"Já alguém perguntou aos 900 mil desempregados de que lhe valeu a Constituição até hoje?"
“Já
alguém perguntou aos 900 mil desempregados de que lhe valeu a Constituição até
hoje?”[i]
Esta frase é do
Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, no seu discurso de encerramento da Universidade
de Verão do PSD, em Castelo de Vide.
Quando não se sabe, ou não
se quer governar dentro dos parâmetros constitucionais, acaba-se por atacar os
guardiões da Constituição da República Portuguesa. Esses ataques do
Primeiro-ministro aos Juízes, do Tribunal Constitucional, revelam-se uma falta
de encaixe político e ao mesmo tempo uma impreparação para o acto da
governação. Os Juízes do TC, não disseram que o Governo não pode despedir
funcionários públicos, aliás, afirmaram que é possível, só que de forma
diferente e existem pelo menos duas, que estão constantemente a ser usadas no
sector privado, que é a extinção do posto de trabalho e o despedimento colectivo.
Agora, o Governo não pode usar a requalificação, seguido de despedimento como
pretende. Isso não existe no privado, logo, não há equidade nem igualdade entre
público e privado. Para se saber isto, não é preciso ir para a Faculdade de
Direito, tirar um curso de Direito Constitucional, porque é demasiado evidente.
Quanto à frase do início do
texto, essa então, deixa muito a desejar, o que pensa o responsável de cerca de
metade dos actuais desempregados, que foram vitimas das políticas levadas a
cabo por este Governo nos últimos dois anos. É verdade, que a Constituição não
valeu de nada a esses desempregados, mas se não houvesse Constituição, esse
número seria muito maior, porque este Primeiro-ministro é ultraliberal ou
fascista por convicção e como tal, já tinha feito muito pior ao país e aos
portugueses.
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