O Homem de quem se fala


A falta de pudor deste Governo nas nomeações de cargos políticos é impressionante, aliás, não é só deste Governo, mas todos em geral. Uns, mais que outros. Pois aí, poderá estar a dificuldade em encontrar pessoas com curriculum capaz, idoneidade, honestidade e ética, para entrar no “arco da governação”.
A quantidade de “besteiras” feitas por este Governo, no que diz respeito a ministros e secretários de Estado, é impressionante. O que mais custa ver e ouvir é a leviandade como o primeiro-ministro trata destes assuntos. Para ele parece que tudo está bem, que não tem de haver ética política nas nomeações, e mais uma vez digo o que se diz na minha terra, “tanto é ladrão aquele que rouba, como o que fica á porta”. Isto para explicar que o senhor Franquelim Alves, devia ter denunciado ao Banco de Portugal as irregularidades que encontrou na SLN, relativamente ao Banco Insular e ao BPN.
Se Franquelim Alves, viu e não denunciou o que se passava no BPN e na SLN, é porque é tão bom como aqueles que provocaram o descalabro financeiro, a bem de alguns, para prejuízo de milhões, que são os portugueses que têm de pagar através de impostos os prejuízo causados por estas empresas.
O grande erro do engenheiro Sócrates, aquando da nacionalização do BPN, foi não ter nacionalizado também a Sociedade Lusa de Negócios. Se o tivesse feito, talvez o prejuízo não fosse tão grande, porque pelo menos poderia ser vendido o património existente, assim como todas as empresas do grupo.
Voltando ao caso de Franquelim Alves, fica-se a saber que este senhor aos 16 anos já era auditor de uma empresa que só anos mais tarde é que se criou. Portanto, quer dizer que este senhor brincava aos auditores na sua adolescência e convenceu-se que era verdade e colocou isso no seu curriculum.
A verdade é uma, de trapalhada em trapalhada, este Governo lá vai fazendo o seu percurso e possivelmente acaba por conseguir chegar ao fim da legislatura, por falta de alternativas na oposição. Poucos são os portugueses, que há meio ano atrás, pensava que este Governo chegasse ao Natal, pois já passou o Natal, já começou 2013, e apesar de já haver indicadores de que não vamos atingir as metas do défice no final do ano, nada se vai passar de mal. Pois sem oposição capaz, não se deita abaixo um Governo mau! Este é pior Governo de toda a HISTÒRIA de Portugal, nem no tempo da monarquia, havia tantos comedores a fazer tão mal ao país.
A “múmia” de Belém, que devia e tinha obrigação de por cobro a isto, nada faz e deixa correr, tal como o Tejo corre na sua frente em direcção ao mar. Está toda a gente na expectativa do Tribunal Constitucional, sobre o OE de 2013, para ver se realmente é considerado inconstitucional a taxa de solidariedade das pensões e das reformas. Até lá, vamos continuar a ver cenas, como o comboio de alta velocidade, que o Sócrates quis construir e este Governo deitou o projecto por terra, mas que agora, vai por novamente de pé, para deixar alguma obra feita. Todos os governos têm de deixar um marco na história. Faz lembrar os tempos das descobertas, que deixávamos o “Padrão” no local de desembarque, para assinalar a nossa descoberta e passagem por lá.
Ø  Cavaco começou pelo Centro Cultural de Belém (CCB), com um buraco de 40 milhões de contos, ou seja 200 milhões de euros. Iniciou o processo da Expo 98.
Ø  António Guterres, deu continuidade à Expo 98, deixando um buraco sem fundo, que ainda hoje não são conhecidas as contas finais desse evento. Só quando for extinta a Sociedade Expo, é que possivelmente saberemos quanto custou aos portugueses esse evento cultural.
Ø  Durão Barroso, deixou a célebre frase “o pais está de tanga” e a sua ministra das Finanças, criou o imposto especial por conta. Depois “pirou-se” para a Comissão Europeia.
Ø  Sócrates, fica conhecido pelo desbravamento do país, através das auto-estradas, mas pretendia um novo aeroporto para Lisboa (primeiro na Ota, onde toda a gente foi adquirir terrenos baratos, para depois vender caro ao Estado, aquando das expropriações, depois no Poceirão, naquele lado do deserto). Mas também pretendia a alta velocidade ferroviária, para ligar Lisboa a Madrid, quando temos viagens de low cost em avião, por um valor muito aquém do que se tem de pagar de comboio e com uma duração de uma hora.
Ø  O Governo de Passos Coelho, além de ficar na história de Portugal como o pior Governo de todos os tempos, quer ficar também pela execução da alta velocidade ferroviária de mercadorias para a Europa.
Portanto, todos os governos pretendem deixar a sua marca, faz lembrar os cães, que passam e “urinam” para marcar território.


