As "impunidades" da ministra da Justiça
Não verdade a maioria das pessoas não
sabem tomar conta da sua própria casa. Quero com isto dizer o seguinte:
A ministra da Justiça, já está há mais
de um ano com a tutela da Justiça em Portugal, já saíram vários acórdãos sobre
Isaltino Morais, mas continua impune à frente da Câmara Municipal de Oeiras,
apesar de ter perdido o mandato e de ter sido sentenciado a prisão. Valentim
Loureiro, viu o Tribunal a retirar-lhe o mandato de Presidente da Câmara
Municipal de Gondomar, tanto quanto eu saiba continua a exercer as suas funções
de Presidente, sem que a sentença tivesse sido executada. Macário Correia,
Presidente da Câmara Municipal de Faro, perdeu o mandato por ordem judicial,
mas no entanto, continua a exercer as funções que lhe foram tiradas pelo
Tribunal.
Estes casos já foram julgados, as
sentenças já transitaram em julgado, mas nada aconteceu aos prevaricadores.
Casos em Tribunal:
José de Oliveira e Costa, o seu processo
deve ter ficado emperrado, em alguma gaveta da secretária do Juiz Tribunal,
pois nunca mais chega o julgamento. Está em casa com pulseira electrónica.
Manuel Dias Loureiro, indiciado no caso
BPN, está em total liberdade, apesar de toda a gente saber que o senhor nasceu pobre,
mas que de um momento para o outro, ficou riquíssimo e tanto quanto se saiba,
não lhe saiu nem o Euro milhões, nem a lutaria, pelo que já devia ter tido
outro destino.
Duarte Lima, está indiciado como autor
de uma burla ao BPN e está em casa com pulseira electrónica.
Não deve ser por acaso que todos estes
senhores pertencem ou pertenceram ao PSD e daí serem impunes, apesar de alguns
já terem sido condenados.
Agora vamos mudar de partido:
Os dois antigos ministros da Obras
Públicas do Governo de José Sócrates e o Secretário de Estado das Obras
Públicas, apenas foram feitas buscas nas casas destes senhores e caso a polícia
tenha encontrado alguns documentos ou alguma coisa que indicie que estes
senhores têm de ser julgados, devem ser julgados e se forem culpados, devem ser
punidos.
Só que a ministra não tem o direito de
publicamente dizer que acabou o tempo da impunidade.
1. A impunidade não acabou coisa nenhuma,
basta ver os casos já julgados e que estão à espera do cumprimento das
sentenças. No entanto ainda não vi, nem ouvi a senhora ministra dizer que essas
mesmas sentenças têm de ser executadas.
2. Antes de haver julgamento, e de haver
uma sentença transitada em julgado, toda a gente é considerada inocente. A não
ser que a senhora ministra tenha encomendado alguma coisa ao DCIAP, para tentar
com isto julgar um Governo, será isso?
Quando se atira pedras para o ar,
primeiro temos de proteger o nosso telhado, que neste caso até é de vidro, pelo
que quebra com mais facilidade.
Acho realmente que as investigações
devem ir até ao fim, devem ser céleres e se houver culpados, devem ser julgados
e condenados se for caso disso. O que não pode acontecer, é a ministra da
Justiça, dizer o que disse, dá a ideia que ela sabe mais qualquer coisa que o
que está escrito nos jornais.
Possivelmente, dar-lhe-ia um certo
gozo, que houvesse condenações neste caso, mas eu continuo a estar muito céptico,
quanto a isso. Como disse no dia em que se soube das buscas, se a polícia
encontrar pelo lá um sem-abrigo, então, temos realmente uma prisão. Mas se não encontrar
o dito sem-abrigo, só se vai perder tempo e dinheiro.
Deputados do PS pedem
demissão da ministra da Justiça
27.09.2012
- 13:16 Por Nuno Sá Lourenço
Fonte:
Jornal Público
A
ministra disse que “ninguém está acima da lei” (Nuno Ferreira Santos)
A reunião do grupo parlamentar do PS assistiu
esta quinta-feira à revolta dos socialistas contra as declarações da ministra
da Justiça. Os parlamentares do principal partido da oposição criticaram
duramente Paula Teixeira da Cruz depois desta ter afirmado que tinha terminado
o "tempo da impunidade".
Esta
quarta-feira, quando questionada sobre as buscas realizadas às casas de três
ex-governantes do Governo de José Sócrates – Paulo Campos, António Mendonça e
Mário Lino - a propósito da renegociação dos contratos de parecerias
público-privadas -, Paula Teixeira da Cruz disse esperar que “todo o apuramento
da responsabilidade vá até ao fim”. A ministra reforçou que “ninguém está acima
da lei”, que “tudo deve ser investigado” e que “acabou o tempo” em que havia
“impunidade”. Nesta investigação ninguém foi ainda constituído arguido.
Na
reunião do grupo parlamentar do PS ouviu-se um coro de protesto contra a
governante, com José Lello, Alberto Martins (ex-ministro da Justiça) e a
vice-presidente da bancada Isabel Oneto a visar a social-democrata.
À
saída do encontro, alguns deputados manifestaram o seu descontentamento. A
constitucionalista Isabel Moreira considerou as palavras de Teixeira da Cruz
como as “mais graves de todo o seu mandato” e acrescentou que "se tivesse
uma posição de autoridade, pediria a demissão da ministra da Justiça".
“Julgou sumariamente três cidadãos”, disse a deputada depois de concluir que
esta “não tem interiorizados os princípios básicos de um Estado de direito”.
João
Galamba considerou também “inaceitáveis” as declarações da ministra. “Se o
primeiro-ministro quer mostrar que respeita os princípios do Estado de Direito,
deve demitir a sua ministra da Justiça, defendeu.
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