Memórias do início do ano
Há
meses atrás escrevi nas minhas memórias sobre o meu país algumas coisas que
hoje continuam completamente actuais, daí que resolvi publicá-las aqui no meu
blog, porque nessa altura ainda não tinha pensado na criação do blog e apenas
escrevia para mim mesmo.
Nestes
artigos uns da imprensa e outros meus, dá para ver que ciclicamente este
Governo tem os mesmos comportamentos, ou seja, aumento da austeridade e do
custo de vida, não se importando que isso vá afectar milhões de pessoas e
aumentar o desemprego.
Indicadores
do desemprego são "aflitivos" e de "gravidade extrema"
Publicado às 21.55 do dia 17
de Fevereiro de 2012 pelo JN
O economista João Ferreira
do Amaral e o antigo ministro das Finanças José Silva Lopes avaliaram esta
sexta-feira os recentes indicadores do desemprego em Portugal como
"aflitivos" e de "uma gravidade extrema".
Os dois responsáveis falavam
à margem da conferência "Sim ou não ao Tratado Intergovernamental?",
realizada esta sexta-feira na Faculdade de Direito de Lisboa.
Para Ferreira do Amaral, os
níveis de desemprego alcançados em Portugal são de "uma gravidade
extrema", acreditando que durante 2012 irão aumentar.
"Evidentemente quando
há uma recessão, o desemprego aumenta, não só porque não se criam novos postos
de trabalho, porque se perdem muitos. Este ano vai aumentar mais, porque a
recessão vai ser mais profunda", afirmou o economista, em declarações aos
jornalistas.
O professor catedrático
destacou especialmente o desemprego ao nível dos mais jovens. "É condenar
toda uma geração a não ter perspectivas de futuro", sublinhou.
A taxa de desemprego
disparou no quarto trimestre para os 14%, face aos 12,4% observados no trimestre
anterior, com o número de desempregados a ultrapassar os 770 mil, divulgou na
quinta-feira o INE.
De acordo com os mesmos
valores, a taxa de desemprego dos 15 aos 24 anos atingia os 35,4% no final de
2011.
O também economista e
ex-ministro das Finanças Silva Lopes também acredita que o desemprego irá
aumentar. "É aflitivo e tenderá a crescer. A Grécia já vai em 20%",
disse o economista, recordando as dificuldades sentidas pelo Estado helénico
para ultrapassar as medidas impostas pela 'troika' (Banco Central Europeu,
Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional).
"Sou a favor da
disciplina orçamental e de ajustamento, e um país como o nosso não pode escapar
a estas medidas, mas (...) há limites para tudo e esses limites no caso da
Grécia não estão a ser observados e no caso de Portugal, por enquanto talvez
ainda, mas não tenho a certeza que não venhamos a precisar de apoios
complementares para que isso não suceda. Se entramos no caminho da Grécia, é a
destruição do país", referiu Silva Lopes.
Sobre a terceira avaliação
da 'troika' ao programa de ajuda a Portugal, a decorrer, e a atribuição de uma
nova tranche, João Ferreira do Amaral acredita que Portugal irá cumprir os
objectivos e assegurar o financiamento, mas defende que o Estado português
devia começar a negociar a flexibilidade do programa.
"Portugal deve cumprir
os objectivos da 'troika', justamente para assegurar o financiamento, mas ao
mesmo tempo, na medida em que esse cumprimento seja visível, deve também
começar a negociar uma flexibilização de prazos e de intensidade",
concluiu.
Silva Lopes também espera
que avaliação da 'troika' decorra de forma positiva, "sem surpresas",
recordando o caso da Madeira.
Sobre as futuras avaliações,
o antigo ministro mostrou-se mais apreensivo. "Estou para ver o acontece
nas outras a seguir", disse ainda aos jornalistas.
A
situação começa a ser tão grave, que os economistas deste país começam a ter
grandes dúvidas se o caminho que está a ser seguido pelos governantes, não nos
levem para um buraco sem retorno. Na verdade é que sem haver crescimento da
economia, não conseguimos pagar os juros que nos cobram nos empréstimos que
obtemos. Isto é a pescadinha de rabo na boca, estamos a dar a volta
constantemente, isto é, voltamos constantemente ao princípio e não conseguimos
ver luz ao fundo do túnel. Sem crescimento não aumentam os postos de trabalho,
sem trabalho não há crescimento.
Neste momento temos cá a troika para mais uma avaliação do
programa negociado, mas sempre que esses senhores aparecem por cá, querem renegociar
mais algumas coisas que atrofiam ainda mais a economia ou as bolsas dos
portugueses. O que seria importante era o governo negociar mais tempo para o
pagamento da dívida e atenuar a austeridade e a partir daí, sim poderíamos ter
crescimento, logo aumento de postos de trabalho.
Diariamente
somos confrontados com notícias que se não fossem tão penalizadoras para todos
nós, até daria vontade de rir, pois ontem dia 21 de Fevereiro de 2012, veio uma
notícia no jornal Público a dizer que os portugueses iriam receber menos no fim
deste mês de ordenado, devido ao aumento da retenção na fonte de mais 2% de
IRS. Isto porque acabaram algumas deduções aos benefícios fiscais para 2012 e
para que os contribuintes não tenham de ter de pagar mais aquando do acerto de
contas em Março de 2013.
