Incêndios em 2012
Área ardida este ano é oito vezes maior do que a de
Lisboa
08.08.2012 Jornal Público
Helena Geraldes
Os quase 14.000 incêndios que deflagraram de
1 de Janeiro a 31 de Julho queimaram um total de 67.052 hectares, ou seja, uma
área que é cerca de oito vezes maior do que a da cidade de Lisboa. Esta área
triplicou em relação ao período homólogo de 2011, segundo dados provisórios da
Autoridade Florestal Nacional.
Por esta altura no ano passado, a Autoridade
Florestal Nacional tinha registado um total de 10.987 incêndios e 21.518
hectares ardidos. Este ano, no mesmo período, os valores são superiores: 13.889
incêndios e 67.052 hectares ardidos.
Os valores registados até 31 de Julho último
também são superiores à média de 2002-2011, ou seja, 11.313 incêndios e 47.101
hectares de área ardida.
Nos primeiros sete meses deste ano, do total
da superfície consumida pelo fogo, 40.272 hectares eram de mato e 26.780
hectares de floresta. A grande maioria das deflagrações (10.761 ocorrências)
abrangeu menos de um hectare.
O maior incêndio deste ano, até ao momento,
foi o que teve início a 18 de Julho no local de Catraia, no concelho de Tavira.
Terá consumido 23.958 hectares.
Ainda segundo a AFN, o maior número de
ocorrências registou-se no distrito do Porto (2866 registos), seguido pelos
distritos de Aveiro (1295), Braga (1525), Vila Real (1195) e Viseu (1447).
O distrito de Faro é aquele que tem maior
área ardida (22.101 hectares).
Quando havia
oposição no Parlamento, porque neste momento não existe nada disso, o governo
estava constantemente a ser massacrado com os incêndios, apesar de haver meios alugados
com fartura, nomeadamente aviões pesados canadair de combate a incêndios.
Este ano já ardeu
mais do triplo da área do ano passado e continuamos a não mexer na Lei para
penalizar exemplarmente quem deita fogo às matas nacionais.
Enquanto as
coisas estiverem desta forma, os incendiários deitam fogo, a polícia prende-os
e os tribunais libertam-nos, não vamos a lado nenhum. Destroem-se patrimónios
de pessoas que trabalham uma vida para construir a sua casinha, que de repente desaparece
no meio de um incêndio florestal. Além disso, existem pessoas que sobrevivem
com os produtos dos seus terrenos, cortiça, madeira e agricultura, e acabam por
ficar sem nada de um minuto para o outro. No entanto, quem provoca esta
situação fica impune, nada lhe acontece, porque se é preso, também é libertado
de seguida para voltar a fazer a mesma coisa, ou seja, volta a incendiar, volta
a ser preso e volta a ser libertado.
O Ministério da
Administração Interna, vai elaborar uma Lei para penalizar o vandalismo dos
grafitis nos mobiliários urbanos e nos comboios. Acho muito bem, mas que não se
esqueça do vandalismo dos incendiários das nossas matas e que as penas aplicar
sejam bastante pesadas, inclusive que preveja a situação de acusação de homicídio,
sempre que haja mortos, mesmo que acidentalmente, como quase sempre acontece
com viaturas dos bombeiros que se despistam a caminho dos locais de incêndio.
É preciso acabar
de uma vez com os incendiários que todos os anos ateiam mais incêndios por
prazer ou por outros interesses que nunca são esclarecidos.
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