa teria de se apresentar para ser ouvido como testemunha[i]. Disse bem, teria, mas não apareceu, porque a carta enviada a Oliveira e Costa foi devolvida ao tribunal, por não ter sido possível notifica-lo.
O Tribunal Criminal de Lisboa já colocou a Polícia de Segurança Pública a tentar notificar Oliveira e Costa, mas em vão, porque na morada indicada por Oliveira e Costa, ninguém abre a porta. Nas notícias de ontem à noite da RTP 1, foi dito que o SEF, verificou que Oliveira e Costa renovou o seu Passaporte, o que poderá indiciar, que Oliveira e Costa, foi gozar os dinheiros desviados do BPN com a sua ex-mulher, de quem se divorciou, aquando da sua prisão preventiva, mas antes do divórcio, teve tempo para passar os bens para a mulher e filhos, tudo isto foi feito na cadeia, aliás, criou e dissolveu empresas, enquanto preso. Isto só neste país.
Incompreensivelmente, Oliveira e Costa, conseguiu passar de prisão preventiva, para prisão domiciliária e mais tarde para termo de identidade e residência. Para quem fez desaparecer milhares de milhões de euros do BPN e que estão todos os portugueses a pagar essa factura, com cortes no Estado social, nos salários da Função Pública, pensões e reformas dos idosos, com um brutal aumento de impostos, para que o grande responsável desta Mega fraude, possa estar em liberdade, sabe-se lá onde.
Um caso parecido a este nos Estados Unidos, o chamado caso Madoff, foi julgado com celeridade e o Bernard Madoff, foi condenado a 150 anos de cadeia e com 73 anos trabalha na prisão para ganhar 170 dólares por mês[ii]. Esta é a diferença dos tribunais estrangeiros e dos tribunais portugueses, em que a justiça não se faz ou demora anos e anos, até que se faça alguma coisa.
Oliveira e Costa deverá neste momento estar a gozar o dinheiro subtraído ao BPN, numa “gaiola dourada”, porque espero que assim seja, não tardará que o Tribunal Criminal de Lisboa emita um mandado de captura internacional contra este senhor. No entanto, o regresso ou não a Portugal, deve depender do país onde se encontrar, porque não temos acordos de extradição com todos os países do mundo. Daí, o termo de ele poder estar numa “gaiola dourada”, porque pode eventualmente nunca mais poder sair desse local onde se encontra.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Viva a petinga e os jaquinzinhos

Cavaco e agricultura, após o X Governo Constitucional

A dança das cadeiras