Com
esta notícia, postei no Facebook o
seguinte:
Se
bem me lembro, (assim começava Vitorino Nemésio) as suas conversas televisivas,
mas o que pretendo dizer é o seguinte:
O
senhor Passos Coelho como líder da oposição fez pressão sobre o governo
Sócrates, para que este não retirasse benefícios fiscais aos contribuintes,
isto para que o Sócrates visse o orçamento passar na Assembleia da República.
Hoje que o senhor Coelho tem maioria no parlamento e está-se nas tintas para os
portugueses. Retirou uma quantidade de benefícios fiscais e todos nós vamos
sentir no bolso esses cortes!
E
esta é a realidade portuguesa, austeridade, aumento de impostos directos e
indirectos, aumentos de transportes, aumentos da electricidade, enfim, tudo
aumenta menos os ordenados e pensões. Nos benefícios fiscais cortados pelo
governo, encontram-se as despesas da educação, os PPR e as despesas com a saúde
serão mais limitadas. No entanto, o orçamento de 2011 só foi aprovado porque
Passos Coelho exigiu ao José Sócrates que mantivesse esses benefícios fiscais.
Como as coisas mudam quando se está na oposição e depois quando se é governo.
Isto passa-se com todos os membros do governo, assim como com os deputados, que
passam a ter a mesma filosofia quando fazem parte da panela.
Os
correligionários do partido do governo defendem todas estas medidas, dizendo
que nos armários dos ministérios só lá estavam esqueletos, querem dizer que o
governo anterior comeu a carne toda e só deixou ossos para o actual governo.
Estas lamentações também são cíclicas, porque sempre que muda o governo as
queixas são semelhantes. Ontem foi a vez de António Capucho vir em defesa da
sua “dama”, com a história dos esqueletos deixados pelo governo de Sócrates e
para as suas declarações deixo estas palavras:
(O
senhor Capucho tem muita graça, não foi só o PS que fez o acordo com a troika, o PSD e o CDS também lá
estiveram a negociar. Já é tempo de deixarem de ser “piegas” e começarem
assumir o memorando como co negociadores, pois esta é a verdade. Além disso,
este governo desde que tomou posse, disse sempre que queria ir para além do
acordo com a troika, por isso, a
questão da política liberal é por ideologia própria do governo! Aliás, este Primeiro-ministro
é demasiado “Salazarento”, talvez por não ter vivido grande tempo durante o
“Estado Novo”, era um puto de 6 anos quando o Salazar morreu, porque se
eventualmente tivesse vivido com a política da “rolha”, talvez pensasse de
outra forma. Ou talvez não, se calhar até é por isso que quer ser o seguidor de
Salazar.)
Hoje
começamos a ver que os governantes se queixam da perda de receitas com os
impostos, só no mês de Janeiro, perderam qualquer coisa como 9% em relação ao
mesmo mês do ano passado. É muito dinheiro!
Já
não venho aqui fazer comentários há um tempinho, (12-03-2012) e entretanto
houve algumas novidades políticas, alguns disparates.
O
Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças tinham dito que os cortes salariais
eram para todos os funcionários públicos, assim como para todas as empresas do Estado.
Até aqui, estaria tudo certo, desde que o senhor Ministro das Finanças não
viesse dar o dito por não dito e fizesse uma excepção para a TAP, pois esta
empresa tinha um pré-aviso de greve de 24 dias se não fosse revista a situação
de cortes salariais. Resultado, houve uma excepção e a TAP não fica no rol dos
funcionários públicos e das empresas do Estado que terão efectivamente um
decréscimo salarial de 5%. Logo a seguir foi feita mais uma excepção, desta vez
para a CGD e agora vamos esperar para ver quem segue para aumentar a lista.
Entretanto,
também houve uma situação muito caricata que deu e continua a dar muito que
falar, que é o seguinte:
No
passado ano, o governo resolveu interromper a suspensão de pagamento de
portagens durante o mês de Agosto como era habitual, na ponte 25 de Abril.
Devido à situação de crise financeira que o país atravessa, até se aceita isso.
Mas o interessante desta situação, é que as Estradas de Portugal, empresa
pública que gere as portagens e estradas de todo o país, descontaram as
portagens que a Lusoponte recebeu durante o mês de Agosto de 2011, com a
passagem de veículos na Ponte 25 de Abril, no montante de 4,4 milhões de euros,
no seu pagamento de compensações no mês de Outubro, tendo o Secretário de
Estado, ordenado à EP que efectuassem o pagamento das ditas portagens. Isto
acabou por dar polémica, pois soube-se no princípio deste mês o que se estava a
passar, isto é, da EP ter retido e acertado contas das ditas portagens cobradas,
mas o Secretário de Estado mandou a EP pagar as portagens, originando um duplo
pagamento, pois com isso a Lusoponte cobrou portagens que no contrato não
constavam e as compensações por não haver recebimento de portagens em Agosto.
