Destruição de empregos
Para quem não quer ver a
realidade portuguesa, estes números deixam qualquer um de queixo caído. Dizer
que tudo isto é culpa do PS, é pura e simplesmente absurdo. Isto é culpa deste
Governo, da política que este Governo resolveu implementar no país.
Esta semana ouvi um deputado
do PS, dizer que o que o PS negociou com a troika,
já foi revisto cinco vezes, sem que o PS tivesse sido chamado a essas
negociações, além disso, este Governo sempre disse que ia para além do
memorando da troika. Portanto, não se
pode imputar responsabilidades a quem a não tem, pelo menos no caso da política
de austeridade constante e em crescimento. O PS é culpado em muitas coisas, tal
como o PSD e o CDS, todos os partidos na esfera da governação, são responsáveis
pelo estado de coisas a que este país chegou. São responsáveis pelo crescimento
exponencial de funcionários públicos, porque todos nas suas promessas
eleitorais, tinham como objectivo o crescimento do emprego e não interessava
como: utilizavam-se as Câmaras Municipais e colocavam-se mais uns quantos
funcionários, as empresas públicas, que nesta fase nenhuma delas fechou, serviu
para a colocação de mais uns quantos funcionários o OE paga tudo isso.
Empresas Municipais que
proliferaram ao longo dos tempos, quantas fecharam?
Nenhuma!
Onde foi a destruição de
empregos, essencialmente no sector privado, devido à política de austeridade
excessiva, que provocou uma recessão exaustiva no mercado interno e o
resultado, foram falências e as consequências dessas falências que é o
desemprego.
O próximo ano será muito
pior nesse aspecto, com uma agravante, que é a pobreza associada a esse
desemprego. Muitos dos desempregados, já nem sequer têm direito ao subsídio de
desemprego, pelo que vão ter o problema da habitação associado, já não falando
na sobrevivência da família.
Com tudo isto, o que é que
vai acontecer?
Aumento de criminalidade,
aumento de manifestações violentas, porque a partir do momento em que as
pessoas deixam de ter alguma coisa a perder, vale tudo. E o vale tudo, quer
dizer valer efectivamente tudo, nem que seja matar, pelo que a violência vai
ser feroz se realmente este OE passar.
As pessoas que se têm
suicidado até à presente data, porque este Governo os levou a isso, na minha
opinião cometeram uma estupidez, porque eu no caso de uma dessas pessoas, antes
de morrer, levaria alguém responsável comigo!
Ao contrário de tudo o que
tenho ouvido da boca destes políticos, eu não vivi acima das minhas
possibilidades, só gastei o podia pagar, não comprei férias para gozar hoje e
ir pagando, não devo absolutamente nada a ninguém nem aos bancos, muito menos
ao Estado. Por isso, digo as pessoas que se suicidaram, cometeram uma
estupidez. Elas, com certeza que foram pessoas de bem, que sempre pagaram os
seus compromissos, mas que este Governo, devido ao aumento da carga fiscal,
tira as possibilidades de cumprimento às pessoas de bem, que têm estado a
cumprir, com os encargos e prestações que assumiram. E antes de se matarem,
podiam sempre fazer um favor a Portugal, matar um político, antes de se
suicidar.
Portugal, quer cumprir com
as suas dívidas, devia antes de mais, ir buscar todo o património de quem
roubou no BPN, o Governo sabe quem são as pessoas responsáveis, a esmagadora
maioria são pessoas ligadas ao PSD e aos Presidente da República, são
conhecidos, mas que nada lhes acontece. São cerca de 10 mil milhões de euros
que estão em causa.
O Estado deve emagrecer através
de cortes no poder central, na Assembleia da República, nas autarquias locais,
nas empresas públicas, nas empresas municipais e só depois disso é que deve ir
para a parte social, em que haja desajustamentos, que os há com certeza, como
em tudo na vida.
O OE de 2013, segundo Jorge
Miranda, é inconstitucional e como tal deve ser reprovado. Não sei se o
Presidente da República tem a coragem suficiente para pedir a suspensão
preventiva do diploma, espero, sinceramente que sim, pois caso contrário será
uma catástrofe económica.
A Grécia vai no terceiro
resgate e a caminho do segundo perdão de dívida, Portugal por este andar, não
vai demorar tempo a estar na mesma posição. Isto também o senhor Coelho já viu,
porque quer refundar o memorando. Refundar, não quer dizer renegociar o
memorando de entendimento, isso, seria dar o braço a torcer, seria admitir que
tudo o que foi feito no último ano, foi destruir a economia e postos de
trabalho. Mas que estamos numa camisa de sete varas, estamos!
Como sair desta situação em
que o Governo nos meteu?
Não sei, mas penso que
realmente passa pelo renegociar com quem de direito, que não são os senhores
que aparecem cá para fiscalizar e dar mais umas ordens, não são!
Existe o FMI e o BCE, mais a
CE, e é com eles, que PSD, CDS e PS, terão em conjunto de ir negociar um novo memorando,
exequível e com crescimento económico, para que possamos pagar a nossa dívida.
Economia
portuguesa destruiu 428 mil empregos desde chegada da "troika"
Fonte: JN de 29.10.2012
O Conselho Económico e
Social estima que no espaço de cinco anos, entre 2008 e 2013, a economia
portuguesa tenha destruído quase 650 mil empregos, 428 mil dos quais desde que
Portugal pediu ajuda externa à "troika".
Mais de 420 mil empregos
perdidos após chegada da troika
De acordo com o projeto de
parecer sobre o Orçamento do Estado para 2013, ao qual a Lusa teve acesso, o
Conselho Económico e Social (CES) salienta o facto de Portugal ser dos países
que mais está a reduzir o nível de emprego e em que a taxa de desemprego mais
tem subido.
Prevê, por isso, que
"no final do terceiro ano do programa de ajustamento (PAEF), Portugal terá
menos 428 mil empregos do que no início do PAEF (-4,3% em 2012 e -1,7% em
2013)".
"Se atendermos a que o
nível de emprego era de 5,198 milhões em 2008, prevemos que em 2013 terão sido
suprimidos 647,7 mil empregos", lê-se no documento, cujo relator é o
conselheiro Rui Leão Martinho, bastonário da Ordem dos Economistas.
O CES manifesta ainda alguma
preocupação perante o facto de a proposta do Orçamento "consagrar uma
diminuição significativa do nível de proteção social e da despesa social em
geral, sendo relevante salientar o elevado número de desempregados sem
prestações de desemprego, a diminuição do valor das prestações de desemprego e
de doença".
Neste âmbito, "o CES
não pode deixar de alertar para as possíveis consequências, no plano político,
decorrentes de situações de desamparo, miséria, incerteza, insegurança e
intranquilidade que poderão contribuir de forma muito grave para situações de
rotura social".
O projeto de parecer sobre o
OE2013, que poderá sofrer algumas alterações na reunião de hoje, será votado no
plenário do CES a 05 de novembro, no Parlamento.
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