A opinião de António Borges sobre Vítor Gaspar


Para António Borges, é uma grande sorte contar Vítor Gaspar e que num cenário de remodelação do executivo, “não se muda de timoneiro a meio de uma tempestade”. Com estas palavras, deduzo que quer ele dizer que devemos deixar o barco ir ao fundo e depois, todos diríamos que o timoneiro era mau e que deveria ter sido substituído.
O FMI, não pensou isso em relação a ele próprio António Borges, porque pô-lo a correr assim que viu que ele era um fracasso.
(“O FMI disse-me que se livraram dele [António Borges] porque não estava à altura do trabalho e agora chego a Lisboa e descubro que está à frente do processo de privatização. Há perguntas que têm de ser feitas”, defende o correspondente financeiro do “Le Monde” em Londres, em entrevista à Renascença.)
Assim sendo, quer dizer que para António Borges, mesmo um mau gestor, tal como ele, que está sob protectorado do primeiro-ministro, que também não é nada competente, basta ver a sua liderança neste Governo, para perceber que não vale nada como gestor, deve levar o barco até ao afundamento total. Neste momento, estamos a meter água, ainda é possível salvar a embarcação e os passageiros, dentro de uns meses, é totalmente impossível salvar a embarcação e os passageiros, entretanto, afogaram-se todos.
António Borges, ao contrário de Manuela Ferreira Leite, garante que o OE para o próximo ano é exequível, baseando-se nisso na baixa das taxas de juros que os mercados têm cobrado a Portugal. No entanto, ontem mesmo, Portugal voltou ao mercado com emissão de bilhetes do Tesouro, a três, seis e doze meses, tendo os juros a seis meses, sido mais elevado que na última venda de bilhetes de Tesouro.
O Estado português suportou custos mais baixos na emissão de bilhetes do Tesouro a três e a 12 meses, mas pagou mais caro pela dívida a seis meses. Foi esse o prazo em que foi colocado um maior montante, entre as três maturidades utilizadas, e também aquele cujo leilão comparável é mais recente. A operação de financiamento foi bem recebida pelos analistas, apesar desse aumento nos custos a seis meses. "Pelo menos para já" a instabilidade política não está a ter efeito nas taxas de juro da dívida, dizem.
(A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) obteve 1.850 milhões de euros, dentro do intervalo previsto de 1.750 milhões a 2.000 milhões. Um intervalo comum aos três leilões: a três, seis e a 12 meses. Se o custo de 2,101% pago na linha mais longa compara favoravelmente com os 3,5% pagos em Julho (antes das medidas anunciadas pelo BCE), o Estado suportou uma taxa mais desfavorável na emissão a seis meses. Os 1,839% pagos esta quarta-feira comparam com os 1,7% suportados há cerca de um mês.)
Quando os argumentos são as poucas coisas que funcionam mais favoráveis um pouquinho, já embandeiram em arco como se fosse realmente uma mudança forte, por tempo indeterminado, ou seja, que deixássemos de estar constantemente com a espada em cima do pescoço.
A mesma coisa se passa com as exportações, estamos a exportar ouro, medicamentos (que desapareceram nas farmácias e fazem falta aos portugueses) e combustíveis refinados, mas que temos de importar o crude, pois não somos produtores e a nossa maior despesa nas importações reside exactamente no crude. Com esses três produtos, a balança comercial, ficou equilibrada, mas não é uma situação sustentável, pois o ouro acaba, não temos jazidas para explorar e vender toneladas dele, como só restam os dedos aos portugueses, só transformando os dedos em ouro, é que se consegue manter por muito mais tempo essa situação benéfica da balança comercial.
Gostaria de ver as exportações aumentarem por produtos fabricados em Portugal, com matéria-prima portuguesa, com mão-de-obra portuguesa e aí sim, estaríamos no bom caminho da recuperação económica. Agora nós, não produzimos produtos agrícolas suficientes para o país (graças ao Professor Cavaco Silva, aquando da sua passagem pelo Governo, como primeiro-ministro), temos de importar quase tudo o que necessitamos para a nossa alimentação, porque não somos auto-suficientes e já nem falo em produtos de valor acrescentado mais elevado, porque aí, estamos mal, tirando a Auto Europa que continua a exportar em força veículos montados em Portugal.
Quando os argumentos são poucos, tudo serve para tentar atirar areia aos olhos dos portugueses, mas felizmente, já não temos um povo analfabeto, como há quarenta anos atrás. Daí que para nos fazerem passar por estúpidos, vai uma certa diferença, pois estamos mais atentos a tudo o que se passa no mundo. Também temos a contribuição da Internet, que nos coloca em qualquer parte do globo momentaneamente e portanto, é muito mais difícil para os governantes enganarem-nos como querem.

António Borges:
“Temos a enorme sorte de contar com Vítor Gaspar"
17.10.2012 - 17:24 Por Rita Brandão Guerra
Fonte: Jornal Público
Consultor do Governo para as privatizações diz que não está envolvido na actividade política (Foto: David Clifford / Arquivo)
 António Borges, consultor do Governo para as privatizações, saiu nesta quarta-feira em defesa do ministro das Finanças. Destacou a “enorme sorte” dos portugueses em contarem com Vítor Gaspar e adiantou que, num cenário de eventual remodelação no executivo, “não se muda de timoneiro a meio da tempestade”.
Dois dias depois da apresentação do Orçamento do Estado para 2013 por Vítor Gaspar, António Borges afirmou, em declarações à TSF, que o ministro é “crucial” no momento de crise que o país atravessa.
"O papel do ministro das Finanças neste momento é, de facto, crucial. E temos a enorme sorte de contar com o professor Vítor Gaspar", disse.
Numa semana em que a crise na coligação PSD/CDS voltou a agudizar-se com o silêncio do partido de Paulo Portas relativamente ao Orçamento, Borges veio a público dizer que, num cenário de eventual remodelação, Gaspar deve sair ileso: "Não se muda de timoneiro a meio da tempestade, sobretudo quando ele é muito bom".
O consultor do Governo para as privatizações, que proferiu declarações polémicas nos últimos meses sobre a privatização da RTP ou as alterações à TSU, frisou, no entanto, que “não tem que falar de assuntos políticos”: “Não tenho nada que falar sobre assuntos políticos porque não estou de maneira nenhuma envolvido na actividade política.”
Borges afirmou ainda que, ao contrário do que defendeu ontem a social-democrata Manuela Ferreira Leite, o Orçamento para o próximo ano é exequível.
“A dívida pública portuguesa é cada vez mais atraente”, disse, justificando que “há uma descida absolutamente espectacular das taxas de juro que já permite às empresas portuguesas irem financiar-se no estrangeiro”.
Isso, frisou, era “impensável” há escassos meses e deve-se, "em grande parte, à credibilidade" de Vítor Gaspar.

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