Nós pagamos as deslocações particulares, ainda por cima com motorista
A cada passo ouço os
governantes dizerem que não tiram benefício nenhum em ocupar cargos
governamentais, mas também, volta e meia, aparece na imprensa, indicações que
estes senhores além do cargo que ocupam na governação do Estado, mantêm em
paralelo, trabalhos nas suas empresas, pelo que a promiscuidade e o
aproveitamento dos bens público em benefício privado é constantemente utilizado
por estes. O artigo que segue abaixo do JN, é mais um caso de flagrante delito,
em que o secretário de Estado da Defesa, foi apanhado com “a boca na botija”
como se costuma dizer.
É por isso que qualquer um
dos governantes não se queixam do “parco salário” auferido como governante,
pois continuam à frente das empresas onde trabalhavam antes de irem para o
Governo e dessa forma, adicionam salários uns aos outros.
Governante usa carro do
Estado para fins particulares
O
secretário de Estado adjunto e da Defesa usou carro e motorista do Ministério
para participar numa reunião de acionistas da Fundição Felino. Do currículo
oficial de Braga Lino não consta a sua participação no capital da empresa.
Cerca
das 11.45 horas de quinta-feira, o governante chegou às instalações da Felino,
em Ermesinde, acompanhado de mais duas pessoas, num Mercedes cinzento, com
matrícula inscrita como propriedade da Secretaria-Geral do Ministério da Defesa,
conduzido pelo motorista.
O
JN apurou que Paulo Braga Lino participou na assembleia de acionistas da
empresa, da qual deterá, juntamente com o pai, uma participação no capital de
40%. A reunião decorreu até às 13.30 horas.
Ao
sair - e quando se preparava para entrar na viatura - o secretário de Estado
foi confrontado com a presença da equipa de reportagem do JN, que o tentou
questionar. Visivelmente surpreendido, deu instruções ao motorista para partir
e voltou de imediato para o interior das instalações. Sairia cerca de dez
minutos depois, sentado no banco traseiro de uma viatura particular.
No
exterior do edifício da Felino, permaneceram o administrador da empresa, Manuel
Braga Lino (primo do secretário de Estado) e Rafael Campos Pereira, presidente
da assembleia de acionistas. "O senhor secretário de Estado participou na
assembleia de acionistas a título pessoal, nada tem com as funções do
Governo", confirmou, ao JN, este último.
Também
questionado pelo JN, o administrador acabou por confirmar a participação
acionista do membro do Governo. "Ele [secretário de Estado] e o pai têm
40% de participação", adiantou, embora não esclarecesse a parcela detida
por cada um deles.
Em
resposta às questões suscitadas pelo JN, a Secretaria de Estado justificou a
utilização de viatura oficial com o facto de Braga Lino se encontrar em
deslocação oficial ao Porto. No entanto, o JN apurou que o membro do Governo
efetuou outras deslocações à empresa, igualmente na viatura oficial e com o
respetivo motorista.
No
currículo do secretário de Estado que consta na página oficial do Governo,
dá-se conta da sua passagem pela empresa. A biografia explicita que Braga Lino
foi controler, diretor administrativo e financeiro e administrador da Felino,
entre 1995 e 1999. Não é, contudo, feita qualquer referência ao facto de ser
acionista.

Comentários
Enviar um comentário