Quer isto dizer que o erário público pagou a dobrar ao amigo Ferreira do
Amaral, administrador da Lusoponte.
Esta
situação deveria ter dado a demissão do Secretário de Estado, pois não zelou
pelos interesses do país, mas sim pelos interesses da empresa privada
Lusoponte. No entanto, o Ministro Miguel Relvas, neste fim-de-semana, veio
dizer que a administração da EP iria ser demitida. Portanto, chego à conclusão
que o senhor Ministro Miguel Relvas pretendia era que a Lusoponte recebesse a
mais os 4,4 milhões de euros e que ficasse tudo caladinho e as EP não divulgassem
o que se estava a passar.
Também
no início deste mês soubemos da morte de mais de 6.000 pessoas,
maioritariamente idosas que faleceram em Portugal. Nos noticiários são
comentados alguns casos de pessoas que deixaram de comprar medicamentos por
falta de dinheiro, outras pessoas deixaram de ter aquecedores ligados na casa,
devido ao elevado custo da electricidade. Portanto, o resultado dessas mortes
está de certa forma relacionado com a austeridade, pois não existe dinheiro nos
orçamentos familiares que chegue a fim de as famílias continuarem a gastar
electricidade com aquecimento das casas e com medicamentos que são necessários
para manterem o mínimo de saúde das pessoas idosas do agregado familiar.
Cada
vez se nota mais a falta de equidade nos sacrifícios pedidos aos portugueses,
desde das excepções que começam a vir ao de cima nos cortes salariais, alegando
que são excepções e que se mantem o corte salarial nessas empresas, mas de
forma diferente, o que não dá para compreender, pois se um trabalhador ganha X,
terá de ter um desconto de 5% sobre esse valor. A questão na minha óptica é
outra, se a empresa como por exemplo a TAP, declara 24 dias de greve, podemos
estar a dizer que o prejuízo será de tal ordem que se pode encerrar a TAP logo
de seguida. Mas como se quer privatizar a TAP, então abre-se uma excepção, para
que os potenciais compradores possam ser beneficiados na alienação da TAP.
Esta
semana a UE, disse que Portugal não pode vender o BPN nas condições que está a
negociar com o BIC, o que está em causa é um empréstimo de 300.000.000,00 € a
juro 0%. A UE exige que o juro a cobrar seja de 3% no mínimo para que o negócio
se faça, caso contrário é anulada a venda do BPN. Ora esse juro dá um montante
de 27 milhões de euros nos três anos do empréstimo, se o BIC se propõe pagar 38
milhões de euros, quer dizer que o Governo de Portugal, além do dinheiro que já
injectou no BPN, mais de 5.000.000.000,00 €, ainda iria perdoar juros no valor
de 27 milhões e receberia pelo BPN apenas 38 milhões, que no fundo seria
exactamente 11 milhões, pois 38-27=11, esta são as contas que se têm de fazer.
Agora foi solicitado pelo PS uma comissão de inquérito na AR para se debater o
caso BPN, vamos ver o que dá.
Hoje
14 de Março de 2012, vem nas notícias dos jornais a diferente forma de o
Governo tratar as grandes empresas e o povo em geral. Quero dizer com isto o
seguinte:
As
produtoras de electricidade deste país, cobram taxas aos consumidores,
referente às rendas que pagam pela instalação de parques eólicos, construções
de barragens, centrais eléctricas, etc. Esse montante cobrado em taxas aos
consumidores, representam milhões de euros anuais que as produtoras recebem, a
maior fatia vai para a EDP. No memorando da troika
está previsto acabar com esta situação que dá uma margem de lucro substancial
às produtoras de electricidade. O Secretário de Estado da Energia, demitiu-se
por ter sido impedido de levar a bom termo a imposição do memorando da troika, isto é, acabar com o
financiamento das rendas às produtoras de energia. Foi substituído no cargo por
um administrador da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), o que
dá a ideia de alguma promiscuidade entre a ERSE e as produtoras de energia.
O
Ministro das Finanças e o Secretario de Estado Carlos Moedas, estão unidos para
favorecer os grandes grupos económicos como a EDP, nem que para isso tenham de
ir contra o memorando da troika. No
entanto, no Jornal Económico de hoje, vem uma notícia que a troika poderá bloquear a quarta tranche
do empréstimo a Portugal se não for cortadas as rendas às produtoras
energéticas a operar em Portugal.
Estas
coisas nunca são feitas sem haver conversações de bastidores com as entidades
interessadas no negócio, até porque na semana passada o administrador da EDP
António Mexia, numa entrevista na RTP 1, disse que em Portugal a energia é mais
barata que em Espanha e que a média dos países da Europa. Não ponho isso em
causa, até porque os salários são bastante mais altos em Espanha que em
Portugal, basta começar pelo ordenado mínimo, que em Portugal é de 485,00 € e
em Espanha é de 641,40 € e que este ano deverá subir entre 1,5% e 2,5%. Já no
resto da Europa terão salários ainda mais altos. Só o senhor António Mexia é
que tem um salário superior à média europeia para as mesmas funções. Talvez por
isso nos queira colocar a todos os portugueses na mesma bitola, quando não é o
caso.
