A proposta do FMI


Vem aí mais gente para o desemprego.
Ao longo de anos foram criados milhares de postos de trabalho, através de “cunhas”, tanto no poder central como no poder local.
Em relação à polícia, estou de acordo com o FMI, existem polícias a mais, ou seja, forças policiais a mais. Temos a GNR, a PSP e recentemente foi criada a Polícia Municipal. Esta última, que quando apareceu eram apenas simples fiscais da Câmara Municipal, para verificarem quem pagava ou não o estacionamento, nas ruas das cidades. Mas que mais tarde, foram constituídos como forças policiais. Não sei quantos existem em todo o país, mas serão muitos com certeza.
Pode-se extinguir esta força e em caso de necessidade, passar agentes da PSP e ou da GNR, para a Polícia Municipal, ou pura e simplesmente extinguir em definitivo essa força policial. Não sei se com esta medida seriam extintos os tais 20% dos postos de funcionários públicos, penso que não.
Nas autarquias, existem muitos funcionários que entraram para os serviços e empresas públicas, pelas ditas “cunhas”, muitos deles nada faz senão receber o seu salário ao fim do mês. Nesses casos, seriam os primeiros a sair.
No poder central, também existem os “boys” da coligação que são mais que muitos, em que existem “especialistas” de 24 aos 29 anos a ganhar 5.575 euros mensais e muitos assessores com a mesma idade a ganhar 3.069,33 euros mensais. Ora, aí está o bom remédio para cortes de cargos políticos, que não deviam existir, mas que no conjunto, são mais de dois milhões de euros ao mês, só em salários para estes senhores.
Quanto às pensões, da Caixa Geral de Aposentações, que ponham os senhores políticos a reformarem-se só com 40 anos de serviço ou mais, e não podendo trabalhar depois da reforma, ou seja, ou está reformado ou está activo, as duas coisas é que não pode ser. Não podemos ter “Catrogas” a estar aposentado e aos mesmo tempo ter uma actividade na EDP. Essa coisas têm de acabar e como ele existem milhares de pessoas nessas condições, porque todos os ex-políticos em geral além das suas reformas, das suas subvenções vitalícias, ainda estão no activo a trabalhar em empresas públicas ou privadas a ganhar um salário normal. Se a partir do momento em que se pede a reforma, não fosse possível essa pessoa efectuar qualquer outra actividade profissional, senão a reforma seria suspensa de imediato e até ao momento de deixar de trabalhar.
O relatório do FMI, peca por uma omissão, nada diz sobre os custos com os milhares de políticos que existem em Portugal, que são uma cambada de parasitas da “Sociedade”!
Acredito que na função pública haja muita gente incompetente, mas isso acontece em todas as actividades, sejam públicas ou privadas, a diferença, será, talvez, na forma de progressão na carreira, que no funcionalismo público, tem sido ao longo de anos, por tempo de serviço e que no sector privado, é por mérito.
Porquê só falar destas profissões?
O documento refere que há classes profissionais (polícias, militares, professores, médicos e juízes) que têm “demasiadas regalias”, que os médicos têm salários excessivamente elevados (principalmente devido ao pagamento de horas extraordinárias) e os magistrados beneficiam de um regime especial que aumenta as pensões dos juízes em linha com os salários.
Os pilotos da TAP, maquinistas da CP, os altos cargos das empresas públicas, os funcionários do Banco de Portugal, esses foram esquecidos?
O FMI chama também a atenção para o sistema de protecção social, que diz ser “demasiado dispendioso, injusto especialmente para os mais jovens”, defendendo que o “subsídio de desemprego continua demasiado longo e elevado”.
Os mais velhos de hoje, foram os mais novos de há alguns anos atrás, que têm uma contribuição activa, alguns desde muito novos, com mais de 40 e 45 anos de descontos para a Segurança Social e que aos 60 anos já têm uma vida de trabalho activo de mais de 45 anos. Cuidado com as injustiças!
O FMI, não conhece em profundidade as questões portuguesas, pelo que se em muitas coisas podem ter uma opinião assertiva, noutras podem falhar completamente.
Dispensar professores, já todos os anos isso é feito, a não ser que o FMI, ache que Portugal tem de ser um país de analfabetos, de pessoas incultas e que só os ricos tenham acesso à Educação. Aliás é isso que eu compreendo, por o FMI, dizer que se deve aumentar as propinas e privilegiar o ensino privado. Porque o privado? Para se fazerem favores aos amigos? Para se criarem cursos de técnicos de “bolinhas” de sabão?
Possivelmente, colocar o ensino nas mãos de privados, poder ter sido uma forma de tornar as nossas Universidades em fábricas de desempregados.
