Recandidatos às Câmaras Municipais
Uma vez mais fica
demonstrado que os deputados que estão na Assembleia da República, não fazem as
leis para que não haja contornos da mesma. Isto vem a propósito da possível
candidatura de Isaltino de Morais à autarquia de Oeiras.
Os
constitucionalistas dividem-se na possibilidade de nova recandidatura de
Isaltino de Morais, porque pelos vistos, não foi previsto tudo o devia, para
que estes casos não pudessem acontecer.
No entanto, acho
que esta história de um presidente de Câmara sair de uma autarquia ao fim de
três mandatos e recandidatar-se noutra autarquia, é uma forma de contornar a
lei, pois o que devia acontecer, era exatamente deixar de ser possível voltar a
candidatar-se onde quer que fosse. Assim, saltam de Câmara em Câmara, mas
continuam a fazer exatamente a mesma coisa, ou seja, se num Município
endividaram a Câmara Municipal, para onde vão, não vão melhorar as coisas, vão
fazer o mesmo e a impunidade continua.
Vejamos o caso de
V.N. de Gaia, Luís Filipe Menezes, salvo erro, endividou a Câmara Municipal ao
ponto de ser a terceira Câmara mais endividada do país, agora candidata-se pelo
Porto e acreditemos que vence as eleições, toma posse numa Câmara Municipal,
que tem as suas contas em ordem, devido a uma boa gestão de Rui Rio. Quer isto
dizer, que Filipe Menezes pode beneficiar de uma situação em que devia ser
responsabilizado, possivelmente por má gestão, vai para outra autarquia fazer a
mesma coisa que fez em Gaia, isto é, criar agora a Fundação PortoPorto, e
assim, o FCP deixa o Olival e vem para Campanhã. (Ele já disse qualquer coisa
do género)
Este salto de
autarquia em autarquia, não devia acontecer, mas como sempre, os políticos
fazem as leis para servir os seus. Atenção, são todos os partidos e não o “A”
ou o “B”, pois todos eles votam e que eu me lembre, não houve contestação nesta
situação do salto de Câmaras.
Quando as listas
para as eleições autárquicas estiverem todas disponíveis, vamos verificar que a
grande maioria dos cabeças de lista, saltam de Câmara Municipal. Os que não
saltarem, são aqueles que já exercem a profissão há mais de trinta anos e vão
reformar-se da política, até porque têm de dar lugar a outros, para se
governarem. Continuo afirmar, que não conheço nenhum político que tenha entrado
para a política pobre e que tenha saído da mesma, nas mesmas condições
financeiras. Todos melhoraram substancialmente o seu património!
É precisamente
por isso, que existe uma “guerra” muito grande pelas presidências de câmaras,
porque o poder que tem nas mãos é enorme e com possibilidade de colocar
dinheiro na Suíça, alegando que é do “sobrinho taxista”, ou outras situações
parecidas com esta.
Portanto,
preparemo-nos para ver a “dança das câmaras”, é só estarem as listas
disponíveis para que possamos verificar que isso é uma realidade.
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