É
muito fácil cortar salários aos funcionários públicos e pensionistas, porque
estes não têm meios de fazer pressão sobre o Governo, os sectores mais fortes
como a TAP ou a CGD, conseguem ter essa força para imporem ao Governo excepções
nesses cortes.
26/03/2012
Para aqueles que acreditam em tudo o
que este Governo diz, devem estar atentos ao que se passa efectivamente no
país.
Todos
nós estamos a sofrer com a austeridade, uns mais que outros, pois a equidade na
austeridade não existe.
Para
algumas empresas deste país a situação não podia ser melhor, apresentam lucros
fabulosos, alegando que a maior fatia foi conseguida no estrangeiro, mas isso
não invalida de estarem a roubar todos os portugueses e as empresas
portuguesas. Estou a falar de EDP, em que todos pagamos nas facturas as ditas
rendas que a troika já mandou acabar
com isso, mas que o Governo de Passos Coelho, é demasiado lesto a adicionar
medidas “punitivas” para todos nós, mas demasiado lento nas medidas impostas
pela troika sobre as empresas que
geram demasiados lucros anuais, como é o caso da EDP.
Este
Governo toma medidas impopulares e para saírem dos gabinetes têm de andar com
mais de uma dúzia de guarda-costas para evitarem algum contra tempo menos bom.
No entanto, somos todos nós que estamos a pagar esses guarda-costas e que
porventura não ficará barato.
Ainda
ontem no discurso de encerramento do Congresso do PSD, o Primeiro-Ministro,
disse que devemos seguir o exemplo da Alemanha, parece-me que a Alemanha não é
exemplo para ninguém, pois quando precisou de auxílio da CE, aquando da
unificação, cá estávamos todos para comprar produtos alemães a fim de ajudar.
Agora que estão três países europeus a necessitar de ajuda financeira, os
Bancos alemães ajudam para ganhar dinheiro como nunca ganharam. Portanto, o
senhor Passos Coelho que não venha com subserviência à Alemanha!
É
preciso o Ministro das Finanças Alemão falar do desemprego em Portugal que é
demasiado elevado e que pode gerar conflitos nas ruas. Este Governo não vê que
as medidas tomadas para além do memorando da troika será inevitavelmente um motivo de descontentamento popular e
que pode levar a actos semelhantes aos que vimos recentemente na Grécia. Basta
ver o que se passou a semana passada na baixa de Lisboa, próximo do Largo
Camões, em que a polícia bateu e destruiu a explanada de um café, bateu a de
forma a lembrar o tempo de Salazar, em que a polícia de choque não olhava em
quem batia. Isto revolta o mais pacato dos cidadãos!
A
demissão do Secretário de estado da Energia, ainda não foi explicada pelo
Governo, alegando que a saída do Secretário de Estado tem a ver com razões
pessoais e familiares. No entanto, a verdade há-de vir ao cimo como azeite em
água, é tudo uma questão de tempo. Para já só sabemos que foi uma batalha
travada com a EDP e que o Secretário de estado acabou por ser o elo mais fraco
e que em vez de ter a solidariedade do Governo, nomeadamente do Primeiro-ministro,
acabou por ser demitido. Isto é o que sabemos até ao momento.
Portanto,
todas as promessas feitas por este Primeiro-ministro durante a campanha
eleitoral, esfumaram-se em menos de um ano de governação e apesar da
austeridade aplicada até ao momento, as contas públicas não vão ser o que o governo
diz, vai haver derrapagem no défice, pois a economia está em desaceleração
total, pelo que as receitas fiscais estão muito abaixo do esperado. Quer isto
dizer que possivelmente haverá mais aumentos de impostos até ao final do ano.
O Primeiro-ministro
e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, prometeu, este domingo, "acabar
com os privilégios dos sectores mais protegidos da economia" portuguesa,
incluindo a energia, defendendo que todos têm de contribuir para a recuperação
do país.
No discurso
com que encerrou do XXXIV Congresso do PSD, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico,
em Lisboa, Passos Coelho afirmou que tem "um projecto ambicioso para
Portugal" e que quer "construir uma sociedade mais aberta, mais
democrática na economia, mais justa na repartição do rendimento", o que
implica "acabar com os privilégios que permanecem nos sectores mais
protegidos da economia" em Portugal.
"E
seremos determinados, através de toda a transformação legal e negocial, que nos
permitirá reduzir esses privilégios, acabar com esses privilégios e
democratizar ainda mais a nossa economia e o nosso país", assegurou Passos
Coelho.
Isso será
feito "também na energia, acabando com o défice tarifário pesado que todos
os portugueses, famílias e particulares ou empresas, têm vindo a
suportar", acrescentou.
"Nós
temos de olhar para todos os portugueses e poder dizer-lhes: não há uns que
possam mais e outros que possam menos. Respeitamos todos, mas todos têm de dar
um contributo para a recuperação do país", defendeu o primeiro-ministro e
presidente do PSD.
