Cavaco, o OE e o TC
Não sou bloquista, mas
concordo perfeitamente com Catarina Martins, quando diz que se Cavaco não for “garante
da Constituição, então não pode ser PR”!
Cavaco Silva jurou defender
a Constituição da República, caso não o faça, tal como aconteceu no passado
ano, que depois veio a confirmar-se a inconstitucionalidade de alguns artigos
do OE de 2012, então, o senhor Presidente deve demitir-se, porque não defende a
Constituição da República, como jurou defender na sua tomada de posse.
Já diversos
constitucionalistas afirmaram haver motivos para o PR, enviar para o TC, o OE
de 2013, porque o mesmo está ferido de inconstitucionalidades. Se não o fizer,
alguém o vai fazer por ele, não para uma fiscalização preventiva, que só ele o
pode fazer, mas para uma fiscalização sucessiva e para isso, só é necessário 25
deputados da Assembleia da República para o fazer. Essa quantidade de
deputados, está assegurada, pelo que acho que o PR, devia:
1.º Por obrigação de
defender a Constituição da República Portuguesa, à qual jurou defender.
2.º Porque se não o fizer,
tal como não o fez no passado ano, ele sabe que pelo menos os mesmos deputados,
irão pedir a fiscalização sucessiva do Diploma e que o Tribunal Constitucional,
vai encontrar ilegalidades constitucionais no OE de 2013.
3.º Este ano não há a
desculpa de haver uma assistência financeira ao país e que seria muito mau para
os nossos credores, se o OE fosse em parte considerado inconstitucional, porque
para o ano passado, isso ainda poderá ser digerido pelos portugueses, mas dois
anos seguidos não é.
4.º Se não enviar para o TC
o OE de 2013, então é conivente com a situação e como tal, no caso de haver
inconstitucionalidades no OE de 2013, o PPR deve pura e simplesmente se demitir.
5.º Um Presidente que jura
defender a Constituição e não o faz, não pode ser o Presidente da República,
porque enferma de falso juramento na tomada de posse e não estamos na república
das bananas. Somos um país com 900 anos de história e não será um Cavaco qualquer,
que virá agora desvirtuar as Leis da República.
Portanto, estamos todos expectantes,
para saber qual a decisão do PR, pessoalmente, tenho algumas dúvidas sobre a
sua decisão, mas também fico na expectativa da sua decisão, até porque, o
próprio PR tem dado algumas dicas ao Governo, do erro sistemático de
austeridade sem crescimento.
É a primeira vez, que temos
um OE aprovado por uma maioria, mas que ninguém acredita no OE, que foi
aprovado, nem deputados, nem o próprio Governo, nem o PR. São mais que muitos os
economistas, que dizem mal deste OE. Constitucionalistas, Sindicato dos Juízes,
CGTP, UGT, etc.
Também, foi a primeira vez
que se fez um OE e ao mesmo tempo um rectificativo, por logo na discussão do OE
na generalidade, foi falado que tinha de haver um corte de mais 700 milhões de
euros e mais tarde, começou-se a falar de que se tem de fazer um corte nas
despesas de 4.000 milhões de euros. Isto, não é um OE com um rectificativo, mas
sim com dois.
No entanto, toda a gente
sabe, que este OE vai chegar ao fim em pouco tempo, que não se vai conseguir
atingir as metas do défice e como tal, vai ter de haver outros cortes que não
se sabe onde, porque aumentar impostos, já se sabe que não funciona, porque
quanto mais aumentam os impostos, menos receita o Estado arrecada. Já acontece
assim há dois anos seguidos, pelo que sempre que aumentam os impostos, caem as
receitas, porque será? O ministro das Finanças não aprendeu isso quando andou a
estudar Economia?
Para ir buscar mais receita,
tem de combater a fraude fiscal, que na nossa economia paralela, tem um peso de
25% da nossa economia. Isso representa e cerca de 13.000 milhões de euros de
impostos que o Estado não arrecada. Quanto mais altos forem os impostos, mais
gente procura fugir a ter de os pagar, pelo que a economia paralela irá
aumentar o seu valor.
