"Queremos ter a certeza de aquilo que estamos a fazer é legal"
Será que este Governo, ou
seja, o ministro das Finanças disse a este senhor do FMI Abebe Salassie, que os
pensionistas descontaram durante anos e anos para quando chegasse a idade da
sua reforma, estivesse lá o dito “guito”, que cada pensionista recebe ao fim de
cada mês? Se não disse, é tempo de o informar que, as pessoas que se reformam
neste país, na sua maioria, descontaram, para a Segurança Social, durante
muitos anos, normalmente 40 anos e existem pessoas com muitos mais anos de
desconto, a fim de assegurar a sua velhice. Esse dinheiro da Segurança Social,
não é um imposto, mas sim, um fundo de segurança da velhice de cada um. Uns
chegam lá e recebem o que descontaram durante a sua vida activa de trabalho,
outros, infelizmente, morrem antes de entrar na idade da reforma, daí, existir
a Segurança Social, para gerir esse dinheiro. O que está errado, é o Estado,
contar com esse dinheiro, que é descontado por todos os trabalhadores e pelas
entidades patronais, através da TSU, durante a vida activa dos ditos
trabalhadores.
Portanto, pela minha parte
digo ao senhor Abebe Salassie, que descontei durante 47 anos e que além desse
desconto, também paguei os meus impostos normais, (muito altos, como é hábito
em Portugal) e que nada devo ao país, mas sim o contrário.
Quanto aos cortes de 4.000
milhões de euros, podem ser cortados na soberania do Estado, onde estão a pagar
demasiado bem aos assessores que foram nomeados por este Governo, com subsídios
de férias e de Natal incluídos, enquanto para os restantes trabalhadores foram “roubados”.
A Assembleia da República é outro sítio onde podem cortar para menos de metade
o dinheiro que lá gastam. A Presidência da República a mesma coisa e claro está
nas autarquias, que andaram anos e anos a colocar os “amigos” nas Câmaras
Municipais e empresas municipais. Se acabarem com esses “tachos”, mais os “tachos”
nas empresas públicas de ex-políticos, então, teremos um corte substancial para
fazer e atenuar os efeitos dos 4.000 milhões de euros que o Governo quer
cortar, preferencialmente no Estado social.
Quanto à legalidade das
feitorias, temos um Tribunal Constitucional, que dará a resposta adequada ao
Governo e ao Presidente da República, que mais uma vez vai ficar pelas palavras
e poucos actos.
"Um
terço do ajustamento ainda está por fazer", diz Selassie
SÉRGIO ANÍBAL 12/12/2012 -
11:32
Apesar dos sacrifícios já
feitos, Portugal ainda tem muito por fazer, com um terço do ajustamento
orçamental ainda por completar, alertou Abebe Selassie.
FMI: «Podem ter um grande
Estado Social mas têm de pagar»
Numa apresentação feita nesta
quarta-feira na Ordem dos Economistas, o chefe da missão do Fundo Monetário
Internacional (FMI) elogiou os avanços feitos no programa português, destacando
em particular a redução significativa do défice externo. No entanto, fez
questão de afirmar que não quer "dar ideia de que está tudo feito, longe
disso".
Em particular, Abebe
Selassie deu importâncio ao plano de corte de 4000 milhões de euros que está a
ser preparado pelo governo para os próximos anos. "O défice tem de ser
contido, a discussão tem de ser feita sobre qual o peso da despesa e dos
impostos, para nós é indiferente qual a opção que é feita. É um debate que tem
de ser feito aqui"' disse.
O chefe de missão do FMI
afirmou que o trabalho que a instituição está a fazer nesta área em Portugal é apenas
técnico e se resume a comparações entre países dos níveis de despesa em
diversas áreas. "Vemos que há espaço de manobra em muitas áreas para
tornar a despesa mais eficiente", disse, dando um exemplo: "Portugal
é um dos países que gasta mais em pensões, mas tem uma das maiores proporções
de idosos em risco de pobreza. Há ganhos de eficiência que podemos fazer
aqui", disse.
Abebe Selassie reiterou
ainda que há vários riscos para a implementação do programa, nomeadamente a
possibilidade de a consolidação orçamental e o ajustamento do sector privado
poderem fazer cair ainda mais o PIB e o emprego.
"Queremos
ter a certeza de aquilo que estamos a fazer é legal"
O FMI não se quer antecipar
a qualquer decisão, mas reconhece que, se o Tribunal Constitucional se opuser a
alguma das normas do Orçamento do Estado, o Governo terá de encontrar
alternativas para o cumprimento do programa.
Em resposta a perguntas da
audiência, Abebe Selassie disse que um chumbo constitucional ao OE "é uma
questão hipotética". No entanto, fez questão de salvaguardar que "uma
constituição é uma constituição" e que "se houver alguma questão
colocada, o Governo irá certamente de ter de dar uma resposta, como já o fez no
passado. "É claro que queremos ter a certeza de aquilo que estamos a fazer
é legal"' concluiu.
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