Curriculum de Franquelim Alves levanta nova polémica
O curriculum do novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Franquelim Alves, que se encontra no Portal do Governo, volta a criar enorme polémica. Desta vez porque se ficou a saber que o novo eleito de Passos Coelho começou a trabalhar aos 16 anos como auditor e consultor da empresa internacional Ernst & Young, que só seria fundada 19 anos depois.
O curriculum do novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação divulgado no Portal do Governo começa por informar que “Franquelim Alves nasceu em 16 de Novembro de 1954” e que “iniciou a sua carreira, em 1970, como auditor e consultor da empresa internacional Ernst & Young”. Por esta informação ficamos a saber que o novo colaborador do ministro Álvaro Santos Pereira começou precocemente a sua atividade com apenas 16 anos como auditor e consultor da empresa internacional Ernst & Young.
Pode ler-se ainda no documento posto à disposição no Portal do Governo que Franquelim Alves faria um percurso profissional na referida Ernst & Young “onde atingiu a categoria de Partner in Charge da área de Consultoria de Gestão, desenvolvendo a sua atividade em vários grupos económicos de primeira dimensão nos sectores químico, farmacêutico, cimenteiro pasta e papel, incluindo projectos de reestruturação financeira e de gestão em empresas portuguesas e angolanas (navegação, aviação, cimentos e petróleos)”.
No entanto, este percurso profissional feito na Ernst & Young, que começou em 1970 não bate certo com a história da própria empresa que, segundo os dados disponíveis só seria fundada em 1989. Pode ler-se no site da empresa, no que refere como A timeline of our history, que em 1989 a “Arthur Young merges with Ernst & Whinney to create Ernst & Young”, ou seja, a empresa Ernst & Young apenas foi constituída em 1989, após uma ligação entre Arthur Young e já existente firma Ernst & Whinney.
Há, no entanto, uma dúvida quanto à data de entrada de Franquelim Alves na Ernst & Young que poderia ter sido aos 17 anos e não aos 16, já que olhando ao curriculum do novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação existente na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa este teria entrado na Ernst & Young em 1971 e não em 1970, como refere o portal do Governo.
Seja como for, a entrada na Ernst & Young aconteceu muitos anos antes de Franquelim Alves se licenciar, o que terá acontecido em 1979, segundo o currículo da Faculdade de Direito.
Outra curiosidade do curriculum de Franquelim Alves disponível na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa tem a ver com o período entre dezembro de 2007 e outubro 2008, em que se escreve que o agora governante foi "CEO de um Grupo de participações sociais envolvendo as áreas da saúde, hotelaria, retalho automóvel e sistemas de informação", omitindo-se assim a ligação ao grupo SLN.
Como se sabe, foi neste período que Franquelim Alves esteve ligado ao grupo SLN, ligação que já consta no curriculum disponível no Portal do Governo, depois de devidamente alterado, onde agora se pode ler que o novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação "entre janeiro e outubro de 2008, foi, a convite dos seus accionistas, administrador para a área não financeira da SLN com o objectivo de efectuar a reestruturação dos negócios não financeiros, nomeadamente saúde, hotelaria e retalho automóvel".


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