Os senhores do Eurogrupo ou são burros ou comem palha!
Ontem escrevi sobre a
questão de todos nós estarmos em risco de perder parte do dinheiro que temos
nos bancos. A verdade é que os ditos mercados começaram a pensar o mesmo,
bastar estar atento para as suas decisões sobre as Bolsas de Valores.
Os senhores do Eurogrupo andam
a brincar com tudo isto, ou então, também pode ser de estarem atravessar um
período de loucura colectiva. Em Setembro passado deram sinais de não haver
problema algum, com qualquer dívida soberana de qualquer país, afinal, quando a
dívida mais pequena da zona euro pede ajuda, os senhores que mandam na Europa,
resolvem fazer as coisas de uma forma que não agrada a ninguém. Estes fulanos
do Eurogrupo, ou são burros ou comem palha!
O resultado de tamanha estupidez,
vai ter consequências muito negativas na banca de toda a Europa, ou pelo menos
dos países periféricos, pois ninguém acredita que não venham com uma situação idêntica,
nos depósitos da Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália.
SE esta brincadeira de mau
gosto do Eurogrupo resultar numa corrida aos depósitos, vou ver bancos a caírem
como tordos, uns atrás de outros por falência. O que se tentou evitar em
Portuga com a nacionalização do BPN, pode agora acontecer com todos os outros
bancos, pois nenhum deles aguenta uma corrida aos levantamentos dos dinheiros a
prazo. Não acredito que qualquer banco tenha Cash flow suficiente para suportar
uma corrida a levantamentos, mas esse é o risco a partir de hoje.
A questão do euro cair face
ao dólar, para os europeus (excepto Alemanha) até é bom, porque passamos a ser
mais competitivos nas exportações, mas o problema é muito mais grave, que esta
visão simplista.
A opinião de quem sabe muito
mais que eu é a seguinte:
“O economista Paul Krugman encontra no facto de serem os depositantes a
pagarem parte do resgate o “grande problema” da decisão da zona euro em relação
a Chipre. “É como se os [responsáveis] europeus erguessem um sinal em néon,
escrito em grego e italiano, a dizer ‘está na altura de tirarem os vossos
dinheiros dos bancos!’”, escreveu no seu blogue no The New York Times.”
Portanto, neste momento em
que escrevo estas linhas em senal de protesto com os “loucos que comandam a
Europa”, já deve haver muita gente a levantar as suas poupanças, para que não
sejam obrigadas a emprestar dinheiro a quem não sabe gerir os dinheiros
públicos.
Termino com uma citação do
Presidente Putin…
“Não muito distante dos
adjectivos usados por analistas para classificar a sobretaxa sobre os
depósitos, o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, considerou-a, desde
já, uma medida “injusta, incompetente e perigosa ”.”
Resgate de Chipre coloca
bolsas em queda e euro em mínimo
PEDRO
CRISÓSTOMO 18/03/2013 - 09:14 (actualizado às 10:07)
Com
as atenções centradas no resgate a Chipre, os mercados financeiros mostram
sinais de nervosismo na manhã desta segunda-feira, com o receio de um
agravamento da crise das dívidas soberanas na zona euro a reflectir-se em três
frentes: na descida das bolsas europeias, na queda do euro face ao dólar e na
subida dos juros das dívidas dos países periféricos.
A
reacção dos mercados na Europa ao resgate financeiro a Chipre – à onda de
choque que provocou na ilha mediterrânica no fim-de-semana, com os cipriotas a
tentarem levantarem ou transferirem dinheiro dos bancos – não se fez esperar.
O
primeiro indicador negativo veio da Ásia, onde as bolsas registavam a maior
descida em quase oito meses. A Bolsa de Tóquio deslizou 2,71%, mais do que Hong
Kong, que caiu 2,22%.
O
mesmo acontecia no mercado cambial, onde a moeda única recuava minutos antes
das 9h para 1,29 dólares, o valor mais baixo em 2013.
