Os discursos de Cavaco


Se não fosse trágico, seria para rir à gargalhada. Então não é que o homem responsável pelo términus da agricultura em Portugal e das pescas em quantidade industrial, para que apenas houvesse a agricultura caseira e de pequena escala, diz que Portugal esqueceu nas últimas décadas estas duas áreas.
O então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva, optou por receber muito, muito e muito dinheiro da então Comunidade Económica Europeia (CEE). Com esse dinheiro de fundos comunitários que Portugal começou a receber “às paletes”, deixamos a agricultura e as pescas em troca. Uns países produziam e pescavam e outros consumiam. Era a política de então. Portugal, como sempre com políticos de “vistas curtas”, optou pela destruição de barcos de pesca e abate de licenças para esses mesmos barcos. Também em troco de dinheiro, deixou e produzir uma quantidade de produtos agrícolas, só tínhamos de importar e consumir.
Até aqui, tudo bem, foram os erros do passado e de principiantes nestas andanças da União Europeia.
O que está errado, pelo menos na minha opinião, é o responsável por essas más medidas, vir agora décadas depois dizer:
 “Numa altura em que urge criar riqueza no país e gerar novas bases de crescimento económico, é necessário olhar para o que esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria”, disse o Presidente, que também foi primeiro-ministro entre 1985 e 1995. O país tem que voltar a focar-se nesses sectores para produzir “em maior gama e quantidade, produtos e serviços que possam ser dirigidos aos mercados externos”, apelou.
Este senhor, então primeiro-ministro, responsável pela primeira PPP, que continuamos a pagar, porque o seu ministro das Obras Públicas de então, Ferreira do Amaral, negociou pelo lado do Governo a PPP, relacionada com a Lusoponte e mais tarde, renegociou como administrador da Lusoponte e Portugal tem que pagar o preço de três pontes Vasco Gama à dita Lusoponte. Vem agora falar de agricultura e de pescas, quando a responsabilidade é inteirinha dele, porque optou pelo dinheirinho em vez de produção.
Se Aníbal Cavaco Silva quer fazer alguma coisa de jeito por Portugal, que envie o OE de 2013 para o Tribunal Constitucional a fim de ser fiscalizado preventivamente. Essa seria a boa acção do Presidente para se redimir de erros do passado.
Convém não esquecer que o primeiro-ministro que mais aumentou a dívida pública deste país, foi exactamente ele, que teve um aumento de 347%.
Hoje estamos a pagar o aumento exponencial de dívida que existiu em todos os governos, mas nos dele foi o maior aumento. Por muito que queira apagar isso, não consegue porque são dados oficiais que estão ao dispor de qualquer cidadão no site: http://www.igcp.pt/gca/?id=86



Cavaco: portugueses esqueceram o mar, a agricultura e a indústria
21.11.2012 - 11:25 Por Maria Lopes,
Fonte: Jornal Público
"Um Mar de Oportunidades" é o tema do congresso da APDC (Foto: Pedro Cunha)
 O Presidente da República afirmou hoje que o país precisa de “ultrapassar estigmas” e voltar a olhar para os sectores que esqueceu nas últimas décadas: o mar, a agricultura e a indústria.
Cavaco Silva falava, esta quarta-feira, na sessão de abertura do Congresso das Comunicações, subordinado ao tema "Um Mar de Oportunidades" – uma inspiração nos recentes apelos do chefe de Estado, admitira, pouco antes, o presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), Pedro Norton.
“Numa altura em que urge criar riqueza no país e gerar novas bases de crescimento económico, é necessário olhar para o que esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria”, disse o Presidente, que também foi primeiro-ministro entre 1985 e 1995. O país tem que voltar a focar-se nesses sectores para produzir “em maior gama e quantidade, produtos e serviços que possam ser dirigidos aos mercados externos”, apelou.
Porém, na avaliação do Presidente, Portugal permanece um país caracterizado por “realidades económicas que vivem a diferentes velocidades”. Embora haja sectores inovadores, “extremamente tecnológicos”, estes convivem ao lado de sectores “de cariz ainda muito tradicional”. E é para estes últimos que o contributo das tecnologias da informação e da comunicação pode ser um acelerador de mudança.
Um sector que, segundo Pedro Norton de Matos, representa hoje 7% do PIB e tem uma facturação de 11,5 mil milhões de euros.
E não falta tudo a Portugal: “A nossa geografia, os nossos recursos naturais e o mar são, indubitavelmente, uma dessas opções”, lembrou Cavaco Silva. Por isso, “no exercício da magistratura de influência que cabe ao Presidente da República”, o governante realça que tem “procurado contribuir para gerar no país a ambição de construir um modelo de desenvolvimento económico mais sustentável e mais diversificado do que tem sido até aqui”.
A economia do mar, disse ainda, perfila-se como uma opção “promissora de desenvolvimento”, pelo potencial que encerra nos sectores dos transportes, alimentação e nutrição, energia, e novos usos e recursos do mar, como a biotecnologia marinha e as tecnologias subaquáticas, enumerou o Presidente.

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