Aumento das taxas moderadoras. Pode-se continuar a fazê-lo, mas cada vez teremos mais pessoas a morrer por falta de assistência médica, ou seja, pessoas que deixam de ir ao médico e ao hospital, porque não têm dinheiro nem para a consulta, nem para o tratamento. Com isso, com o mesmo tiro, mata-se dois coelhos, isto é, a pessoa morre e ou deixa de receber reforma, ou nem sequer chega a receber reforma, e ao mesmo tempo podem-se dispensar médicos do Serviço Nacional de Saúde.
Se algumas coisas deste relatório do FMI tem razão de ser, outras não e é preciso saber escolher o que se deve aproveitar deste relatório.
O corte de salários, já está a ser feito com o aumento “brutal” de impostos, para se cortar os ditos 7%, tem de ser colocar novamente as taxas de IRS, nos escalões antigos.
Por fim: toda esta questão acontece, porque não existe economia, não existe receita de impostos suficientes, por se ter destruído empresas e provocado um grande aumento de desempregados, que além de provocarem um custo adicional ao Estado, em subsídios de desemprego, deixam de descontar para a Segurança Social e para o IRS. Esta é a verdadeira razão de tudo isto!

FMI propõe corte de 20% dos funcionários públicos e de 7% nos salários do Estado
Documento, entregue ao Governo propõe formas de cortar 4000 milhões de euros e refere que há classes profissionais (polícias, militares, professores, médicos e juízes) que têm “demasiadas regalias”. Fundo sugere ainda cortes nas pensões e dispensa de professores.
Jornal de Negócios afirma que Governo está a analisar propostas do FMI
No relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Jornal de Negócios, o Fundo Monetário Internacional (FMI) propõe uma série de caminhos para que o Governo avance com o corte de 4000 milhões de euros na despesa do Estado a partir de 2014.
O relatório, datado de Dezembro e entregue ao Governo, contém medidas diversas mas é classificado como consultivo. Foca-se na despesa com os funcionários públicos e pensionistas, área em que o executivo poderá ter mais margem de manobra e um maior volume de poupanças. Participaram neste relatório o Banco Mundial, a Comissão Europeia. O FMI agradece, segundo o Jornal de Negócios, a dez ministros e cinco secretários de Estado, pelo contributo na elaboração do documento. A instituição frisa, contudo, que o país deve agora procurar um consenso social em torno das medidas a adoptar.
Algo que, pelas primeiras reacções, vai ser difícil de conseguir. O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse nesta manhã de quarta-feira, na TSF, que não aceita "uma linha de ataque sem precedentes" às funções do Estado, classificando a iniciativa como uma "política de agiotagem que procura fazer na Europa aquilo que falhou na América Latina".
A maior fatia passaria pelo corte de entre 10 e 20% do número de funcionários públicos, afirma o FMI. Só nesta medida, o Estado poderia poupar 2700 milhões de euros, abatendo mais de metade do valor total da revisão das funções do Estado do programa do Governo.
A seguir está o corte nos salários da Função Pública. Um corte de três a sete por cento na tabela salarial do Estado poderia garantir ao Estado até 760 milhões de euros em poupanças anuais. Já um corte nos suplementos dos trabalhadores da Função Pública, que pode chegar aos 30%, pouparia 300 milhões de euros aos cofres do Estado.
Profissões privilegiadas
Segundo o relatório do FMI, elaborado em conjunto com a Comissão Europeia, os salários da Função Pública são “relativamente elevados” e privilegiam “trabalhadores com baixas qualificações”, uma vez que a diferenciação nos salários acontece em função da antiguidade e não do desempenho.
O documento refere que há classes profissionais (polícias, militares, professores, médicos e juízes) que têm “demasiadas regalias”, que os médicos têm salários excessivamente elevados (principalmente devido ao pagamento de horas extraordinárias) e os magistrados beneficiam de um regime especial que aumenta as pensões dos juízes em linha com os salários.
Esta é uma das mudanças propostas pelo relatório que, afirma o Jornal de Negócios, o Governo está a analisar. A progressividade dos salários do Estado deve passar a ser feita em função do desempenho e não da antiguidade, como forma de “atrair profissionais mais motivados e qualificados”, como escreve o jornal.
Mexer nas pensões
Uma segunda área de acção encontra-se nas pensões da Caixa Geral de Aposentações, diz o relatório do FMI. Neste campo, a instituição dirigida por Christine Lagarde propõe dois caminhos: a extensão do corte nos subsídios de férias e de Natal conjugado com um segundo corte de 15% nas pensões acima de um valor mínimo (não determinado). Um segundo caminho passa por alterações nas regras de cálculo das pensões.
