"O Povo é quem mais ordena"
Dia 2 de Março de 2013, o
dia em que o Governo perde a legitimidade de governar. A baixa portuense, mais
parecia uma noite de S. João, pois a quantidade de gente que foi na
manifestação, mais aqueles que ficaram parados nos passeios de Passos Manuel e
de Santa Catarina, assim como na Praça de D. João I. Foram muitos milhares de
pessoas a gritar pela demissão do Governo. Não existe mais espaço para este
Governo. Mais uma vez, houve o exemplo do civismo da parte dos manifestantes,
demonstrando que pacificamente se pode protestar, mas, e existe sempre um mas,
no fim do dia entre as 19 e as 20 horas, junto à estação do Metro na Trindade,
um grupo de polícias, resolveu interpelar um pequeno grupo de pessoas, que se
dirigiam para o Metro, a fim de os identificar, foi perguntado o motivo de tal
interpelação, mas a resposta foi negativa, então começou a juntar-se cada vez
mais gente e a polícia de intervenção, começou aos empurrões às pessoas com o
fim de afastar do grupo sitiado, a quem pretendiam identificar, sentei-me no
chão a logo de seguida mais gente o fez, pelo que a polícia teve de parar de
empurrar. Assim que começaram a tentar meter pessoas nas carrinhas, o povo
começou apertar o cerco à polícia e empurra-la contra a carrinha, pelo que conseguiram
levar duas pessoas presas, mas de seguida tiveram de fugir, porque as coisas
começaram a esquentar. A carrinha da polícia foi pontapeada e tiveram de
desaparecer rapidamente.
Depois de uma tarde em que
nada houve que pudessem acusar qualquer manifestante, do que quer que fosse,
pois o civismo imperou ao longo de toda a tarde.
Nesta manifestação, foi
pedida a demissão do Governo, aliás, este Governo deixou de ter legitimidade
perante este povo, que quer escorraçar seja de que forma for estes governantes,
que além de serem neoliberais e que essa política não foi a sufragada em
eleições no ano de 2011.
Hoje mais uma vez, ficou bem
demonstrado que nesta manifestação, não havia uma corrente política, mas sim
uma manifestação de todas as classes sociais e dos diversos quadrantes
políticos. Também se notou que a esmagadora maioria das pessoas, eram de mais
idade, que estão contra os cortes nas reformas e pensões. Também estavam
desempregados, estudantes universitários, que sabem perfeitamente, que se
conseguirem tirar a sua licenciatura, não vão ter emprego neste país e que o
seu destino passa pela emigração.
Muitos dos protestos também
foram contra a Banca.
Todos andamos a pagar os
financiamentos da Banca, que continuam a ganhar dinheiro com a dívida
portuguesa através dos juros.
Outra coisa que ficou bem
patente, foi que a partir de agora haverá mais manifestações deste tipo e que
possivelmente terão espaços mais curtos entre as suas realizações. É caso para
dizer que a procissão ainda vai no adro, pois as dificuldades maiores ainda
estão para vir.
O primeiro-ministro tem
afirmado que dentro de 10 dias saberemos onde vai haver os cortes dos 4.000
milhões de euros, pelo menos foi essa a afirmação de Passos Coelho. Se tivesse
tido a coragem de o fazer antes do dia de hoje, possivelmente teríamos o dobro
das pessoas na rua, mas, Passos Coelho, lembrou-se do 15 de Setembro, que foi
três dias depois da famosa redução da TSU aos patrões e o aumento de 6% aos
descontos para a Segurança Social, aos trabalhadores. Agora, optou por não
correr riscos, teve medo, mas dos cobardes não reza a história.


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