Como se faz má despesa pública
A promiscuidade, entre a
política e o futebol, faz com que haja negócios que provoquem má despesa
pública.
Luís Filipe Menezes ao ter construído
o centro de estágio do Olival, para afrontar o seu rival de partido Rui Rio,
que por sinal ocupa o cargo de Presidente da Câmara Municipal do Porto e que
não simpatiza nada com o FCP, deu para que, com esse gasto de 16 milhões de
euros, tenha o benefício de votos de uma grande parte dos portistas que não
separam política do desporto.
Mas o mais grave, de toda
esta situação, é o FCP pagar de renda a módica quantia de 500 euros mensais,
por umas instalações que são reconhecidas como as melhores que existem no
mundo, senão a melhor, segundo João Havelange, o antigo Presidente da FIFA.
Ora, se tivermos em conta que este complexo desportivo tem 80 mil metros
quadrados e que a renda mensal é de 500 euros, valor de uma renda de um
apartamento T3, então, devemos pensar que o senhor Luís Filipe Menezes
vigarizou o Estado português com este negócio. Os 500 euros nem sequer devem
dar para pagar a água do complexo do desportivo do Olival, quanto mais para a
utilização de 80 mil metros quadrados.
No entanto, o caso de Luís
Filipe Menezes não é único, também aconteceu algo semelhante no Seixal com o
seu Presidente da Câmara Municipal Alfredo Monteiro, que facilitou a construção
do centro de estágio do Benfica sem qualquer salvaguarda de contrapartidas.
São estes políticos que põem
outros interesses pessoais, acima dos interesses colectivos ou da sociedade, em
benefício próprio ou de alguns que os rodeiam, mas que todos os restantes
portugueses têm de pagar. Para o caso do FCP, podia muito bem investir o
dinheiro gasto pela autarquia de Gaia no Centro de Estágio do Olival, porque
tem dinheiro para isso. A autarquia de Gaia deveria ter vendido os 80 mil
metros quadrados de terreno a um preço mais acessível mas não devia desbaratar
o património que é de todos em benefício de uns poucos.
No caso do Seixal, parece
que também houve favorecimento do Benfica, que construiu o seu centro de
estágio, sem desembolsar dinheiro pelo terreno, já que não houve salvaguarda de
contrapartidas nessa construção.
Mas entre os dois casos,
Gaia é o mais prejudicial para o erário público. Partindo do princípio que o
FCP pague a manutenção do complexo desportivo, com a renda de 500 euros
mensais, eram necessários 2666 anos para que o investimento dos 16 milhões de
euros fosse pago, isto sem juros claro. No entanto, o contracto de utilização
das instalações é de 50 anos[i].
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