Diz o FMI que o Estado pode considerar a extensão da idade de reforma até aos 55 anos e a proibição expressa de reformas antes dos 65 anos. O Governo pode ainda estudar a possibilidade de alterar o cálculo do valor das pensões em função das condições orçamentais e assumir um ajuste periódico nestes valores.
Neste sentido, o Estado pode somar um corte de 20% a todas as pensões da Caixa Geral de Aposentações, além das novas formas de cálculo para os pensionistas.
O FMI chama também a atenção para o sistema de protecção social, que diz ser “demasiado dispendioso, injusto especialmente para os mais jovens”, defendendo que o “subsídio de desemprego continua demasiado longo e elevado”
Milhares de professores dispensados
Uma terceira grande proposta do FMI dirige-se ao sector da educação. O Estado pode colocar entre 30 a 50 mil funcionários da educação em regime de mobilidade especial, o que permitiria uma poupança na ordem dos 430 a 710 milhões de euros por ano.
A juntar-se à entrada na mobilidade especial está ainda a proposta do FMI para que os funcionários do Ministério da Educação passem a trabalhar 40 horas semanais, uma proposta que, a ser aplicada, resultaria num corte de despesa de 150 milhões de euros por ano. Outros 300 milhões de euros de poupança podem ser conseguidos através do alargamento do bloco de aulas dos 45 para os 60 minutos, escreve nesta quarta-feira o Jornal de Negócios.
Com a saída dos quadros, o Estado consegue assim não só poupar com a factura da educação como também, defende o FMI, incentivar o “desempenho” dos professores “que querem ficar de fora das listas de mobilidade”.
Aumentar taxas moderadoras
Os preços do Serviço Nacional de Saúde têm também margem para subir, afirma o Fundo Monetário internacional. O FMI afirma que, para além da poupança que surge com “uma maior partilha de custos”, o Estado deve conseguir ainda evitar “preocupações em torno do consumo excessivo [de cuidados de saúde]”.
A par das subidas nas taxas moderadoras devem estar ainda mudanças nas isenções e a introdução de uma categoria de pagamentos mais altos nos cuidados de saúde “não essenciais”, escreve o Jornal de Negócios.
Em relação às negociações que o Governo tem mantido com o Ministério da Saúde para a redução do leque de cuidados de saúde ao decidir um pacote de cuidados essenciais assegurados pelo Estado, o FMI alerta que o Estado não deve pôr em causa o acesso da população aos cuidados.
Aumento de propinas e apostar no privado
O relatório do FMI realça o facto de apenas um quinto do financiamento do ensino superior partir das propinas. O Estado gastou 1500 milhões de euros em 2011 nesta área. O relatório que está a ser analisado pelo Governo tem uma direcção clara: o aumento de propinas para os estudantes universitários como forma de reduzir a despesa.
“Para alcançar poupanças significantes e duradouras e reduzir o subfinanciamento, Portugal precisa de reduzir a despesa pública com o Ensino Superior e aumentar as propinas”, lê-se no relatório do FMI, segundo o Jornal de Negócios.
As sugestões para a poupança passam também por uma reorganização no ensino obrigatório. Pelas contas do FMI, o Estado consegue poupar cerca de 400 euros por aluno numa escola privada com contrato de associação. Alargando o cálculo aos 1,5 milhões de estudantes do ensino primário e secundário, o Estado tem diante si um caminho de 580 milhões de euros em poupança anual se apostar nos contratos de associação.
Redução nos activos policiais
À semelhança da argumentação utilizada para o caso dos funcionários no ensino, o FMI afirma que existem polícias em excesso e que uma correcção nos números pode facilitar a vida ao Estado, sem contudo avançar números para os cortes.
No relatório entregue ao Governo, o FMI destaca que “a densidade das forças policiais está entre as mais altas da Europa" e que “as forças de segurança representam cerca de 17% do emprego público”. A reforma no sector da segurança, afirma o FMI, não deve passar tanto pelos salários excessivos mas sim pelo número de forças activas.
Já o sistema de regalias para militares pode ser alvo de alterações pelo Governo, nomeadamente através da migração dos membros e familiares das Forças Armadas para o Serviço Nacional de Saúde e da abertura das instalações de cuidados de saúde exclusivas aos militares para os utentes do sistema nacional.
Para além das regalias na saúde, o FMI destaca também a utilização da reserva como "um mecanismo de reforma antecipada" e propõe ao Governo que elimine os créditos extra nas contribuições sociais dos militares.

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