Educação Física nas escolas
Educação
Alunos
que fazem mais exercício físico têm melhores resultados escolares
09.08.2012 - 21:15 Por Bárbara Wong,
Catarina Gomes
Fonte Jornal Público
Diariamente, é recomendado fazer uma hora de
actividade física moderada e vigorosa (Foto: Paulo Pimenta)
Os
alunos que fazem exercício físico têm melhores resultados escolares, conclui
uma investigação junto de três mil alunos realizada, ao longo de cinco anos,
por uma equipa de investigadores da Faculdade de Motricidade Humana, da
Universidade Técnica de Lisboa (FMH/UTL).
Os jovens com aptidão cardio-respiratória
saudável tiveram um maior somatório das classificações a Português, Matemática,
Ciências e Inglês.
Luís Sardinha, director do Laboratório
Exercício e Saúde, da FMH, afirma que existe "a tendência para
sobrevalorizar a parte biológica" dos benefícios do exercício físico. E
este estudo também os comprova, evidenciando, por exemplo, que "os alunos insuficientemente
activos", ou seja, que não cumprem as recomendações de actividade física
diária (pelo menos 60 minutos por dia de actividade física moderada e
vigorosa), têm maior probabilidade de serem pré-obesos ou obesos, que os miúdos
cuja aptidão cardio-respiratória é saudável, decorrente do exercício, têm mais
massa óssea, e os que não a têm tendem a ter uma saúde vascular pior.
Mas, para o coordenador do estudo, o
resultado mais inovador desta investigação - feita em parceria com o Ministério
da Educação e Ciência (MEC) e a autarquia de Oeiras - é o demonstrar que o
aumento da actividade física tem reflexos "na parte psicológica, uma
dimensão que tem sido menos estudada", nota. "Face à dimensão da
amostra", o investigador admite que os resultados possam ser extrapolados
para a população escolar.
O chamado Programa Pessoa, co-financiado
pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), estudou durante cinco anos
(começou em 2007) três mil alunos de 13 escolas do concelho de Oeiras, usando
desde acelerómetros, instrumentos que os alunos usavam na cintura para medir os
seus tempos sedentários e activos; ecografias para medir a espessura das
camadas da artéria carótida; cronómetros para medir a performance
cardio-respiratória dentro de um determinado circuito com cadência progressiva.
O que se concluiu é que os alunos do 3.º
ciclo com aptidão cardio-respiratória saudável têm melhores classificações a
Matemática e a Língua Portuguesa e que, no geral, os alunos com aptidão
cardio-respiratória saudável têm um maior somatório das classificações a
Português, Matemática, Ciências e Inglês. Ou seja, o exercício físico tem
efeito positivo no aproveitamento escolar, uma conclusão que estava sobretudo
estudada em idades mais novas, nota.
"Esta linha de investigação vem
demonstrar a importância do jogo e actividade física informal e organizada para
todas as crianças em contexto escolar", defende Carlos Neto, presidente da
FMH/UTL.
Mais
auto-estima
A explicação para este efeito foi já
estudada noutras investigações: "o exercício promove a formação de novos
neurónios e uma maior interacção entre neurónios, que, por sua vez, promovem
maior sensibilidade e desenvolvimento cognitivo".
Mas não só. É sabido que a adolescência é
uma idade turbulenta, tendencialmente acompanhada pela diminuição de
indicadores ligados à qualidade de vida, refere o investigador. O que este
estudo também permitiu concluir é que, aumentando a actividade física, cerca de
uma média de duas horas por semana, melhoraram indicadores como "a auto-estima,
afectos positivos, competência, autonomia, relacionamentos positivos e boas
motivações". Pelo contrário, constata-se que os rapazes e as raparigas que
fizeram menos exercício desceram nestes indicadores.
Além da produção de resultados estatísticos,
o Programa Pessoa esteve no terreno para tentar mudar comportamentos em termos
de exercício físico e nutrição, dando acções de formação a professores das
várias disciplinas, e produzindo quatro manuais. Nos alunos que revelam maior
apetência para a prática desportiva, "um dos objectivos do programa foi
criar uma porta de entrada à maior participação desportiva".
Luís Sardinha afirma que "nos jovens há
uma luta muito grande entre comportamentos sedentários, associados às
tecnologias, e exercício físico" e, defende Sardinha, nesta faixa etária,
"temos que mudar o discurso". "Nos jovens, a mensagem assente
nos benefícios que o exercício traz à saúde não é eficaz", diz,
"estão numa idade em que pensam que são super-homens e não têm capacidade
para se colocarem na linha de vida aos 40 anos". O investigador sabe que
apelar a estes jovens não tem o efeito desejado.O investigador sublinha que o
que é importante é que os jovens "identifiquem o retorno que o exercício
lhes traz com situações do dia-a-dia: têm de perceber que [se fizerem
exercício] dormem melhor, interagem com mais confiança com o namorado ou a
namorada, podem ter melhores notas, relacionam-se mais positivamente com os
colegas e os pais".
