Onde está a nossa indústria?


Também concordo, mas o que foi feito à nossa indústria?
Por exemplo a SOREFAME, lembram-se?
A empresa Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas, S. A. R. L., mais conhecida pelo acrónimo SOREFAME, foi uma sociedade anónima de responsabilidade limitada portuguesa, especializada na construção de componentes eléctricos e mecânicos pesados; fundada em 1943 por Ângelo Fontes para fabricar equipamentos hidromecânicos, afirmou-se, a partir da Década de 1950, como um importante construtor de material circulante ferroviário, em parceria com várias empresas internacionais.[1] Começou, no entanto, a declinar após a Revolução de 25 de Abril de 1974[2], embora tenha retomado algum ritmo na Década de 1990; foi, no entanto, totalmente extinta em 2001, quando passou para a Bombardier Transportation.
Como sempre, tal como aconteceu na agricultura e nas pescas, a nossa indústria também passou pela mesma coisa.
Quando foi preciso renovar a frota de comboios da CP, vendeu-se a SOREFAME à Bombardier, que esteve cá na Amadora a construir comboios novos para a CP. Depois de estar concluída a encomenda, foi fechar a fábrica e ir embora. Não nos podemos esquecer que a Sorefame, era uma empresa que também exportava nomeadamente carruagens e locomotivas. Tudo feito em parcerias e alguns casos sob licença.
Possivelmente, estaria na altura de voltar a reactivar a empresa, mas desta vez, com funcionários que não estivessem ao serviço do PCP, que normalmente tem uma grande influência neste tipo de trabalhadores, temos o exemplo após o 25 de Abril, em que a Sorefame estava atravessar o seu período dourado e começou a ir-se abaixo devido às greves. Depois voltou a florescer e a trabalhar como deve ser, pelo que as encomendas para os USA, eléctricos articulados para Lisboa, Metro de superfície do Porto, Metro de Lisboa.
Não deve demorar muitos anos, a que tenhamos de refazer novamente a frota de comboios e dos metros de Lisboa, Porto e Sul do Tejo, além de se poder exportar, como era feito antes de a Sorefame ser comprada pela Bombardier. Mas o mais fácil é vender a CP, dentro de algum tempo, privatiza-se a Metro de Lisboa e quem sabe, quando o Metro do Porto estiver dentro dos resultados positivos, também se privatiza.
E da Lisnave Margueira, também se lembram?  
Pois é, tinha a maior doca seca do mundo, onde vinham os maiores petroleiros fazer as suas reparações. Em 2000, foi o ano do encerramento da Lisnave Margueira e passou para Setúbal, para as instalações até então da Setenave. Hoje continua a laborar bem, a crise parece passar ao lado e ainda bem.
Podíamos ir procurar outras empresas, já não falo da indústria têxtil, porque então aí as coisas são desastrosas, mas possivelmente com culpa dos próprios empresários, que beneficiaram dos fundos europeus, mas utilizaram-nos em Ferraris e outros bens, em vez de modernizarem as suas fábricas, para poderem minimamente competir contra os chineses.
Para que tenhamos um crescimento sustentado, precisamos de indústria e para isso precisamos de investimento, só não sei onde é que o Governo vai buscar dinheiro para isso.
Durante duas décadas construímos auto-estradas para escoar produtos que supostamente seriam produzidos nas indústrias do interior do país. Fizeram-se as infra-estruturas, mas faltam a indústrias. Possivelmente, devia-se ter feito menos auto-estradas e ter investido em algumas indústrias, não foi feito, mas para isso também existe remédio, é só o Governo querer. Passa pela renegociação da nossa dívida para que possamos criar emprego através de novas indústrias e por sua vez, irão gerar riqueza para que possamos pagar a nossa dívida.
Este devia ser o caminho do crescimento económico sustentado!


Gaspar diz que crescimento económico não basta
Publicado em 2012-12-14
Fonte: JN
Portugal precisa de um "modelo sustentado", afirma Vítor Gaspar
O crescimento económico só por si não basta e Portugal precisa de um "modelo sustentado", disse esta sexta-feira o ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
"Não devemos procurar o crescimento por si só. Precisamos de um modelo de crescimento sustentado e criador de emprego", afirmou Gaspar, durante uma cerimónia de homenagem ao economista João Ferreira do Amaral.
"A média de crescimento dos países mais ricos em períodos de expansão é mais baixa" que a média geral, prosseguiu Gaspar. "No entanto, em períodos de recessão, os países mais prósperos têm contrações do produto muito menores. Já os países mais pobres sofrem mais frequentemente de períodos de contração económica."
Para evitar o destino dos países pobres, disse o ministro, Portugal precisa de "redefinir o seu modelo de crescimento".
Entre referências ao trabalho do economista austríaco Joseph Schumpeter, Gaspar concluiu que "só na base de uma transformação profunda" da estrutura produtiva portuguesa é que será possível lançar um "crescimento sustentado".
Entre as mudanças que contribuem para essa transformação, Gaspar destacou "a importância do programa de privatizações": "Tem permitido atrair um grande número de investidores internacionais, abrir a economia, desenvolver oportunidades de negócio fora do país."

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