Se Cavaco não for
"garante da Constituição então não pode ser PR"
Catarina
Martins diz que o Presidente da República tem de enviar o Orçamento do Estado
para o Tribunal Constitucional.
19:59
Domingo, 9 de dezembro de 2012
Fonte:
Semanário Expresso
Cavaco
Silva tem a possibilidade de enviar o Orçamento para fiscalização
EPA
A
coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins afirmou hoje que se
Cavaco Silva não for "o garante da Constituição", enviando para
fiscalização preventiva o Orçamento do Estado para 2013, "então não pode
ser Presidente da República".
"Não
esperamos nada de Cavaco Silva, mas exigimos-lhe que seja Presidente da
República. Porque se ele não pode ser o garante da Constituição então não pode
ser Presidente da República. Exigimos que peça a fiscalização preventiva do
Orçamento do Estado (OE) porque um Orçamento inconstitucional é um golpe
constitucional", defendeu Catarina Martins numa sessão pública organizada
pelo partido na Maia.
Para
o BE, este será o 2.º Orçamento do Estado consecutivo que vai "contra a
Constituição" e, se "uma vez é erro, outra vez é feitio".
Deputados enviam OE para ser
fiscalizado
Por
isso, garante, se não for Cavaco Silva a enviar o documento para o Tribunal
Constitucional, já está assegurado - entre o BE, o PCP, Os Verdes e,
eventualmente, a bancada parlamentar do PS ou, pelo menos, alguns socialistas -
o número de deputados necessário para requerer a fiscalização preventiva do
orçamento.
Entre
as alegadas inconstitucionalidades do OE para 2013, que garantem ser
"impraticável", os bloquistas apontam a falta de "equidade e
progressividade fiscal" e o "ataque ao país e a quem trabalha".
"Vai
provocar mais recessão e o Estado vai recolher menos impostos e ter mais
encargos com as pessoas no desemprego", alertou Catarina Martins,
salientando que "um país que não produz não vai pagar dívida
nenhuma", pelo que "a dívida vai aumentar e o défice das contas
públicas não fica controlado".
"Este orçamento, na
verdade, é uma brincadeira para durar uns dois meses"
Alertando
que "o que o Governo impõe é a política da bancarrota", o BE garante
que o próprio executivo "já sabe que este Orçamento vai correr mal" e
que, "quando vierem os dados da execução orçamental do 1.º trimestre de
2013, o défice e a dívida estarão piores e o descalabro será total".
"Este
orçamento, na verdade, é uma brincadeira para durar uns dois meses. Depois,
quando vier a próxima avaliação da 'troika', em fevereiro, o Governo
apresentará o próximo plano, que é cortar 4.000 milhões de euros nas funções do
Estado", antecipou.
Para
o BE, este será "um corte brutal no sustento de uma democracia - na saúde
e na educação - que são o sustento da igualdade".
Garantindo
que "o que está em causa é passar o dinheiro de um povo para as mãos de
uns poucos", Catarina Martins criticou ainda a política de privatizações e
acusou o Governo de estar "a defender os interesses das
multinacionais", que terão "a renda de um país obrigado a pagar-lhes
para ter tudo o que é essencial".
Reiterando
a necessidade de "derrotar e demitir este Governo", Catarina Martins
voltou a defender a criação de um "Governo de esquerda" para
"romper com o memorando da 'troika'" e "renegociar a dívida
diretamente com os credores, um a um".
Outro
"ponto essencial" deste "Governo de esquerda" é o assegurar
do "controlo público do crédito", da "dignidade dos salários e
pensões" e de um "novo sistema fiscal justo, realmente equitativo e
progressivo".
Para
os bloquistas, "este Governo não tem nenhum projeto para o país e não vê,
sequer, a luz ao fundo do túnel", fazendo apenas de Portugal "um rato
de laboratório nas mãos de académicos".
Ler
mais: http://expresso.sapo.pt/se-cavaco-nao-for-garante-da-constituicao-entao-nao-pode-ser-pr=f772696#ixzz2EeiOutju
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