PSD não quer mesmo oposição


A deputada Teresa Leal Coelho possivelmente pretendia continuar a ter uma oposição fraca, amorfa e pacífica como até agora. No entanto, o cansaço de tão má governação, faz com que as forças da oposição mudem de estratégia, até porque, cada vez mais o descontentamento é maior. Se nada for feito pela oposição, poderá acontecer a mesma coisa aqui, como o que acontece neste momento em Itália, que ninguém consegue formar Governo, porque não há entendimento possível com o actual quadro político.
Teresa Leal Coelho, diz que "O memorando é uma responsabilidade partilhada, que a todos vincula", mas esquece-se que desde que o Governo resolveu ir “para além do memorando da troika” e que se não houvesse memorando seria este o seu programa de Governo, optou por um caminho solitário.
Quanto às contas que dizem estar erradas na herança do Governo Sócrates, é caso para perguntar o que é que o Catroga esteve a fazer nas negociações do dito memorando. Além disso, não nos podemos esquecer que Vítor Gaspar na altura estava no BCE e sabia melhor que ninguém, as contas do país. São desculpas de mau pagador, não é ao fim de dois anos de governação que se diz de ânimo leve, que as contas estavam erradas e que o memorando é mau. Se o memorando é mau, porque é que sempre que veio cá a troika, deixaram alterar o mesmo?
Ao ser pedida ajuda externa para Portugal, houve negociações e a troika disse o que tinha de ser feito, daí o memorando. Ficou acordado e escrito tudo o que Portugal tinha de fazer, mas o Governo actual, achou que devia ir muito para além do memorando, pelo que o resultado, foi o que se viu: falências, desemprego, cortes no Estado social, roubo do subsídio de Natal, aumento brutal de impostos, quebra de receitas fiscais, baixa do PIB e o não cumprimento das metas orçamentais.
Depois de tudo correr mal devido ao rumo traçado pelos governantes, vem a maioria Parlamentar ou melhor a Vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho, criticar o PS pela moção de censura e de se descartar do memorando. Mas isto acontece, quando o jornal I, diz que encomendou uma sondagem que dá uma queda a pique da popularidade do Governo, ou seja, se eventualmente houvesse agora eleições, os números seriam desastrosos para o PSD, já que para o CDS isso tem vindo a ser constantes nas sondagens e não tarda a desaparecer do quadro político com assento na Assembleia da República.
As rendas excessivas da energia continuam na mesma, apesar de Abebe Salassie já ter dito que é necessário fazer o corte nas rendas excessivas e que a troika terá de voltar a pegar no assunto e exigir o cumprimento dessa medida. Quer isto dizer que o Governo escolhe o que deve ou não cumprir do dito memorando, porque se realmente o fizessem, hoje não havia esse tipo de afirmações por parte do chefe da troika.
Claro que também existe da parte do PS uma visão de colheita de votos, no caso de haver eleições intercalares, porque como o descontentamento com o Governo é de tal ordem que sempre que um ministro se desloca a qualquer lado, existe de imediato uma manifestação contra o governante. Claro que a oposição aproveita esta situação, para poder tirar dividendos, sempre foi assim e continuará a ser. Aliás, foi assim que este Governo chegou ao poder, criando uma crise política há dois anos atrás, que resultou em eleições que ganharam à custa de muitas mentiras, que é o habitual na classe política, desde o PCP até ao CDS/PP.

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