Dois pesos, duas medidas.
Nos últimos tempos tenho
lido muito sobre cortes nas pensões, nas reformas e nos salários dos
funcionários públicos. Mas nada ouvi, nem li, sobre cortes nos salários, pensões
e nas subvenções dos políticos, quer seja com retroactividade, quer seja para
casos futuros. Esta situação demonstra que efectivamente este Governo apenas
trata de cortar salários e pensões, aos mais fracos, aqueles que pouco ou nada
podem fazer contra este bando de incompetentes que levaram o país a uma
situação de bancarrota, tal como estamos no momento, sim, porque estamos pior
agora que há dois anos atrás, basta ver a situação das taxas de juros para as yields
da dívida portuguesa a 10 anos que está novamente acima dos 7%.
Para quem andou a
embandeirar em arco com a recuperação económica, foi apenas fazer dos
portugueses parvos, mas também só acredita quem tem pouca visão da situação, ou
os atrasados mentais.
Hélder Rosalino Secretário
de Estado, na passada sexta-feira no programa da SIC Notícias, Expresso da
Meia-noite, mostrou perfeitamente com pouca bagagem para contradizer um
deputado e ex-Secretário de Estado do Governo de Sócrates, que a
sustentabilidade da Segurança Social foi tratada e resolvida pelo anterior
Governo e Hélder Rosalino, quando falava em números, vinha sempre com datas de
antes de 2005. Portanto, antes da reforma da Segurança Social e da Caixa Geral
de Aposentações do anterior Governo. Foi explicado a Hélder Rosalino, que
existe um contracto com os trabalhadores, em relação à sua reforma na velhice e
esse contracto foi quebrado pelo actual Governo. Hélder Rosalino apenas tentou contradizer
a existência do dito contracto com validade, na situação actual do país, pois
bem, se assim for, passa-se a mesma coisa com as PPP’s e as rendas excessivas
da energia, mas aí estão os poderosos que o Governo não quer molestar.
Também podemos ir buscar o
exemplo da Alemanha, que vai aumentar a idade da reforma para os 67 anos de
idade, mas existe um período de 10 anos para que isso passe à realidade,
precisamente pela questão das expectativas dos cidadãos.
Por cá, este Governo fez
todo o trabalho de dois anos erradamente, não conseguiu atingir nenhuma das
metas a que se propôs e então a solução, passa por fazer mais do mesmo, ou
seja, aumentar a recessão e falta de procura interna com cortes nas reformas
das pessoas.
Depois existe outra coisa,
continua haver excepções, tanto para juízes, como para forças de segurança,
pergunto, porquê? Se a idade da reforma passa para os 66 anos, tem de ser para
toda a gente e não só para alguns. Volto a frisar na mesma tecla, porque que
Assunção Esteves se reformou aos 42 anos de idade com 9 de actividade, com uma
pensão de 2.800 euros mensais. Miguel Relvas reformou-se com 51 anos de idade,
apenas tendo suspendido a sua reforma enquanto membro do actual Governo.
Macário Correia reformou-se com 55 anos de idade, tendo suspendido a sua
reforma enquanto Presidente da Câmara Municipal de Faro, também já pediu a
subvenção vitalícia de político à Assembleia da República.
Estes são alguns exemplos de
como este Governo é forte com os fracos e fraco com os fortes deste país.
Existe dois pesos e duas
medidas, dependendo de quem são os protagonistas dos cortes. Se são políticos,
juízes ou forças de segurança, esses têm de ter privilégios em relação aos
restantes cidadãos, se forem os cidadãos comuns, então dá o direito de se fazer
tudo o que vem à cabeça destes senhores absolutistas e ditadores.
Pena é, que somos um povo de
brandos costumes, que ficou amedrontado pelas ameaças do actual Governo e que
temos uma oposição demasiado “fraca”, porque também são privilegiados, porque
são políticos, porque comem todos da mesma panela. E, por isso mesmo, nas
próximas eleições não se vai passar nada, porque a carneirada de sempre, vai
acabar por dar o benefício da dúvida a quem já não merece mais benefícios de
coisa nenhuma, porque já está mais que provado que este Governo é ditatorial fascista,
pior que Salazar.
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