Passos
Coelho disse que a eliminação de "privilégios" e a
"democratização" da economia portuguesa passará também pela
renegociação dos contractos de parcerias público privadas, referindo que, se
nada fosse feito, estes custariam aos contribuintes "mais de mil dois
milhões de euros todos os anos a partir de 2014 e por quase 35 anos".
Fonte: Jornal Público de 26 de Março
de 2012
Estas são mais umas mentirinhas com
que o Primeiro-ministro se entretém a dizer aos portugueses sempre que tem de
fazer um discurso para dentro do partido. Dá a ideia que o Primeiro-ministro se
convence a ele próprio que se disser muitas vezes a mesma mentira, esta se
torna em verdade. Poderá ser isso para ele e os seus correligionários de
partido, mas não será com toda a certeza para os portugueses em geral. Nós os
que sentimos no dia-a-dia com o aumento constante dos produtos de primeira
necessidade, já não acreditamos nos discursos entusiastas de encerramento de um
Congresso do partido.
A viúva de
José Afonso mostrou-se, este domingo, indignada com o uso, por parte do PSD, de
versos da autoria do cantor no congresso do partido, que decorreu este
fim-de-semana. "Quero protestar contra o uso, pelo PSD, no seu Congresso
deste fim-de-semana, de versos de José Afonso", refere Zélia Afonso numa
nota escrita.
A viúva do
autor de temas como "O que faz falta" e "Grândola Vila
Morena" refere que fica "satisfeita" quando vê "a obra
musical do Zeca a ser estudada e até interpretada, por exemplo, por jovens que
nem sequer o conheceram em vida" e considera que "isso significa que
a sua mensagem artística e humana permanece viva e actual".
"Penso
também que a sua obra ultrapassa fronteiras, por exemplo partidárias. Mas a
vida e as suas canções não só nunca se cruzaram com o PPD, ou com PSD que se
lhe seguiu, como estiveram, no tempo histórico em que coincidiram, em lados
opostos da barreira", refere.
Zélia Afonso
considera que, "se fosse vivo", José Afonso "estaria na primeira
fila dos que hoje, em Portugal, combatem a política neoliberal do Governo de
Passos Coelho".
"Porque
os responsáveis do PSD não podem ter dúvidas acerca disso, além de abusiva no
plano legal, a utilização de versos seus na entronização do chefe deste partido
e primeiro-ministro é também manipuladora e insultuosa. A memória de José
Afonso não deve e não pode ser assim desvirtuada para efeitos de
propaganda", conclui.
Nascido a 2
de agosto de 1929, em Aveiro, José Afonso morreu a 23 de Fevereiro de 1987, em
Setúbal, aos 57 anos, vítima de esclerose lateral amiotrófica.
Fonte: Jornal Público de 26 de Março
de 2012
A necessidade de tentar demonstrar
que está ao lado do povo, chega ao ponto de utilizar música que nunca antes
tinha sido tocada ou cantada pelo PSD, quer em comícios, campanha eleitoral ou
congressos. Nem após o 25 de Abri de 1974, que os partidos de esquerda, até ao
PS, terminavam os comícios ao som de “Grândola vila morena, terra da
fraternidade, o povo é quem mais ordena, dentro de ti ó cidade”. Na verdade,
antes de Pedro Passos Coelho estar à frente dos destinos do PSD, o partido era
essencialmente Social-democrata, hoje é completamente neoliberal, pelo que o
uso da música ou poemas de Zeca Afonso será com certeza, uma ofensa à memória
do poeta e artista de esquerda, que lutou com as suas canções contra o fascismo
de Salazar e Caetano.
Carlos Manuel Félix Moedas
(Beja, 10 de agosto de 1970. É licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto
Superior Técnico e actualmente é Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro
Este
Secretário de Estado foi responsável pelo pagamento duplicado das portagens de
Agosto de 2011 à Lusoponte no valor de 4,4 milhões de euros. Tendo mentido ao
Primeiro-Ministro sem que nada lhe tenha acontecido.
O Eixo Atlântico afirmou hoje que a modernização da
ligação ferroviária entre Porto e Vigo custaria "menos de metade" das
indemnizações que o Governo português terá de pagar pelo cancelamento das obras
do TGV.
"Enquanto
que a indemnização [pelo cancelamento do TGV] às empresas rondará os 300
milhões de euros, que deverão ser pagos inteiramente pelo Governo português, a
modernização da linha do Minho custa no máximo 180 milhões de euros, menos de
metade, dos quais o governo português só deverá contribuir com 27
milhões", afirma o Eixo, em comunicado.
Em causa
estão 100 quilómetros de linha, entre Nine e Valença, num investimento estimado
"até" 180 milhões de euros, que poderia ser comparticipado por fundos
comunitários.
"Por
outras palavras, os impostos dos portugueses vão pagar 300 milhões de euros em
troca de nada e como consequência de decisões políticas erróneas", diz
ainda o Eixo Atlântico, que reúne as 34 maiores cidades da Galiza e do Norte de
Portugal.
