António Borges e a bancarrota


Para que eu realmente pudesse acreditar em semelhante barbaridade, era necessário que Portugal emitisse dívida pública e esta fosse vendida no mercado primário, sem que a Banca portuguesa a comprasse, assim como o BCE. Infelizmente para todos nós, esta é uma miragem que ainda está longe de ser resolvida.
Apesar da balança de pagamentos com o exterior estar no bom caminho, (?!) segundo António Borges, é conveniente que não nos esqueçamos, que todos nós portugueses, deixamos de comprar artigos que não sejam de primeira necessidade, daí o Estado não arrecadar os impostos que “pensava” (são muito estúpidos) cobrar. O IA, caiu a pique, o IVA, apesar do brutal aumento nos artigos de primeira necessidade que passou de 6 para 23% e outros de 12 para 23% e o aumento generalizado, que passou de 21 para 23%, demonstra que apesar desses aumentos, as receitas caíram cerca de 3%. Portanto, não estamos melhor agora que há um ano atrás, apenas estamos a ser confundidos com a demagogia barata destes senhores políticos e gestores a soldo dos políticos.
Entretanto, parte das exportações e possivelmente a esmagadora maioria, são combustíveis, gasolina e dentro em breve, também vamos poder exportar gasóleo, porque foram preparadas as refinarias de Sines e de Leixões, para refinarem crude mais pesado, a fim de se extrair mais gasóleo. Portanto, se retirarmos os combustíveis, que por sinal, também é o maior peso na balança de transações com o exterior, pela negativa, pois não somos produtores de petróleo, apenas consumimos e pagamos ao preço de mercado.
Se o desemprego não tivesse aumentado como aumentou no último ano, assim como as falências de empresas, então, possivelmente, continuaríamos a consumir mais produtos importados e a balança de pagamentos continuava com a mesma tendência. Nós nem sequer conseguimos ser autónomos nos cerais, apesar de se ter construído a barragem do Alqueva para se fazer do Alentejo uma zona de regadio, a fim de se tornar no celeiro do país. Mas infelizmente, nas últimas décadas têm optado pela construção de autoestradas em vez de se ter adiantado as obras de transvazes no Alentejo, a fim de haver produção suficiente de trigo, milho e centeio com fartura, para que não tenhamos de importar estes cereais. A verdade também é uma, destruímos a agricultura por troca de dinheiro nos anos 80, e, há dois ou três anos atrás, a Comissária europeia que tutela a agricultura, pretendia que Portugal destruísse as vinhas, porque França, Espanha e Itália, eram os produtores eleitos para essa área. Ainda bem, que Portugal se opôs energicamente, contra tal medida, que nos iria prejudicar ainda mais nas exportações, assim como no consumo interno.
Seria bom que realmente Portugal estivesse em condições de regressar aos mercados financeiros para contrair empréstimos, mas infelizmente isso ainda vai demorar uns anos.
Os interesses instalados que António Borges fala, deve ser os ordenados dos deputados e as mordomias que estes têm direito, porque fizeram as leis na Assembleia da República, tanto para eles, como para a restante classe política, que já deviam ter deixado de ter viaturas de luxo do Estado, as ajudas de custo, por estarem deslocados em Lisboa (não esquecer o Relvas, perito em arranjar moradas falsas). As reformas milionárias que os políticos têm direito, sem ter trabalhado 40 anos como qualquer cidadão, ou ter 65 anos de idade. Portanto, os interesses instalados, deviam acabar sim, todos estes que acabei de mencionar e a classe política deste país tem direito, por terem alterado a lei em favor próprio.
Portanto, estes discursos nas Universidades de Verão, das jotinhas, seja do PSD ou do PS, é para fazerem lavagem ao cérebro dos futuros Relvas, Passos Coelho e António José Seguro, pelo que o que se lá diz, tem o valor que tem, não vale nada, porque, trata-se de demagogia pura.

UNIVERSIDADE VERÃO JSD
António Borges diz que bancarrota desapareceu
Por Fernando Madaíl Hoje 30.08.2013
Fonte: DN
António Borges disse hoje na Universidade de Verão da JSD, em Castelo de Vide, que "a situação de bancarrota desapareceu" e que, pela primeira vez, "Portugal está a viver dentro das suas possibilidades"
Otimista em relação ao futuro, o ex-diretor do departamento europeu do FMI na altura em que o país fez o pedido de auxílio financeiro considera que "o programa de reajustamento está a correr melhor do que se pensava".
António Borges enalteceu o crescimento mais rápido da poupança privada e pública (embora essa quebra no consumo tenha como reflexo uma quebra fiscal), o facto de, no fim deste ano, de acordo com o Banco de Portugal, a balança de transações correntes estar já equilibrada e os dados que apontam para que a dívida pública portuguesa se tenha tornado, de janeiro até hoje, um ativo mais interessante para os investidores.
Apesar de alertar que "ainda há muitas incertezas" e "dossiers difíceis à nossa frente", a confirmar-se este trajeto, o consultor governamental declarou em Castelo de Vide que será "um dos ajustamentos mais rápidos dos últimos tempos" em casos de intervenção externa. Rejeitando que seja necessário mais tempo ou mais dinheiro, António Borges defende o "regresso à normalidade" para se poder voltar aos mercados. Mas, como sucedeu na anterior vinda do FMI, em 1983-1985, "embora a maioria da população queira que o programa se aplique, há sempre um combate entre o governo que quer tomar as medidas do programa e os interesses instalados".
O professor de Economia não se mostrou nada pessimista em relação à Europa, lembrando que se a última década foi "péssima" para Portugal, revelou ser "ótima" para países como a Áustria, a Polónia, a Finlândia ou a Suécia. O espaço da UE está em transformação "e tem um potencial de crescimento extraordinário".
Procurou ainda desfazer dois mitos sobre a Europa. O primeiro é o de se estar a viver numa profunda austeridade, quando o que se pretende é apenas "garantir que os países tenham contas equilibradas". O segundo é que o Estado Social "é demasiado caro e tem de se destruir". E argumentou com os exemplos da Suécia e da Alemanha, que aliam as "melhores performances económicas" com "os melhores sistemas de proteção social". A questão, resume, é política: saber se se quer pagar e se não se esbanjam os recursos.

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