Setembro de 2014, mês de Portugal regressar aos mercados, lembram-se?

Possivelmente já ninguém se lembra que há um ano atrás, o Ministro de Estado e das Finanças Vítor Gaspar, dizia que Portugal regressava aos mercados em Setembro de 2014. Pois bem, estamos em Setembro de 2014 e as taxas de juro para a dívida soberana portuguesa, continuam a subir e ontem estavam a ser negociados no mercado secundário a cerca de 7,508%[i], valor que atingiu em Julho, aquando da crise política provocada por Paulo Portas, o demissionário “irrevogável”.
Com a degradação das taxas de juro sobre as yields da dívida portuguesa, estamos praticamente perante a possibilidade de um novo resgate e tudo isto acontece, devido à incompetência dos actuais governantes, que não foram capazes de fazer uma recuperação económica do país, até pelo contrário, afundaram-no ainda mais.
Paulo Portas fala em programa cautelar, quando tem de falar em novo resgate, mas isso, iria penalizar a sua pessoa, porque foi exactamente ele com a sua posição de “irrevogável”, que provocou a maior crise política deste Governo.
O caricato de tudo isto, é falarem em crescimento económico, quando ele não existe, mas os governantes dizem que no próximo ano Portugal vai crescer economicamente. Mentira, ainda ontem dados do Banco de Portugal, diziam que Portugal crescerá -2,0% e as previsões do Governo era de um crescimento de -2,3%. Chamar a isto crescimento é pura e simplesmente mentira, os números indicam uma queda menos acentuada e não crescimento.
Pelas poucas coisas que se vai sabendo das entrelinhas que os diversos políticos vão dizendo, no próximo ano, além dos cortes nos pensionistas e reformados que terão mais a taxa de solidariedade que inicialmente era para 2013, mas que agora será para todo o período de ajuda externa, vai haver mais cortes na saúde e na educação, ou seja cada vez menos Estado Social. Por este andar, o Serviço Nacional de Saúde, está a chegar ao fim, a não ser para os hospitais privados e clinicas privadas, onde aceitam os beneficiários da ADSE e também por isso mesmo, não acabam com esta regalia dos funcionários públicos.
Todos os cortes são direccionados para a mesma classe, a trabalhadora. Os ricos e os políticos estão de fora nestas coisas de cortes, porque para eles não existe austeridade.
Voltando à questão de Portugal se financiar nos mercados, que segundo o Governo há um ano atrás dizia que seria este mês, parece que houve um completo erro de cálculo, aliás como todos os de Vítor Gaspar. Com o desvanecer desta realidade, o chamado programa cautelar que Paulo Portas fala, também se começa a desvanecer e passará para um novo programa de ajuda externa, com mais do mesmo ou seja mais ressecção e muita mais austeridade, tudo por culpa de quem nos governa, que tomou opções erradas nas medidas de austeridade imposta aos portugueses.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Viva a petinga e os jaquinzinhos

Cavaco e agricultura, após o X Governo Constitucional

A dança das cadeiras