Reformas dos políticos
Reformas de deputados despachadas em menos de um mês
Hoje
13.08.2012 DN
Caixa
Geral de Aposentações tem dois pesos e duas medidas. Enquanto há quem espere um
ano para se poder reformar, outros reformam-se logo.
O
"jornal i" escreve que afinal há portugueses de primeira e
portugueses de segunda. Numa altura em que a Caixa Geral de Aposentações está a
levar mais de um ano a despachar as reformas, há um pequeno grupo de políticos
que teve as suas reformas despachadas em menos de um mês.
Por
exemplo, Jaime Gama, antigo presidente da Assembleia da República, enviou para
a CGA o requerimento da sua pensão a 9 de Maio de 2011 e foi despachada a 20 de
Junho do mesmo ano.
Maria
do Rosário Boléo requereu a reforma a 11 de Outubro de 2010 e viu-a ser
despachada a 29 do mês seguinte, Teresa Xardoné, entrou com o pedido a 14 de
Agosto de 2009 e viu ser-lhe atribuída a aposentação a 18 de Novembro do mesmo
ano, ou Jorge Strecht Ribeiro, que entrou com os papéis a 25 de Maio de 2011 e
foi reformado a 15 de Setembro de 2011, são alguns dos exemplos, entre muitos
outros, de deputados que conseguiram ver despachados os seus pedidos de reforma
em menos de um mês.
Esta situação é
incompreensível para os portugueses que pagam os salários dos políticos com os
seus impostos. Muitos deles, nem sequer têm idade para a reforma, como por
exemplo Macário Correia, que pediu a reforma em Maio de 2012 e foi-lhe
atribuída em Junho de 2012, estando com a mesma suspensa, por ainda se
encontrar a trabalhar como presidente de Câmara em Faro. (Apesar de ter perdido
o mandato judicialmente)
Já é tempo de
acabar com esta situação de os políticos terem direito a reforma após alguns
mandatos de qualquer coisa, enquanto que a esmagadora maioria dos portugueses,
têm de trabalhar até aos 65 anos. Atualmente as reformas estão suspensas até
2014, mas para os políticos isso não conta, pergunto, porquê?
Existem
portugueses com muito mais anos de descontos que alguns políticos têm de vida e
já estão contemplados com uma reforma ou uma pensão vitalícia. Isso demonstra
realmente, que existem portugueses de primeira e portugueses de segunda.
Por muitas voltas
que se dê, acabamos sempre por chegar ao mesmo ponto, ou seja, os políticos
aproveitam-se das leis que criaram em seu favor, prejudicando quem trabalha
para que eles possam receber salários chorudos ao fim do mês, mais as regalias
adicionais, sem fazerem coisa nenhuma para merecerem esse salário. A maioria
dos nossos deputados nem sabem o que estão a fazer na Assembleia da República,
nunca abrem a boca a não ser para bocejar, porque estão cheios de tédio e o
sono acaba por dominar.
Já é tempo de
acabar com as mordomias de todos os políticos, só é político, quem pretende
obter benesses, quem tem queda para a corrupção e para os compadrios. Quem é
honesto quer estar longe da política!
Os crimes de
colarinho branco, tipo submarinos, Freeport, Herdade Portucale, PPP, rendas da
energia e muitos outros, ficam completamente impunes, até desaparecem os
documentos, para que não haja criminosos, enquanto, na Alemanha no mesmo caso,
houve condenações em tempo útil.
Aqui, culpa-se a
justiça pela morosidade, mas possivelmente, foram os deputados com os seus
cursos de direito, que fizeram as leis que hoje são aplicadas. Aliás existem
advogados no Parlamento, que exercem a sua profissão em escritórios de
advocacia e são consultores do governo, em negócios como as PPP. Não quero
dizer que num caso ou outro, não seja o Juiz que demore o processo, mas na
maioria dos casos, por exemplo Isaltino Morais, são os processos dilatórios que
existem na lei, que proporcionam a que as sentenças prescrevam. Assim existe
impunidade para os políticos serem julgados e de vez em quando, encontra-se um
bode expiatório, como o “sucateiro de Aveiro” que trocou “robalos por alheiras”
e está a ser julgado.
Quando o BCE e a
OCDE diz que os ordenados em Portugal têm de baixar, possivelmente estão a
falar dos ordenados dos políticos e dos nomeados para os gabinetes dos nossos
governantes, porque o cidadão comum, já tem um salário tão baixo, que a partir
daqui já não é baixar salários, é obrigar a trabalhar de graça. Porque
possivelmente, devem ter conhecimento dos salários que os ministros e
secretários de Estado, atribuem aos seus “nomeados” com 24, 25, 26, 27, 28, 29,
30 e até aos 35 anos, que ganham de 3.069,33€ até cerca de 5.000,00€/mês, mais
subsídios de férias e Natal.
Estes governantes
são uns “chulos” da sociedade, estamos a precisar de pegar numa vassoura
gigante de dar uma grande vassourada nesta escumalha toda. Não se admite que
existam salários desta envergadura, enquanto temos portugueses que trabalharam
uma vida a passar fome. E não venham com a história que vivemos acima das
nossas possibilidades, alguns viveram acima das suas possibilidades e estão
infelizmente a pagar a fatura agora, mas a classe política viveu e continua a
viver acima das suas possibilidades à custa dos portugueses que trabalham.
A produtividade
que tanto se fala, não é baixa por causa dos trabalhadores em geral, poderá ser
baixa em algum setor da nossa sociedade, porque os empresários são maus, não
sabem delegar nos seus diretores e pedir responsabilidades a estes, quando as
coisas correm mal. Pior ainda, são incapazes de elogiar, quando as coisas
correm muito bem por mérito dos seus diretores. Aliás, esse mal só acontece nas
empresas portuguesas do tipo familiar, mesmo que tenham alguma capacidade
produtiva e alguma envergadura, porque nas multinacionais isso não acontece e
trabalham muito melhor, mesmo que geridas por portugueses.
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