De consumistas, passamos a consumir pouco. Quem o diz é o Primeiro-ministro.
Durante praticamente dois
anos que este Governo tem andado a dizer que os portugueses viveram acima das
suas possibilidades, tendo enveredado por uma opção de confisco fiscal,
diminuição de salários na Função Pública, regressão nas pensões e cortes nas reformas,
tudo com o intuito de empobrecer os portugueses, como forma de vingança pelo
despesismo em anos anteriores. O despesismo, se o houve, foi efectuado pelo
Governo de então, e não pelos portugueses em geral. Poderá, eventualmente, ter
havido alguns portugueses, que tenham vivido acima das suas possibilidades, mas
não foi geral. No entanto, nos cortes de salários, de pensões e de reformas,
este Governo leva tudo e todos por igual. Corta onde não deve cortar, diz
disparates atrás de disparates, mas pior, age, como se realmente, o que diz e
pensa, fosse a pura das verdades.
Pedro Passos Coelho começou
por mentir ao longo de toda a campanha eleitoral, chegou a ser interpelado por
jovens estudantes, que o questionaram se realmente ia cortar o subsídio de
natal, ao qual garantiu que não, que isso era o que o PS dizia, mas que não era
verdade. Pois bem, demorou pouco tempo, para se verificar que isso era a
realidade deste Governo. Tudo começou por aí, pelo corte do subsídio de natal
em 2011. Depois, veio o corte do subsídio de férias para os funcionários públicos,
pensionistas e reformados, a seguir o confisco fiscal, em que mais uma vez os
pensionistas e reformados, foram contemplados com uma taxa de solidariedade,
que varia entre os 3,5% e os 40%. Além de injusta esta taxa, os escalões são
injustos, porque transformam rendimentos baixos em milionários. Também chegou a
vez dos privados e de todos em geral, com o confisco no IRS. Aí, todos foram
apanhados nas malhas do fisco, pelo menos os trabalhadores por conta de outrem,
porque os patrões arranjam sempre forma de fugir ao fisco.
Com toda esta estupidez ou
falta de competência dos actuais governantes, acho que as duas situações, com
estas medidas o que o Governo conseguiu, foi baixar de imediato o PIB, porque
as pessoas ao terem menos dinheiro, deixaram de consumir, logo o PIB cai. Uma
verdade de La Palisse, mas que este Governo ignorou por completo. Ignorância
política, ignorância formativa e intelectual, ou melhor, desconhecimento total
da realidade portuguesa e que deram indicações erradas à troika, pelo que hoje sofremos as consequências, de ter tido estes
governantes no poder.
Com todas estas medidas,
Portugal devia estar com as suas contas públicas em ordem, mas não, o PIB
continua a contrair, a dívida continua a aumentar, aliás, aumentou mais em dois
anos, que no período de governação do anterior Governo. Todas as metas não
foram atingidas apesar da enorme austeridade infligida aos portugueses. Os
juros da yields a 10 anos, estão acima dos 7%, barreira que fez o anterior
Governo pedir ajuda externa. Portanto, estamos pior que há dois anos atrás.
Mas o mais grave da questão,
é que o Primeiro-ministro, vem agora dizer, que “a crise tem sido mais forte, porque as pessoas
gastaram menos do que previmos”.
Isto se não fosse ridículo,
no mínimo era para o Presidente da República, demitir o Governo por
incompetência. Mas como o Presidente da República está vendido aos seus ideais
de uma maioria, um Governo e um Presidente, nada faz.
Depois de tudo isto, temos a
carneirada que vota no partido, como se tratasse do clube de futebol e como
tal, este Governo vai sair incólume das eleições autárquicas que se aproximam.
Este Primeiro-ministro
merecia ser julgado pelo crime de lesa Pátria, devido à política seguida de
empobrecimento do país e de governar contra os portugueses.

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