"Pelo
contrário, modernizar a linha do Minho entre Nine e Valença, servindo uma área
funcional de dois milhões de pessoas e reactivando uma economia muito
fragilizada tanto pela crise como pelos erros históricos dos sucessivos
governos - sistema de pagamento de portagens - custaria aos cofres portugueses
menos da décima parte do que, insistimos, vão pagar para tapar um erro político
e administrativo", acrescenta o comunicado.
Numa reunião
realizada em Viana do Castelo, em Setembro de 2011, políticos, autarcas,
empresários e utentes do Norte e da Galiza aprovaram uma declaração conjunta
enviada aos ministros das Obras Públicas de Portugal e Espanha solicitando este
investimento "prioritário" na linha ferroviária entre Porto e Vigo.
No
documento, os promotores assinalavam que a modernização da linha é "uma
pretensão das comunidades do Norte de Portugal e da Galiza", sendo
"tecnicamente financeira e viável" e que pode ser executada "até
final deste Quadro Comunitário de Apoio".
O objectivo
passaria por, segundo um estudo realizado sobre as formas de modernização
daquela linha, permitir uma viagem entre Porto e Vigo em 75 minutos, para as
viagens directas, apenas com paragens em Barcelos, Viana e Valença.
A redução
dos tempos de viagem, actualmente em cerca de três horas, seria conseguida
através da electrificação, com novo material circulante e pela sinalização da
linha.
"Revalidamos
a nossa petição remetida anteriormente aos dois governos para que a próxima
Cimeira Ibérica aprove a ligação Porto-Vigo através da modernização da linha
existente e não se cometa de novo outro erro histórico e que uma vez mais
tenham de ser os portugueses a pagar com os seus impostos ou com a ruptura das
suas empresas", remata o comunicado do Eixo Atlântico, actualmente
liderado pelo autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa.
Fonte DN de 26 de Março de 2012
Não interessa de quem é a culpa
desta situação, se é deste Governo ou se é do anterior, o que interessa, é que
todos nós portugueses vamos ter de pagar uma indemnização, ao consórcio que
assinou o contracto com o Governo português, que é um mandatário de Portugal.
Lei obriga à incorporação de produto nacional, o que
permitiu aos cinco operadores certificados em Portugal ganharem 215 milhões de
euros em 2011.
"Um
decreto-lei assinado por Manuel Pinho em 2010, que obriga à incorporação de uma
percentagem de biodiesel nacional no gasóleo rodoviário, custou em 2011 cerca
de 215 milhões de euros aos condutores portugueses", escreve hoje o
Correio da Manhã.
Os
beneficiados com "esta imposição (que deverá durar até 2014) foram cinco
empresários que investiram em fábricas de produção de biodiesel em Portugal. A
Iberol, de João Rodrigues, e a Biovegetal, do grupo SGC, de João Pereira
Coutinho, são os principais produtores, seguidos da Prio - grupo Martifer - e
da Torrejana. A Sovena, do grupo Nutrinveste, também tem fábrica certificada de
biodiesel", indica o jornal.
O diário
cita um relatório da Autoridade da Concorrência em que se refere que "a
incorporação de biodiesel no gasóleo rodoviário terá encarecido o preço médio
em cerca de 3,7 cêntimos por litro, em média, nos nove primeiros meses de
2011". Segundo o jornal, esta entidade irá analisar a questão em breve.
Fonte: DN de 26 de Março de 2012
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2384620&especial=Revistas
de Imprensa&seccao=TV e MEDIA
Isto demonstra o que valem os
políticos portugueses, são uns vendidos às grandes empresas, protegem-nas a
todo o custo, contra aqueles que os elegeram nas eleições. A incompetência de
alguns políticos dá vontade de apelar à revolta, porque todos nós sabemos que
não existe pena judicial para os políticos portugueses, mesmo que sejam
julgados e condenados. Não se pode brincar com o dinheiro dos contribuintes,
nem dar regalias para determinados grupos económicos beneficiarem, para mais
tarde darem guarida a esses políticos que fecharam contractos que lesaram os
contribuintes em milhões de euros. Tudo isto, porque a corrupção e
promiscuidade andam de braço dado entre políticos e determinados grupos de
empresários. Estes interesses instalados, deveriam ser suspensos de imediato,
mas os contractos são elaborados de tal forma que se houver interrupção dos
mesmos, a indemnização é extremamente elevada.
Vai fazer um mês que não escrevo
nada sobre o que se está passar no país, mas muitas polémicas surgiram neste
último mês.
Há duas semanas atrás foi anunciado
no Parlamento pelo Ministro das Finanças, que houve um lapso e que os subsídios
de férias e de Natal cortados aos funcionários públicos e pensionistas, só
voltavam em 2015 e faseadamente, isto é, poderá ser reposto inicialmente 25% do
subsídio e lentamente ao longo dos anos chegar novamente à totalidade.
