Aguiar Branco e os comentadores


Este ministro lembrou-se de cortar com aquisição do resto das PANDUR e dos helicópteros NH90, mas esqueceu-se de dizer quanto gastamos nas missões da ONU e da NATO, com tropas portuguesas e material de guerra que está em diversos teatros de operações militares.
No actual momento de dificuldades económicas, não se justifica que ainda tenhamos militares em campanhas tanto da NATO como da ONU, que quiser manter essas guerras, caso do Afeganistão ou as missões de paz, como nos Balcãs, Líbano e Timor-Leste, que envie e pague essas tropas de manutenção da paz.
Portugal é um país que está atravessar um momento difícil e já devia ter abandonado essas missões, não o fez porquê?
Quando o ministro da Defesa ataca os “comentadores de fato cinzento e gravata azul”, é por não ter o trabalho bem feito. Os comentadores, também falam de futebol do Vítor Pereira ou do Jorge Jesus. No entanto, não quer dizer que queiram acabar com as equipas de futebol do Porto ou do Benfica.
Os comentadores são necessários, para que haja transparência nos gastos públicos, porque se informam para onde vai o nosso dinheiro, que tanto nos custa ganhar, para que os governantes esbanjem de qualquer forma e feitio.
Se calhar temos de “refundar” os políticos todos deste país!

Aguiar-Branco: comentadores são tão perigosos como qualquer ameaça externa
28.10.2012 - 16:26 Por Carlos Cipriano
Fonte: Jornal Público
Aguiar-Branco diz que comentadores são adversário corrosivo ()
 Um discurso com alvos bem definidos: os “comentadores de fato cinzento e gravata azul” que acham as Forças Armadas desnecessárias e os militares que conspiram e discutem política nos salões dos hotéis. Esta a tónica do ministro da Defesa, Aguiar-Branco, na alocução que proferiu neste domingo nas, Caldas da Rainha, durante as comemorações do Dia do Exército que este ano se realizaram naquela cidade.
O governante assumiu e explicou a não aquisição das viaturas Pandur e dos helicópteros NH90 com as restrições orçamentais que são conhecidas dos portugueses e enumerou as parcelas de ganhos obtidos na despesa com as Forças Armadas, concluindo que “ao todo já tomamos medidas para libertar o erário público em mais de mil milhões de euros”. Um contributo importante, disse, para “resgatar a liberdade das gerações vindouras”.
Aguiar-Branco disse que algumas pessoas poderão pensar que estas reduções não são uma boa notícia por se poder estar a cortar em equipamento necessário ou a diminuir a capacidade operacional dos militares, “mas a esses eu respondo que a minha prioridade são os meus soldados”, aos quais tem vindo a resolver os problemas relacionados com as promoções e a progressão na carreira. Ou seja, para o ministro, num cenário de recursos escassos, estes vão prioritariamente para os homens e mulheres das Forças Armadas, em detrimento do equipamento.
Depois de piscar o olho aos militares, e na sequência da intervenção do general chefe do Estado Maior do Exército, Pina Monteiro, que referiu, polidamente, a necessidade desses equipamentos, o governante arranjou um inimigo comum: os “comentadores de fato cinzento e gravata azul que enchem as páginas dos jornais e as horas de noticiário televisivo” a perguntarem para que servem as Forças Armadas.
“Esse discurso de um Portugal desarmado é profundamente perigoso”, disse, acrescentando que pode ser ainda pior do que qualquer outra ameaça externa.
Referindo-se por três vezes aos referidos comentadores - numa alusão implícita ao ex-ministro das Finanças, Silva Lopes, e ao líder da JSD, Duarte Marques, entre outros – o ministro passou ao ataque dos militares que estão nos salões dos hotéis a discutir política, elogiando aqueles que dentro dos quartéis cumprem o seu dever e servem os portugueses.
Antes o general Pina Monteiro mostrara compreensão pelas restrições impostas pelo poder político, na esperança de ganhar “a batalha contra o tempo de soberania limitada que vivemos e que afecta a liberdade de acção nacional”, mas sem deixar de salientar que o Exército vive hoje com 5000 homens e mulheres a menos do que o necessário para guarnecer a sua estrutura orgânica.
E não deixou de referir a prioridade que deve ser dada à compra das viaturas Pandur e aos helicópteros, sublinhando que o “Exército não exige recursos que o país não possa comportar”.
Pina Monteiro anunciou ainda a criação da Escola Prática das Armas, que irá substituir as sete escolas práticas do Exército, numa medida, afinal, idêntica à dos mega-agrupamentos de escolas do Ministério da Educação. Por analogia, também os hospitais do Exército, da Marinha e da Força Aérea serão reunidos num único Hospital das Forças Armadas.
As comemorações do Dia do Exército decorreram nas Caldas da Rainha desde sexta-feira, com um programa de conferências, exposições e demonstrações militares que incluiu paraquedistas a saltarem sobre a cidade.

O ponto alto foi neste domingo com um desfile militar e uma cerimónia presidida pelo ministro da Justiça, o qual foi alvo de alguns apupos e assobios dispersos. Já Ramalho Eanes, que antecedeu a sua chegada, recebeu alguns aplausos da população. Entre o público apenas um cartaz de protesto onde se podia ler “Qual soberania?”

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