Se o exercício físico se revela tão
importante para os alunos, como é que Carlos Neto comenta a redução da carga
horária da Educação Física e a nota da disciplina no final do secundário deixar
de contar para todos os alunos? "Um corpo sedentário a par de um currículo
escolar apenas centrado nas aprendizagens socialmente úteis (corpos sentados)
será um caminho problemático no aumento do "analfabetismo e iliteracia
motora" dos cidadãos", responde, acrescentando que "as posições
assumidas pelo MEC [são] paradoxais e incompreensíveis".
O ideal seria que, ao terminarem o 12.º ano,
estes alunos fossem "consumidores educados do exercício físico", isto
porque "está identificado que este é o período de maior abandono da
actividade física, por ser uma altura que os jovens adultos adoptam novas
rotinas, quer arranjando emprego ou indo para a universidade. Este é um período
crítico para o reconhecimento do valor do exercício físico", conclui
Sardinha.
O Ministério da Educação e Ciência rejeita
que exista uma redução efectiva das horas da disciplina, lembrando que cabe às
escolas tomar essa decisão. Quanto ao secundário, a nota contará apenas para os
estudantes que queiram. Portanto, "não existe assim qualquer
desvalorização da disciplina", informa.
Dormir
nove horas
Os alunos que dormem menos de oito horas por
noite têm maior risco de serem pré-obesos ou obesos, conclui o estudo,
confirmando assim uma relação já identificada em estudos anteriores. O tempo
ideal de sono nas idades estudadas (dos 13 aos 15 anos) é de mais de nove
horas, diz o coordenador do Programa Pessoa, Luís Sardinha.
"Os miúdos que dormem menos têm um
Índice de Massa Corporal superior. Dormir oito ou mais horas por noite
reflecte-se também num maior aproveitamento académico", aponta. Os alunos
que dormiam um mínimo de oito horas por noite tiveram melhores classificações a
Matemática e Língua Portuguesa, revelam os resultados.
Depois de ler
este artigo do Público, fico com a impressão que o ministro Crato, não sabe ou
está mal aconselhado nas suas decisões curriculares para os alunos. Digo isto,
porque o ministro resolveu praticamente acabar com a disciplina de Educação Física
nas escolas. Os ordenados dos professores de Educação Física são mais
importantes que a saúde dos alunos e que o seu aproveitamento escolar. Como
estamos numa sociedade economicista, apenas é olhado pelos governantes a parte
monetária, mas sem olharem às coisas mais corretas, pois existe dinheiro para
as escolas privadas e não é tão pouco quanto isso.
O financiamento do Estado às escolas do
ensino particular e cooperativo vai manter-se igual no próximo ano letivo ao
atribuído em 2011/2012, anunciou, este domingo, o Ministério da Educação.
O comunicado que anuncia a assinatura do
acordo com a Associação dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo
(AEEP) não refere valores, mas um dirigente do setor disse que no último ano
letivo o Governo pagou 85.280 euros por cada turma às escolas privadas.
Quando as escolas têm um corpo docente com
mais de metade dos professores com 16 ou mais anos de profissão, recebem um
acréscimo de 4%, acrescentou o padre Alfredo Cerca, presidente da Assembleia
Geral da AEEP, que disse saber da assinatura mas desconhecer o conteúdo do
acordo.
A agência Lusa tentou contactar por telefone
o presidente da AEEP, mas o dirigente não esteve disponível. Também o
Ministério da Educação e da Ciência remeteu para segunda-feira a divulgação de
mais dados sobre o documento.
O comunicado acrescenta que, "visando
maior equidade", o acordo prevê um acréscimo de verba para as escolas que
favoreçam "a estabilidade e empregabilidade do corpo docente",
reduzindo nos casos em que os estabelecimentos não cumpram esse critério.
A reavaliação da rede de escolas do Ensino
Particular e Cooperativo com contrato de associação estará concluída até ao
final do ano letivo de 2012-2013, acrescenta a nota.
Fonte JN de
05.09.2012
Portanto, o valor
atribuído pelo Estado para os privados, é de 85 mil euros por turma, estando
estes a pretender que o governo pague mais.
É caso para
perguntar, porque é que se fecharam escolas e se fizeram Mega agrupamentos?
O dinheiro que é
doado aos privados para que alguns “burgueses” possam andar no seio da elite em
vez de andarem como devia ser no ensino público, daria para manter abertas
algumas escolas por todo o país. Mas como este governo neoliberal quer ter os
seus pupilos separados da arraia-miúda, mas com todos a pagar a educação desta
elite em colégios privados. Depois de uns anos a estudar nestes colégios,
passam pelas “jotas” e lá temos mais uns “Relvas” para nos governar.
Por falar em
Relvas, este senhor deve ter para aí dois meses de férias por ano, pois
deixamos de ouvir falar dele, assim
como desapareceu da circulação. Foi para Angola (em trabalho) e possivelmente
ficou por lá para ver se nos esquecemos da forma como tirou a sua licenciatura.
Estes “doutores” que nos governam deviam fazer mais pelo país e pelos cidadãos,
mas não, eles estão lá para encherem os bolsos, criarem séquitos de gente a
ganhar acima da média dos cidadãos, enquanto os portuguese vão pagando todas
estas coisas.
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