Cavaco fala, mas não diz nada
O Presidente da República,
publica hoje no seu site da Internet o “Roteiros VI”, para demonstrar aos
portugueses e ao mundo, que não tem estado arredado da situação do país. Se
assim fosse, como garante da constituição da República, deveria ter chumbado o
OE para 2013. Mais, a política deste Governo, nada tem a ver com o programa
eleitoral que lhe deu a vitória nas últimas eleições, nem com o programa de
governo, tão pouco.
O Presidente da República,
diz que os portugueses estão a ficar cansados para tanta austeridade, quem é
que ele quer convencer? A troika? A
Comissão Europeia? O BCE?, O FMI?
Julgo que o Presidente se
quer convencer a ele próprio, para tentar justificar o injustificável, ou seja,
já devia ter demitido o Governo e não tem a coragem necessária para o fazer.
Essa é a questão!
No dia em que o Semanário
Expresso, publica uma sondagem, em que a popularidade do presidente é a mais
baixa de sempre, demonstra perfeitamente, o que é que os portugueses pensam da
sua actuação. Nessa sondagem, também nos dá a leitura, que o PS continua a ser
uma alternativa muito fraca, pois a confiança da população no actual líder do
maior partido da oposição, não é muito grande. No entanto, o PS sozinho, quase
que consegue superar os dois partidos da maioria, o que quer dizer que a
esquerda unida supera de longe a actual maioria do Parlamento.
Estes sinais que já vem de
algum tempo atrás, seria conveniente que o Presidente da República os tivesse
tido em conta. É uma falsa questão dizer que não quer abrir uma crise política.
Mais tarde ou mais cedo vai ter de o fazer. Foi ele mesmo que disse esta
semana, que se deve ler os sinais das manifestações como a de há oito dias
atrás, onde estiveram na rua cerca de 1,5 milhões de pessoas a protestar contra
este Governo, e também contra a passividade do Presidente da República.
Já houve duas gigantescas
manifestações populares, sem partidos políticos a convocar essas mesmas
manifestações, foram transversais nas idades e nas classes sociais, estiveram pessoas
afectas ou simpatizantes de todos os quadrantes políticos, pelo que o seu
protesto tem de ser levado em consideração, apesar do primeiro-ministro, dizer
que não governa em função de manifestações.
Até ao momento, as
manifestações têm sido pacificas, pelo que a paciência dos portugueses também
se esgota e a partir de uma determinada altura, poderá descambar para a
violência, porque perdido por 5, perdido por 10, quer isto dizer, que quem está
sem emprego e sem possibilidade de dar de comer aos seus filhos, está-se nas
tintas para as consequências do seu acto de revolta.
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