O Presidente da república das bananas


Parece que estamos numa república das bananas!
Este nosso Presidente da República se tinha dúvidas tão concretas, sobre estas três normas que alega não estarem de acordo com a Constituição, porque é que não pediu a fiscalização preventiva do OE?
Não seria mais lógico, entrar o ano com duodécimos e obrigar o Governo a rever o que é inconstitucional, aliás, bastante divulgado, aquando da discussão do OE na Assembleia da República, por diversos constitucionalistas.
O problema dos nossos políticos, é empurrar as decisões para outros órgãos de soberania, para não terem de tomar as devidas medidas.
·         Começa mal na Assembleia da República, que os deputados deviam defender os interesses dos eleitores e não os interesses dos partidos. Como isso não acontece, empurram para o Presidente da República, a fim de este resolver com o envio para o TC, ou optar pelo veto do OE.
·         Depois o Presidente da República, como tem de tomar a decisão que os deputados não tomaram, opta pela aprovação do OE, mesmo com inconstitucionalidades por si detectadas, remetendo o mesmo para o TC, a fim de verificar o corte de parte dos subsídios de férias dos funcionários públicos, o corte de parte dos subsídios de férias dos pensionistas e reformados e por fim a taxa extraordinária de solidariedade.
·         Mas existe mais motivos que deveriam ter sido considerados pelo Presidente, o caso da compactação dos escalões do IRS, provocando uma aumento brutal de impostos na classe média. Espero que os deputados que iam pedir a fiscalização sucessiva do OE, o façam, nomeadamente nos artigos que o Presidente resolveu ignorar.
A nossa democracia enferma por diversas situações de hipocrisia, tais como a questão de os deputados terem de seguir a disciplina de voto do grupo parlamentar a que pertencem. Se assim não fosse, este OE não tinha passado, porque como toda a gente se lembra, foi necessário haver reuniões dos grupos parlamentares do PSD e do CDS, a fim de serem convencidos o votarem favoravelmente o OE. Mesmo assim, houve quebra de disciplina de voto, por parte de um deputado do CDS e houve declarações de voto por parte do grupo parlamentar do PPSD, para que não passasse para a opinião pública, divisão no seio do grupo parlamentar. No CDS, também houve declarações de voto. Isto demonstra, que se não houvesse obrigatoriedade de seguir a disciplina de voto, não havia este OE, mas sim muito modificado em relação à proposta que entrou e saiu do Parlamento, quase sem ser mexido.
Esta atitude do Presidente da República, demonstra que o seu discurso de Ano Novo, é muito pouco consistente, porque peca por contradições. Se existia dúvidas no OE, devia ter tomado outra atitude, não o fez, optou pela mesma receita do ano anterior, então, deve assumir a totalidade das responsabilidades, caso o TC, reprove os artigos em causa do OE.
Se o TC, reprovar os ditos artigos, a crise política, económica, financeira e social, que o Presidente diz ter querido evitar, haverá na mesma, apenas que mais tarde. Além disso, a imagem do Presidente para com os cidadãos, passa a ser pior do que é hoje. Não está esquecido o caso da sua reforma e com a decisão do TC, no OE de 2012, de verificar a inconstitucionalidade no corte dos subsídios de férias e de Natal, dos funcionários públicos, pensionistas e reformados, devido a uma atitude semelhante do Presidente, para com o OE de 2012. Caso se repita a mesma decisão do TC para o OE de 2013, isso irá provocar alguma ira por parte dos cidadãos, que são espoliados dos seus rendimentos, por culpa do Presidente, que não defendeu a constituição, que jurou defender.

Cavaco pede ao TC fiscalização do corte dos subsídios de férias e novo imposto de solidariedade
EM ACTUALIZAÇÃO: ANA RUTE SILVA 02/01/2013 - 11:04
Três normas da Lei do Orçamento do Estado de 2013 foram enviadas ao Tribunal Constitucional para análise.
O Presidente da República pediu ao Tribunal Constitucional a fiscalização das normas do Orçamento do Estado relativas à suspensão do pagamento do subsídio de férias (em geral e para aposentados e reformados) e à contribuição extraordinária de solidariedade.
O pedido foi tornado público nesta quarta-feira numa nota publicada no site oficial da presidência da República. Em causa estão três artigos da Lei do Orçamento do Estado para 2013 que Cavaco Silva quer ver fiscalizados: o artigo 29º, que diz respeito à “suspensão do pagamento do subsídio de férias ou equivalente”, o artigo 77º, sobre a suspensão do subsídio de férias de aposentados e reformados e, finalmente, o artigo 78º, relativo à contribuição extraordinária.
Na mensagem de Ano Novo, o presidente da República já tinha reconhecido que a receita de austeridade do Governo de Passos Coelho falhou. As “fundadas dúvidas” sobre a justa “repartição dos sacrifícios” levaram Cavaco a enviar os artigos para o Tribunal Constitucional.
Depois de promulgar o OE e assim permitir que entrasse em vigor no primeiro dia do ano, o Presidente da República anunciou que iria fazer o pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional.
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