Tudo isto provocou uma onda de
revolta, tanto dos partidos políticos da oposição, como também da imprensa
escrita e falada, nomeadamente das televisões que se fartaram de questionar o
Primeiro-ministro e o Ministro das Finanças sobre o assunto. O
Primeiro-ministro, inclusivamente deu uma entrevista à RTP 1, através do
programa “Jornal da Noite” em directo de Moçambique onde esteve numa visita
para vender 7,5% da posição que o Estado português detinha em Cabora Bassa, na
barragem com o mesmo nome desde o período da guerra colonial.
Esses
7,5% foram vendidos por cerca de 30,5 milhões de euros, quando tinha sido feita
uma avaliação dos 15% que Portugal detinha do capital da barragem em 77,5
milhões de euros.
Pedro
Passos Coelho vendeu 7,5% à empresa distribuidora de electricidade de
Moçambique pelo montante acima indicado, e vendeu À REN (Rede Eléctrica
Nacional), os restantes 7,5% pelo valor em falta, isto é, 47 milhões de euros.
Portanto, vende-se a Moçambique por baixo valor e a REN tem de arcar com o mau
negócio de pagar mais pelo mesmo número de acções. Algo vai mal neste negócio!
Na
entrevista dada em directo de Moçambique, Pedro Passos Coelho, também explicou
o porquê de ter sido feito à socapa a suspensão das reformas antecipadas para o
sector privado da economia.
No
espaço de uma semana o Concelho de Ministros aprovou uma Lei, para suspender as
reformas antecipadas aos trabalhadores do sector privado, que tenham mais de 55
anos e 30 de descontos para a Segurança Social, com perda de uma percentagem
anual, pela antecipação da dita reforma. Esta Lei foi aprovada e promulgada
pelo Presidente da República em tempo recorde, uma semana. A justificação dada
pelo Pedro Passos Coelho foi, que se não tivesse sido dessa forma, haveria
muitas pessoas que correriam à Segurança Social requerer a reforma antecipada.
Temos
de pensar que o Estado é uma entidade de bem, que cumpre os acordos feitos com
os parceiros sociais, com os trabalhadores ao longo dos anos, e que não vai
andar a mudar as regras sempre que lhe convier por isto ou aquilo. Houve uma
quebra de confiança por parte dos contribuintes da Segurança Social, até porque
ficaram de fora desta lei, os funcionários públicos, que foram admitidos antes
de 2005. Isto porquê? Porque em 2005, houve uma reforma da Segurança Social,
que não mexeu nos direitos adquiridos dos trabalhadores e nessa mesma reforma,
entraram para o regime geral da Segurança Social, todos os funcionários
públicos que fossem admitidos ao abrigo da nova lei. Daí que, apenas ficam de
fora os funcionários públicos admitidos até essa data, para que o governo possa
despedir de mútuo acordo, funcionários públicos e que os possa enviar para a
reforma antecipada. Dois pesos duas medidas. Até porque no caso da Segurança
Social, o dinheiro pertence aos trabalhadores que descontam mensalmente, assim
como as entidades empregadoras e o Estado apenas gere esses fundos da Segurança
Social.
O
caso do “lapso” do Ministro das Finanças, e a suspensão das reformas
antecipadas, provocou uma onda de contestação sobre o assunto, que ainda não
parou. O modo como foi feito, quebrar com os direitos adquiridos dos
trabalhadores mais antigos, sem que isso se justifique, com o desemprego a
aumentar mensalmente, já está em 14% da população. Uma forma de resolver parte
do desemprego, seria mandar para a reforma antecipada os trabalhadores que
estão desempregados, que já tenham mais de 55 anos e de 30 anos de descontos
para a Segurança Social. Essa situação iria beneficiar a médio e longo prazo, a
sustentabilidade do sistema da Segurança Social, porque quem antecipa a idade
da reforma, perde uma percentagem de 6% por cada ano antecipado. Portanto, o
governo apenas mandou para diante o aumento das pensões, porque travou até 2014
as antecipações das reformas.
Hoje
véspera das comemorações de mais um aniversário, da passagem do 25 de Abril de
1974, vem na imprensa diária a informação que o “Movimento dos Capitães de
Abril” e o antigo Presidente da República Portuguesa Mário Soares e o
socialista Manuel Alegre, não vão estar presentes nas comemorações oficiais na
Assembleia da República, amanhã dia 25 de Abril. Claro que não se fizeram
esperar os comentários de personalidades da maioria que nos governa:
O
Primeiro-ministro disse que há pessoas que pretendem ser protagonistas em datas
históricas, que são para comemorações do povo e não de pessoas.
Como
ele está errado neste assunto, quando se deu o 25 de Abril, Passos Coelho
estava prestes de fazer 10 anos. Nessa altura quase que se pode dizer, que
tinha acabado de abandonar as fraldas e Mário Soares ou Manuel Alegre, já
tinham dado provas mais que suficientes de lutadores antifascistas.
Mário
Soares faz parte da história de Portugal. Mário Soares irá ficar na história
como lutador antifascista e de lutar pela democracia no “Verão quente de 75”. Enquanto
Pedro Passos Coelho, irá ficar na história pela negativa, pelo
Primeiro-ministro que pior governou o país, que mais austeridade infligiu ao
povo e que se desculpa constantemente com a má governação do engenheiro
Sócrates.
