Alienação da RTP
Agora entendo o que li ontem no
Público, sobre os angolanos estarem a criar uma empresa para ficarem com a RTP.
O senhor Miguel Relvas, não foi por
acaso para Angola após o escândalo da sua licenciatura na Lusófona. Desapareceu
por uns tempos, deixando a poeira poisar e agora depois de férias, vem com uma
proposta que é anunciada por uma pessoa não menos polémica, devido à sua última
intervenção “que baixar salários não era uma urgência, era uma emergência”.
Quando digo que é o senhor Miguel Relvas o responsável desta barbaridade, é por
causa de ele ter afirmado que até ao final do ano a RTP estaria privatizada ou
a caminho disso e por é ele que tem a responsabilidade da Comunicação Social.
Se querem acabar com o serviço
público, muito bem, mas quem comprar, que pague o justo valor pela empresa e
não tem de haver taxas de Audiovisual para ninguém. Os portugueses já pagam o
que não deviam pagar, mas ao fechar a RTP 2, conforme está descrito na notícia
abaixo, também não deve haver a dita taxa de Audiovisual, mesmo que a RTP se
mantenha no sector público, porque desde que acabem com os canais que não têm
publicidade, como a RTP 2 e Antena 3, que também é para fechar, então deixa de
existir argumentos legais para a cobrança desta taxa.
A ser efectuado um negócio como está
descrito pelo António Borges, então o negócio é mais ruinoso que as PPP, porque
no caso das PPP, pelo menos existe uma construção e investimento por parte dos
privados, enquanto que neste caso de concessão da RTP, já existe o investimento
efectuado por parte do Estado português, que foi pago pelos nossos impostos e
de um momento para o outro, um privado fica com a concessão por 15 ou 20 anos,
com materiais modernos e no fim da concessão abandona-a e o Estado fica com uma
televisão obsoleta. Nesta concessão, o privado não tem de ter ajuda do Estado
de 140 milhões de euros anuais, a isto teremos de chamar uma renda, como no
caso das energias, ou seja, se a concessão for de 15 anos, nós pagamos, 2,1 mil
milhões de euros, se for de 20 anos, pagaremos 2,8 mil milhões de euros. Como
sempre, existem uma cambada de economistas e advogados para fazerem estes
negócios ruinosos para o Estado e aqui, como estamos a tempo de impedir
semelhante barbaridade, temos de nos unir e defender os interesses de Portugal,
contra os interesses dos políticos ou de alguns políticos.
Não sou a favor de Portugal ter uma
televisão que custe os olhos da cara, que paguem principescamente a algumas
pessoas que lá trabalham, mas se a querem alienar, tudo bem, mas que seja com
um Concurso Público Internacional e quem ganhar que fique com a RTP e com o
pessoal que lá trabalha. Mas não seria mais sensato vender a licença da RTP 2?
Enfim, será mais uma caso para esperar
o que estes senhores pretendem fazer…
Governo poderá fechar Canal 2 e concessionar todo o grupo
RTP a privados
23.08.2012 - 20:27 Por PÚBLICO
Estratégia para a RTP será anunciada
ainda este ano pelo Governo ()
Poderá estar encontrada a solução do Governo
para a RTP: fechar a RTP2 e concessionar todo o grupo RTP (canais nacionais,
internacionais e rádios) a privados por um período de 15 a 20 anos.
De acordo com esta solução, confirmada
por António Borges, o Estado ficaria com a posse do grupo concessionado a um
privado, que teria que obedecer a um caderno de encargos de forma a cumprir o
serviço público.
Segundo a TVI, o privado que ficasse
com a concessão arrecadaria as verbas pagas anualmente pelos portugueses
através da factura da electricidade e que ronda os 140 milhões de euros. Esta
seria a forma de o privado que ficasse com a concessão cumprir o tal caderno de
encargos de serviço público.
Além disso, neste cenário que o
Governo tem em cima da mesa, o privado que ficar com a concessão pode explorar
espaços publicitários na televisão, mas fica limitado aos actuais seis minutos de
publicidade por hora permitidos à RTP, em vez dos 12 minutos que as televisões
privadas podem explorar.
António Borges, consultor do Governo
para as privatizações, confirmou que este é um cenário que está a ser estudado.
Em entrevista à TVI, o economista e
antigo vice-presidente do PSD considerou que esta é uma “hipótese muito
atraente”, por dar a um operador privado “melhores condições” para gerir a
empresa.
“O Estado deixa de ficar com
responsabilidades” na gestão, mas “não perde completamente” a possibilidade de,
mais tarde, vir a recuperar a concessão.
António Borges, questionado sobre se
já existem interessados na privatização da RTP, respondeu: “Não temos
manifestações formais” de interesse.
Confrontado com a possibilidade de a
privatização abrir a porta a despedimentos na RTP, António Borges admitiu que o
futuro operador poderá despedir “se entender que tem pessoas a mais”.
Sobre a RTP2, o gestor afirmou que o
canal deverá mesmo fechar, seja em que circunstância for, por ter custos muito
elevados e baixas audiências.
Comentários
Enviar um comentário