O perigo da bancarrota continua
Quando a conversa não
interessa aos nossos políticos, normalmente, vêm com a conversa que há ano e
meio atrás estávamos à beira do precipício, da bancarrota, mas o que diz o
artigo abaixo, publicado no Expresso on-line,
é que continuamos no limiar da bancarrota. Portanto nada mudou, apenas mudaram
as moscas, porque o resto é a mesma coisa.
Os dados económicos do país
são um desastre completo, o desemprego continua a aumentar, a dívida também,
mas o primeiro-ministro diz que está tudo bem, que segue em linha com as
previsões do Governo. Nada segue em linha com nada, as previsões do Governo
falham todas e ninguém entende porque é que ainda não se tomou uma decisão
forte de ir renegociar a dívida. Já toda a gente viu que não conseguimos pagar
coisa nenhuma, mas o Governo continua afundar mais o país.
Acho que já era tempo de se
juntarem todos os partidos da área governamental, mais o Presidente da
República e irem de malas a bagagens, ao BCE, à CE e ao FMI, para renegociar
com as altas esferas dessas instituições, a nossa dívida, os juros que nos são
aplicados e mais tempo para pagar a dívida pública.
Todos nós queremos pagar,
somos pessoas de bem, que cumprimos os nossos compromissos, mas não podemos
destruir a economia, que sustenta o país e que dá os proventos para pagar aos
nossos credores. Por este andar, não vamos conseguir nem pagar aos credores,
nem conseguir sobreviver.
Toda a gente sabe que o
problema não é de Portugal, houve períodos em que a UE, mandou os países
fazerem investimento público em força e de repente, querem que o défice público
passa para 2,5% do PIB, passando de 7% para 2,5% num espaço muito curto de
tempo. Isso não é possível fazer, de uma forma sustentável e sem destruir a
economia de um país. Não é por acaso que está mais países na situação idêntica à
de Portugal, no limiar de pedir ajuda externa, a fim de cumprir com os
credores.
Se fosse o caso de Portugal
e da Grécia, até podíamos pensar que era um problema destes países, mas o
problema é mais profundo e engloba também a Espanha, a Itália e possivelmente a
França. Portanto, estamos num beco sem saída, se não houver boa vontade da
parte dos credores de renegociarem a dívida portuguesa e dos nossos políticos
sem excepção, de irem bater à porta dos credores e renegociar mais tempo para o
pagamento da dívida, atenuando dessa forma o sufoco em que o país está metido.
É preciso acabar com as
demagogias e tratar com seriedade os assuntos do país, deixar de querer ser o “bom
aluno”, porque isso já demonstrou que não nos leva a lado nenhum. Temos é de
bater o pé com firmeza à senhora Merkel, para que nos ouça e compreenda que a
única forma de receber o dinheiro que nos emprestou, será dilatar no tempo o
prazo de recebimento do mesmo.
Risco
de bancarrota acima de 42%
Na trajetória de subida
desde 19 de outubro, a probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa
atingiu hoje 42,19%. Portugal mantém-se no 5º lugar do "clube" dos 10
países com mais alto risco. Espanha regressou ao "clube".
Jorge Nascimento Rodrigues
(www.expresso.pt)
12:52 Quarta feira, 14 de
novembro de 2012
A probabilidade de
incumprimento da dívida portuguesa não para de subir. Hoje fechou em 42,19%, segundo
dados da CMA DataVision.
A trajetória de subida do
risco de incumprimento (default) mantém-se desde 19 de outubro.
O custo dos credit default
swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento) fechou em 633,02 pontos
base. A 18 de outubro estava em 415,76 pontos e o risco de default era de
30,83%.
Portugal está em 5º lugar no
"clube" dos 10 países com mais alto risco de default, um grupo que é
liderado pela Grécia, Argentina e Chipre.
Ontem, o Banco de Portugal
revelou a sua previsão de recessão para 2013 apontando para 1,6%, enquanto a
previsão oficial que enforma a proposta de Orçamento de Estado para o próximo
ano é de 1%.
Hoje o Instituto Nacional de
Estatística avançou com estimativas preliminares de uma recessão de 3,4% no 3º
trimestre de 2012 em relação a período homólogo do ano passado. A projeção do
governo para a quebra anual do PIB em 2012 é de 3%. Esta quebra no terceiro
trimestre é superios à quebra homóloga de 3,2% que se tinha registado no
segundo trimestre. A economia portuguesa entra no oitavo trimestre consecutivo
de recessão.
Incerteza
sobre Espanha agrava o seu risco
Espanha, entretanto,
regressou, hoje, ao referido "clube", ao 10º lugar, tendo fechado com
um risco de 26,15%, apesar de Olli Rehn, o comissário europeu para os Assuntos
Económicos e Financeiros, ter afirmado que Bruxelas não vê necessidade de
exigir a Madrid medidas adicionais em 2012 e 2013 no quadro do procedimento de
défice excessivo. A nova avaliação, nesse âmbito, ocorrerá em fevereiro do
próximo ano.
O governo de Mariano Rajoy
tem evitado recorrer a um pedido de resgate total a Bruxelas, mesmo no âmbito
da fígura de uma "linha de crédito preventiva" do Fundo Europeu de
Estabilidade Financeira. As necessidades de financiamento para o ano de 2012
foram concluídas com as emissões de dívida. Por outro lado, a Alemanha tem
insistido em que o pedido não seja feito em virtude do calendário politico da
chanceler Ângela Merkel que enfrenta eleições em setembro de 2013 e quer evitar
problemas no Bundestag (Parlamento), onde um resgate a Espanha teria de ser
aprovado, e junto do seu eleitorado radicalizado contra a situação no países
"periféricos".
Entretanto, El Confidencial,
adiantou que Mariano Rajoy deu instruções para que se estude a possibilidade de
se recorrer diretamente, e em exclusivo, em 2013, às linhas de crédito
preventivas do Fundo Monetário Internacional, em caso de necessidade. Essa
solução teria o apoio político do presidente Obama, agora reeleito, e seria bem
acolhida pelo FMI. Esse tipo de solução já foi usado pelo Reino Unido em 1976
quando o governo chefiado pelo trabalhista James Callagham recorreu a um
empréstimo do Fundo de 4 mil milhões de dólares.
Ler mais:
http://expresso.sapo.pt/risco-de-bancarrota-acima-de-42=f766871#ixzz2CHnsf94t
Comentários
Enviar um comentário