Favores de Relvas a Passos Coelho
Se
existia alguma dúvida que Helena Roseta tinha razão ao ter dito na SIC
Notícias, em Junho de 2012, num Frente-a-Frente com a Teresa Caeiro do PSD,
agora fica completamente esclarecido dos favores de Miguel Relvas, aquando
Secretário de Estado.
Como
sempre estes cargos no Governo servem para tráfico de influências, apesar da
Directora do DCIAP, ter dito na Universidade de Verão da JSD, que não havia
políticos corruptos. O que não deve existir é políticos sérios e honestos, ou,
pelo menos serão muito poucos, aqueles que entraram para a política e que não
beneficiaram da mesma, ou de cargos ocupados no aparelho do Estado.
Neste
caso, temos o senhor Passos Coelho e o senhor Relvas. Deste último não era de
esperar outra coisa, pois basta ver tudo o que se passa com ele, tráfico de
influências para obter o seu canudo, apesar de ilibado pelo Ministério Público.
Uma coisa é certa, nunca ninguém tirou uma licenciatura de três anos em seis
meses, por muito inteligente que seja. O que se passou aqui, foi a utilização
do “cartão Relvas”, que quer dizer “tráfico de influências”.
Passos
Coelho, para ser consultor e administrador, a fim de criar um bom curriculum,
precisou do “amigo” Relvas, pelo que ficou “preso a este e não conseguiu
demiti-lo no Governo, pois deve-lhe muito.
Fundos europeus
Empresa de que Passos foi
gestor dominou fundo gerido por Relvas
07.10.2012 - 20:19 Por
José António Cerejo
Fonte: Jornal Público
Passos, Miguel Relvas e
os actuais e antigos responsáveis da Tecnoforma negam alguma espécie de
favorecimento devido às ligações políticas (Foto: Adriano Miranda)
A Tecnoforma, uma empresa de que Passos Coelho
foi consultor e administrador, dominou por completo, na região Centro, um
programa de formação profissional destinado a funcionários das autarquias que
era tutelado por Miguel Relvas, então Secretário de Estado da Administração
Local
Os números são
esmagadores: só em 2003, 82% do valor das candidaturas aprovadas a empresas
privadas na região Centro, no quadro do programa Foral, coube à Tecnoforma. E
entre 2002 e 2004, 63% do número de projectos aprovados a privados pelos
responsáveis desse programa pertenciam à mesma empresa.
Ao nível do país, no mesmo
período, 26% das candidaturas privadas que foram viabilizadas foram também
subscritas pela Tecnoforma.
Miguel Relvas era então
o responsável político pelo programa, na qualidade de secretário de Estado da
Administração Local de Durão Barroso, Paulo Pereira Coelho era o seu gestor na
região Centro, Pedro Passos Coelho era consultor da Tecnoforma, João Luís
Gonçalves era sócio e administrador da empresa, António Silva era seu director
comercial e vereador da Câmara de Mangualde. Em comum todos tinham o facto de
terem sido destacados dirigentes da JSD e, parte deles, deputados do PSD.
O programa Foral foi
lançado por António Guterres em 2001, com dinheiro do Fundo Social Europeu e do
Estado português. E ao longo dos cerca de seis anos da sua execução absorveu
cerca de 100 milhões de euros.
Os principais
beneficiários foram, de longe, os 278 municípios do Continente, numerosas
juntas de freguesia, associações de municípios, empresas municipais,
sindicatos, associações profissionais e outras entidades sem fins lucrativos.
As empresas privadas que
actuam no mercado da formação profissional, e que ao tempo eram alguns
milhares, também podiam apresentar candidaturas – com base em protocolos
previamente celebrados com as autarquias – mas a sua parte no bolo global foi
sempre diminuta. Foi nesse contexto, o das empresas privadas, que a Tecnoforma
conseguiu a parte de leão do negócio.
Favorecimento?
"Um absurdo", diz Passos Coelho
Tanto Passos Coelho,
como Miguel Relvas e os actuais e antigos responsáveis da Tecnoforma negam que
esta tenha beneficiado de alguma espécie de favorecimento devido às ligações
políticas existentes entre os intervenientes.
Passos Coelho disse
mesmo ao PÚBLICO, que essa ideia é um “absurdo”. E o presidente do Conselho de
Administração da empresa, um empresário que já desempenhava essas funções entre
2002 e 2004, garante que até “já perdeu contratos por dizerem que a Tecnoforma
é do Passos Coelho”.
O actual
primeiro-ministro, que assegura nunca ter sido accionista da empresa, omite, porém,
nos seus currículos que foi administrador desta entre 2005 e 2007. Ao PÚBLICO
garantiu várias vezes que se desligou dela em 2004, admitindo que a tinha
gerido por um “período não muito longo” em 2003 e 2004. No entanto, em 2007
ainda geria a empresa. Em Agosto passado ainda estava em vigor uma procuração
dos seus donos que lhe permitia administrá-la.
Confrontado com esses
factos, Passos Coelho manifestou-se extremamente surpreendido, afirmando,
depois de os confirmar, que se tratava de um “engano” seu.
Procuração
revogada em Agosto de 2012
Quanto à procuração,
considerou também um “absurdo” o facto de ela não ter sido revogada, como disse
ter pedido expressamente à empresa. No dia 29 de Agosto passado, depois de
Passos Coelho ser questionado pelo PÚBLICO sobre o assunto, a procuração foi formalmente
revogada pela Tecnoforma.
A eventualidade de uma
empresa a que Passos Coelho esteve ligado ter sido favorecida no quadro do
programa Foral foi sugerida em Junho por Helena Roseta, antiga presidente da
Ordem dos Arquitectos.
A actual vereadora da
Câmara de Lisboa disse na televisão não se lembrar do nome da empresa, mas
garantiu que Miguel Relvas lhe propôs um acordo, quando era secretário de
Estado da Administração Local, com o objectivo de a Ordem se candidatar a um
programa de formação destinado aos seus membros com dinheiro do Foral. A
condição, disse Helena Roseta, era a de esse programa ser depois subcontratado
a “uma empresa do dr. Passos Coelho”. A arquitecta garantiu que rejeitou de
imediato a proposta. Miguel Relvas que, tal como Passos Coelho não comentou na
altura o assunto, fez saber depois que apresentou uma queixa em tribunal, por
difamação, contra Helena Roseta.
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