CDS/PP,
o líder parlamentar disse que o partido socialista enquanto governo afectou
muito a democracia. Em relação a esta notícia, postei no Facebook o seguinte:
Quando
um partido político que está no governo e implementa uma política de
extrema-direita, quer o quê, que o Movimento dos Capitães de Abril, festejem
com eles a passagem de mais um aniversário da data em que o país acordou para a
democracia e liberdade. Este partido não está a colaborar na política de
destruir toda a economia deste país com o “ir mais além, do que o memorando da troika”.
Dizer
que o desvario do governo socialista afectou muito a democracia é treta! Tudo
isto começou com Cavaco Silva, nos anos oitenta e daí para cá têm sido todos os
governos a fazer a mesma porcaria de política que nos levou onde estamos hoje.
Não é o feito deste ou daquele partido, é tudo junto e todos têm culpas no
cartório, nomeadamente o CDS/PP com a compra dos submarinos no valor de 1.000
milhões de euros e que meteu dinheiro ao bolso com esse negócio!
Todos
os partidos estão implicados no pedido de resgate de Portugal e muitos cidadãos
também, que se endividaram para além das suas possibilidades, comprando casa,
carro acima das suas posses, etc.
DEMITA-SE, SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO
(Coluna de opinião do Semanário Expresso)
Terça-feira, 6 de
Março de 2012
Senhor Primeiro-ministro, depois das
medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a
nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece
rugir!...
O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um
Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso,
um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se
revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!
Invoca Sua Sumidade, que as medidas são
suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse
argumento.
O déficite já vem do tempo de Cavaco
Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da
Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas,
a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos
pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O
resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e
investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis,
que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de
novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral
deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta
gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias.
E você é o herdeiro e o filho predilecto
de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?
Mas o Senhor também é responsável por
esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda.
Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros
para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como
motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu,
entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como
excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em
mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.
Diz Vossa Eminência que não tinha outra
saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa
do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas
mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda
maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão
assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com
ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com
muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde
vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca
descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de
crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?
O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos
indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra
hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto.
Tem um prejuízo de 3.500 milhões de
euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura.
Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim
Loureiro.
Outro exemplo: as parcerias
público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas.
Outro exemplo: Dizem os estudos que, se
V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas
de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até
porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou.
Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em
deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que
anunciou, para Salvar Portugal!
Diz Boaventura de Sousa Santos que o
Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato
académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom
aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração.
Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora
Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de
um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao
desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência.
Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.
Demita-se, senhor primeiro-ministro,
antes que seja o Povo a demiti-lo.
Este
artigo de opinião, que saiu no Semanário Expresso, está de acordo com as coisas
que já escrevi há meses atrás nestas minhas “memórias”.
Voltando
à questão das comemorações do 25 de Abril, o General Pires Veloso, afirma que é
necessário efectuar outro 25 de Abril, e os meus comentários no Facebook, foram
o seguinte:
O general Pires Veloso, um
dos protagonistas do 25 de Novembro de 1975, considera que é preciso um novo 25
de Abril em Portugal. O militar, que esteve por dentro do contragolpe militar
que pôs fim ao chamado "verão quente", diz agora que é essencial que
haja um movimento dos cidadãos capaz de repor a verdade na sociedade portuguesa.
Concordo
perfeitamente com o General Pires Veloso!
Isto
não é demagogia, isto é o que se passa neste país, em que os políticos se
servem do Estado, para usufruírem regalias que não deviam ter!
Quando
os políticos, tiverem direito à reforma, só ao fim de 40 anos de desconto para
a Segurança Social, quando os políticos, forem julgados, como qualquer cidadão,
que cometa uma infracção grave, quando os políticos, forem penalizados pela má
gestão dos dinheiros públicos, quando os políticos, forem obrigados a
indemnizar o Estado, pelos erros graves de gestão do erário público, então,
estaremos em democracia!
A
revolta que existe em muitos cidadãos deste país, com tudo o que se passa
acerca da austeridade, imposta pelo governo e que a própria troika já disse que pode ser
contraproducente, pelo que austeridade sem crescimento económico e sem aumento
de emprego, será muito mau e não permitirá atingir o limite do défice. Ou
melhor, atingir o défice à custa de desemprego e sem crescimento económico, não
leva o país a lado nenhum.
Amanhã
dia 25 de Abril de 2012, dia em que é comemorado a passagem do 38º aniversário
da “Revolução dos Cravos”, espero que não haja problemas nas manifestações que
estão agendadas, até porque a polícia está preparada para abortar todas as
manifestações contra o governo. Segundo notícias que foram públicas nos jornais
no dia de ontem, a polícia não permitirá manif’s, que não tenham sido
autorizadas. Como este tipo de manifestações de alguma forma são espontâneas, a
polícia irá bater com toda a certeza. Vamos ver como será a reacção popular à
carga policial.
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