Austeridade é só para o povo


“Olha para o que eu digo e não para o que eu faço”, é exactamente o que o Governo faz.
Aplica austeridade sem parar aos cidadãos, nomeadamente à classe média e aos funcionários públicos, pensionistas e reformados, mas não aperta o cinto nas suas próprias despesas e ou dos seus gabinetes.
Já escrevi aqui a questão das nomeações de assessores, para os gabinetes dos ministros e secretários de Estado, com salários escandalosos e com os respectivos subsídios de férias e de Natal por inteiro. Portanto, aqui não se corta nada e pelos vistos, o Tribunal de Contas também já verificou o mesmo. Possivelmente a somar a isso, deve haver mais alguns gastos acima do normal, porque com tantos seguranças que andam com os ministros e secretários de Estado, isso tem de ser pago por algum departamento.
Todos temos de sofrer as consequências da austeridade, menos os gabinetes dos ministros e dos secretários de Estado[1].
Quando se ouve alguém como o senhor João Salgueiro, dizer que o Governo tem excesso de assessores e que devia começar a cortar por aí, quer dizer que este assunto dos assessores a ganharem salários muitos bons e terem acabado de sair da Universidade. Também disse que por exemplo, as autarquias são outro polo de gastos descontrolados.
A falta de transparência das contas públicas é um problema que não é só deste Governo, já vem de longe. Todos os governos escondem despesas que depois os portugueses têm de pagar com linha de palmo.

Gabinetes ministeriais ignoram austeridade
PÚBLICO 03/01/2013 - 21:25
TVI revela estudo do Tribunal de Contas que mostra que gastos dos gabinetes não baixaram.
Um relatório do Tribunal de Contas afirma que “não existe evidência de que as despesas de funcionamento dos gabinetes dos membros do Governo tenham diminuído”.
No estudo aos gastos dos gabinetes ministeriais, o Tribunal de Contas convida ainda o Governo a praticar maior transparência no que respeita aos orçamentos dos gabinetes de ministros e secretário de Estado.
“A inexistência de um tecto máximo para a despesa dos gabinetes e a manutenção da sua opacidade revelam que persistem anomalias, situação que deve ser ultrapassada em nome do rigor e da transparência orçamental”, diz ainda o estudo revelado pela TVI.
“Em matéria de transparência e publicidade da informação dos gabinetes ministeriais houve melhorias. No entanto, da informação disponibilizada não consta, ainda, a dotação orçamental inscrita para cada gabinete”, acrescenta o estudo.
O Tribunal de Contas diz também que “no actual dispositivo legal, à semelhança do anterior, não constam critérios sobre a atribuição de regalias como o cartão de crédito, uso de viatura e despesas de telefone”.

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