"Ou mais impostos ou menos Estado"
Penso que o ministro das
Finanças não sabe em que país vive, porque diz que os portugueses ainda não
perceberam que a situação só tem duas soluções, ou “mais impostos ou menos
Estado”.
Quando o senhor ministro diz
mais impostos, é a parte mais fácil para ele resolver a questão, pois basta
decretar o aumento de impostos como ele fez para 2013, através do OE e resolve
o problema dele. No entanto, essa situação, deixa os portugueses asfixiados
financeiramente, tirando-lhes a possibilidade de cumprirem com os compromissos
que cada um individualmente tem para com encargos que assumiram. Sei que para o
ministro das Finanças, isso é o que menos importa, pois o dinheirinho que ele
necessita, sai à cabeça dos vencimentos dos portugueses e quem vier atrás que
resolva como quiser.
Quanto ao menos Estado,
penso que o senhor ministro não sabe o que diz, porque para haver menos Estado
não é preciso muito, basta que os assessores contratados por este Governo
tenham uma diminuição de vencimentos na ordem dos 50% para ficarem a níveis da
média e o Estado pouparia muito dinheiro mensalmente. Temos as PPP’s, que o FMI
continua a dizer que é urgente baixar o valor das rendas a pagar, mas que o
Governo nada faz nesse sentido, ou melhor renegoceia de forma a baixar alguma
coisa, porque retira a manutenção das auto-estradas às concessionárias. Depois penso
que quando o senhor ministro diz que “ou menos Estado”, se está a referir às
pensões e reformas, se é isso, o senhor ministro deve ser burro, sim muito
burro, porque os portugueses ao longo da sua vida activa de trabalho
descontaram para a Segurança Social, a fim de obterem no fim da sua carreira
profissional uma garantia de sobrevivência, que se chama “REFORMA”. Foi um
contracto elaborado entre o Estado e o cidadão, mas que unilateralmente o
contracto está a ser rompido por parte do Estado, que sucessivamente, tem
utilizado o dinheiro da Segurança Social, para utilizar no que lhe apetece, o
que não devia acontecer. Esse dinheiro, pertence aos trabalhadores, porque não
foi um imposto pago pelos cidadãos ao longo da sua vida de trabalho, mas sim
uma quotização para uma mutualização futura das reformas dos cidadãos.
Portanto, senhor ministro o
senhor é que ainda não percebeu, que em vez de estar vendido aos alemães, devia
por obrigação defender os interesses de Portugal e dos portugueses, mas não, o
senhor está a defender os interesses da senhora Merkel, do ministro da Finanças Alemão senhor Wolfgang Schäuble. Essa é
a diferença entre existir ética, nacionalismo e sentido patriótico, que o
senhor não tem. Como sabe, o seu OE para 2013, é um Orçamento que não é exequível,
que não vai conseguir por em prática e que se o fizer, destrói completamente o
país. Não é preciso ser economista, para ver que os resultados deste Orçamento
de Estado, é mais falências de empresas, mais desemprego, por inerência das
falências, mais empobrecimento dos portugueses e que estamos a cair no abismo,
que o Passos Coelho diz que estávamos a um passo no início do ano passado. Nessa
altura estávamos a um passo, hoje já demos o passo em frente e já estamos em
queda livre. Essa é a diferença que o senhor Gaspar não quer ver. E também não
nos esquecemos de senhor Passos Coelho ter dito aquando da campanha eleitoral,
que era preciso cortar as gorduras do Estado, mas como primeiro-ministro está a
falhar redondamente, no corte dessas gorduras.
Ontem à noite, ouvi o senhor
Fernando Ulrich, dizer que ouve uma pessoa do BESI, e membros do Governo que
foram apanhados numa escuta, com o primeiro a reclamar com os segundos, acerca
das assessorias na privatização da EDP e como resultados, lhe tinha sido
entregue duas assessorias de privatização da ANA e da TAP. Se o que o Fernando
Ulrich disse for verdade, então existe tráfico de influências e motivos de
instaurar um processo a Passos Coelho ao abrigo das escutas no processo “Monte
Branco”.
Este parágrafo, serve par
confirmar a existência de gorduras e de privatizações muito pouco transparentes
que são feitas e que no fim a culpa vai morrer solteira. Somos um país em que a
corrupção acontece ao virar da esquina, mas nunca ninguém é culpado, julgado,
condenado e obrigado a cumprir a pena de prisão que estes casos deveriam ter com
desfecho.
É o nosso Portugal!
Portugueses querem mais do
Estado do que os impostos que pagam
25
Outubro 2012 | 00:01
Rui
Peres Jorge - rpjorge@negocios.pt
O
ministro das Finanças diz que não há milagres. Ou mais impostos ou menos
Estado. Não há volta a dar, nem gorduras a cortar. E, na sua perspectiva, os
portugueses ainda não perceberam bem esta questão.
O
ministro das Finanças diz que não há milagres. Ou mais impostos ou menos
Estado. Não há volta a dar, nem gorduras a cortar. E, na sua perspectiva, os
portugueses ainda não perceberam bem esta questão.
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