O regresso de José Sócrates


Acabei de ver a entrevista de José Sócrates à RTP, e cheguei a uma conclusão, este país precisa de políticos que saibam realmente o que devem dizer.
Se Miguel Relvas pensava que José Sócrates ao ser convidado para ser comentador de um programa na RTP como comentador, seria benéfico para o PSD, que tire o cavalinho da chuva, pois o mesmo vai apanhar um banho. José Sócrates é um político com traquejo mais que suficiente para calar toda a oposição junta, porquê?
1.    Não tem papas na língua.
2.    Dá o nome aos bois, ou seja, acusa quem tem de acusar directamente, não manda recados por ninguém.
3.    Demonstra que o Presidente da República é um banana.
4.    Quem provocou a crise que actualmente vivemos, foi exactamente o mesmo Presidente que aceitou a sua demissão.
5.    Demonstrou que este Governo apenas e só fez asneiras desde que tomou posse, com a questão de “ir para alem do memorando da troika” e com o “custe e o que custar”.
6.    O “aumento brutal de impostos”, que toda a gente já viu que foi uma asneira gigantesca, veio agora Sócrates confirmar o mesmo. Com isto, dá uma ensinadela ao Passos Coelho que tem de voltar para a JSD, aprender mais um pouco de Ciências Políticas, talvez na Universidade de Verão da JSD em Castelo de Vide.
Tal como tenho escrito, é necessário o contraditório, dar voz a quem é atacado constantemente sem que se possa defender, a isso chama-se democracia.
Não sócratista, no entanto, acho que só se deve atacar quem está presente e que se pode defender o que não foi o caso até agora. Daqui para a frente, podem dizer o que entenderem sobre José Sócrates, porque ele já cá está para se defender.
José Sócrates fez muitas coisas erradas, mas para trás, também houve primeiros-ministros que fizeram asneiras e cada qual o pior, no entanto, apenas e só, pretendem crucificar uma pessoa de tudo o que estamos a passar. Para este Governo, é mais fácil atacar e por a opinião pública contra o anterior Governo, para tentar calar a oposição directa do PS. Até há pouco tempo atrás, conseguiram fazê-lo, mas desde que António José Seguro, que tem muito pouco de seguro e muito de frágil, deu um pequeno murro na mesa, sim, um pequeno murro, porque já devia ter dado um grande murro na mesa, dito que nada tem a ver com este memorando que já foi renegociado 7 vezes e nada tem a ver com o que foi assinado pelo anterior Governo e nessa negociação, estava o Eduardo Catroga pelo PSD, que negociou o que entendeu, até porque já tinha o dossiê de Silva Carvalho a informar de um resultado favorável nas eleições.
Julgo que a partir de hoje a política vai mudar bastante, ou seja, acabou o tempo de se atirar as culpas para cima do anterior Governo, sem que haja contraditório. Aceito que não era isso que o Governo pretendia, nomeadamente ao CDS, que tentou em vão chamar os responsáveis da RTP à Assembleia da República, para lhes puxar as orelhas, mas até aí se viu que esta maioria não está unida, porque o PSD, votou contra ao lado da oposição.
Por mim, continua tudo na mesma, ou seja, não vejo nem ouço Marcelo Rebelo de Sousa, a mesma coisa para Marques Mendes e o mesmo para Morais Sarmento, claro está, que também não vou perder tempo em ver ou ouvir José Sócrates. Comentário de políticos não vejo, prefiro os independentes do costume, apesar de alguns serem tendenciosos, mas isso, quem não é. Pretendo continuar a ler nos jornais e ver os telejornais da RTP 1 e da SIC Notícias, a Quadratura do Circulo, o Expresso da Meia-noite, o Eixo do Mal e claro está, o programa à quarta-feira de José Gomes Ferreira. Essas são as minhas preferências e será daqui para a frente, ao fim-de-semana, estou mais com o futebol, que é para descontrair das chatices do quotidiano da semana.
Nesta entrevista, também se defendeu das PPP, que pretendem acusar o anterior Governo de ser o autor de todas, quando apenas lhe podem apontar 7 das 22 ou 23 existentes, isto só nas rodoviárias. É com demagogia constante e com falta de contraditório, que este Governo conseguiu que houvesse uma petição com milhares de pessoas assinar contra o programa televisivo.
Nestas entrevistas, acho que os moderadores, por norma, não querem fazer uma entrevista, mas sim tentar abafar o entrevistado, ou seja, não permitir que ele responda a cada pergunta que lhe é feita. Foram dois jornalistas, contra um entrevistado, mas nem assim conseguiram calar a força da razão, que é o direito ao contraditório.
Para quem não viu a entrevista e quiser fazê-lo, basta seguir o link:

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