Nas
bolsas europeias, o português PSI-20 chegou a cair perto de 2%, seguindo a
tendência das principais congéneres europeias. Em Madrid, o Ibex-35 descia
2,2%, acima da queda registada pelo FTSE-Mib, de Milão, que cedia 2,16%. O
índice de referência alemão, o Dax, de Frankfurt, estava a perder 1,23%,
enquanto na Bolsa de Amesterdão o AEX cedia 0,95% e em Bruxelas o Bel-20 descia
1,13%.
Nos
mercados secundários de dívida (revenda de títulos), os juros implícitos às
Obrigações do Tesouro a dez anos de Portugal, Espanha, Grécia e Itália estavam
em alta. No caso dos títulos portugueses, as taxas voltaram a superar a
barreira dos 6%, enquanto no caso espanhol subiram para 5%.
A
reacção negativa ao programa de resgate cipriota acontece no dia em que o
Parlamento cipriota se reúne, hoje, feriado em Chipre, para votar o acordo que
o Governo negociou com a zona euro. Em causa está um empréstimo de 10 mil
milhões de euros que tem como contrapartida o cumprimento, por parte de
Nicósia, de um plano de medidas que incluiu um aumento de impostos sobre as
empresas que pode chegar a 12,5% e um imposto extraordinário sobre os
depósitos. Uma medida que abrange todas as poupanças, com a aplicação de uma
taxa de 6,7% sobre os depósitos abaixo de 100 mil euros e de 9,9% sobre os
depósitos acima deste valor.
Romper
com a regra de ouro
Surpreendidos
com as condições dos empréstimos, muitos cipriotas dirigiram-se aos balcões
para tentar levantar dinheiro das contas, mas, por prevenção, as instituições
financeiras foram obrigadas a bloquear a percentagem dos depósitos que vai reverter
em imposto extraordinário.
Tão
surpreendidos quanto os residentes da ilha cipriota, os analistas alertam para
a falta de confiança no sistema que resulta do modelo de resgate sem
precedentes decidido pelos ministros das Finanças da moeda única.
Numa
decisão inédita, a zona euro rompeu com a “regra de ouro” de assegurar a
protecção dos depósitos até 100 mil euros. Mas se Nicósia defendeu que isso
evita outras medidas pesadas para a população, como cortes salariais e nas
reformas, unânime entre vários analistas foi que a decisão pode precipitar um
agravamento da crise europeia. E, arriscam alguns, uma depressão de proporções
perigosas, num quadro recessivo mais grave da economia da moeda única.
O
economista Paul Krugman encontra no facto de serem os depositantes a pagarem
parte do resgate o “grande problema” da decisão da zona euro em relação a
Chipre. “É como se os [responsáveis] europeus erguessem um sinal em néon,
escrito em grego e italiano, a dizer ‘está na altura de tirarem os vossos
dinheiros dos bancos!’”, escreveu no seu blogue no The New York Times.
Medida
incompetente, diz Putin
Os
deputados cipriotas votam hoje a proposta aceite pelo novo Governo. O resultado
será crucial para se saber quando é que as instituições financeiras reabrem,
embora uma corrida aos bancos não seja esperada, agora que a população sabe que
as autoridades cativaram o montante equivalente à sobretaxa sobre os depósitos.
A
agência AFP avançava que o ministro das Finanças, Michalis Sarris, tem agendada
para terça-feira uma viagem de trabalho à Rússia, país originário de boa parte
dos depósitos nos bancos cipriotas e que em 2011 acertou com as autoridades da
ilha um empréstimo de 2500 milhões de euros cujos termos poderão ser agora
renegociados.
Não
muito distante dos adjectivos usados por analistas para classificar a sobretaxa
sobre os depósitos, o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin,
considerou-a, desde já, uma medida “injusta, incompetente e perigosa ”.
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